Últimas notÃcias
Colunistas
RSS
Percival Puggina
Renan não!
Só um profundo respeito aos leitores, à democracia e à manifestação da vontade popular expressa no silêncio da urna – seja qual urna for – impede que este artigo inicie com impropérios. Confesso: vontade não faltou. Enfim, Renan Calheiros voltou ao Senado da República e, tão logo renovou o mandato, iniciou campanha para retomar a presidência da Casa.
Reeleito senador, Renan é problema alagoano; eleito presidente do Senado passa a ser problema nacional. Sua eleição ao posto entraria em profunda contradição com o desejo de desinfecção, de saneamento básico, de separação de material orgânico que o povo brasileiro manifestou nas eleições de outubro, e arma poderosa a serviço dos piores interesses que conspiram contra o novo governo.
Não sei quem foi o criador da expressão “extrema imprensa”, mas ela é perfeita para designar o coletivo dos meios de comunicação que operam como dedos das mãos e mãos dos braços da esquerda na imprensa nacional. Dado que para ela quem não é de esquerda é de extrema direita, parece adequado designá-la pelo nome de extrema imprensa. Dê, então, uma vasculhada no que tem sido dito pela extrema imprensa a propósito das pretensões do senador Renan. Veja se qualquer desses veículos apresentou algo sobre os 14 inquéritos a que responde o cidadão aspirante ao comando da Câmara Alta. Basta-lhe virar réu em qualquer deles para que, se eleito, volte a ser um presidente do Senado excluído da linha sucessória da presidência da República.
Beira ao escandaloso o fato de que sucessivas eleições e reeleições de Renan Calheiros para exercer o mesmo posto tenham dependido do sigilo do voto de seus colegas senadores, o que aponta o caráter obscuro dessas motivações. É uma espécie de voto inconfessável. Fica chato, pega mal, votar em Renan Calheiros. Sobre tudo cai o silêncio da extrema imprensa, mais preocupada com as visões de uma criança abusada, com a promoção de um funcionário de carreira do Banco do Brasil e temas dessa magnitude institucional.
Parece óbvio que se a extrema imprensa ainda mantivesse o controle do direito de opinião, se a sociedade só ficasse sabendo o que ela escolhe divulgar e só pudesse ouvir as opiniões por ela emitidas, o resultado eleitoral nacional de outubro último teria sido bem diferente. A renovação da cena política brasileira foi possibilitada pelos smartphones e pelas redes sociais, que democratizaram o direito de opinião e deram voz ao povo.
A situação se repete. Se tudo ficar como está, com o noticiário comandado pela mídia extrema, interessada em criar todos os problemas imagináveis ao governo, são grandes as possibilidades de que o senador alagoano presida o Senado pelos próximos dois anos. Somente uma intensa mobilização, ao longo das próximas três semanas, através das redes sociais, poderá evitar a eleição de Renan, constrangendo seus pares a tomarem juízo e vergonha. #RenanNão
Percival Puggina é titular do blog www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.
e-mail: puggina@puggina.org
Twitter: www.twitter.com/percivalpuggina
Opinião do internauta
colunas anteriores
- 19.04.2019As Redes Sociais e o poder do indivíduo
- 17.04.2019Enquanto o fogo consumia minha herança
- 16.04.2019Semana Santa começa com o STF cometendo Pecados Mortais
- 13.04.2019Central Única dos desempregados
- 11.04.2019210 milhões de passo errado, 11 de passo certo
- 08.04.20191964 – O Brasil Entre Armas e Livros
- 05.04.2019A Tigrada
- 02.04.2019Solidariedade versus Estado de Bem-Estar Social
- 31.03.20191964 e a liberdade de opinião
- 29.03.2019Impositivo não é o orçamento, mas a realidade
- 26.03.2019O papel revolucionário da baixaria
- 23.03.2019Bicicletas e outros veículos
- 21.03.2019“Você sabe de onde eu venho?”
- 19.03.2019Destemperos de toga
- 15.03.2019O pau de arara midiático
- 12.03.2019Pronto, falei!
- 09.03.2019Hipocrisia!
- 06.03.2019Para cada Marielle, Anderson e Juliane
- 03.03.2019Novo governo e troca de sinal
- 01.03.2019Homofobia e racismo
- 26.02.2019O ministro e o Hino Nacional
- 23.02.2019A essência do conservadorismo (como o vejo)
- 21.02.2019A farsa do vazamento de Bebianno
- 19.02.2019Marighella, Wagner Moura e a distopia
- 03.02.2019Renan Calheiros e a velha política
- 01.02.2019Chavismo e lulismo, duas tragédias e muita lama
- 28.01.2019A esquerda e os militares no governo
- 25.01.2019“Se Flávio errou, ele terá de pagar...”
- 23.01.2019Bolsonaro Em Davos
- 19.01.2019Ouvir o que pensam e fazer o contrário
Colunas Relacionadas
- 07.01.2019A Primeira Semana
- 05.01.2019O socialismo e seus farsantes
- 02.01.2019Nossas crianças e o fim da tirania ideológica!
- 14.01.2019The Wall
- 08.01.2019A reserva dos derrotados
- 21.01.2019Posse
- 19.01.2019Ouvir o que pensam e fazer o contrário
- 18.01.2019O Brasil que renasceu das urnas
- 15.01.2019Por falar em Deus
- 28.01.2019Davos
- 25.01.2019“Se Flávio errou, ele terá de pagar...”
- 28.01.2019A esquerda e os militares no governo
- 23.01.2019Bolsonaro Em Davos
- 04.02.2019O Novo Congresso
- 01.02.2019Chavismo e lulismo, duas tragédias e muita lama
- 03.02.2019Renan Calheiros e a velha política
- 18.02.2019A Revolução
- 22.02.2019VACATION or VACATIONS?
- 11.02.2019A Revelação
- 25.02.2019A Reforma