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12 de junho de 1916.

Nasce Irwin Allen, produtor de cinema e de televisão conhecido como “O Mestre do Desastre”


Irwin Allen (Nova Iorque, 12 de junho de 1916 - Santa Monica, 2 de novembro de 1991) foi um produtor de cinema e de televisão, chamado de The Master of Disaster (o mestre do desastre) por causa do seu trabalho com filmes-catástrofe. Também ficou conhecido por criar inúmeras e memoráveis séries populares de televisão. Faleceu de ataque cardíaco em Santa Monica, na Califórnia.

Irwin Allen tornou-se órfão com apenas doze anos de idade. Isso talvez possa ter influenciado sua personalidade arredia ao convívio social, mas profundamente ligada aos amigos próximos e à persistência em atingir seus objetivos.

Quando jovem fez o curso de Jornalismo e Propaganda na Universidade de Columbia. Após seus estudos, obteve algum sucesso na mídia, na qual se destacou em um programa da Rádio KLAC, que foi produzido, escrito e apresentado por ele durante onze anos. Seu primeiro contato com o mundo do cinema se deu a partir da sua contratação como colunista da Hollywood Merry-Go-Round, criando para a TV um programa pioneiro sobre celebridades do mundo do cinema, com o mesmo nome. Em 1944 fundou uma agência de redatores do cinema e do rádio, e a partir dos anos 50 passou a explorar a área de produção. Grandes nomes passaram por Allen nesse período, como o então estreante Frank Sinatra em Isto Sim Que É Vida (Double Dynamite, 1951), primeira produção de Allen para o cinema, embora não creditada, com a sensual Jane Russel, Robert Mitchum e Groucho Marx. Este último veio a se tornar um de seus amigos mais chegados, tendo co-produzido Perdidos no Espaço, sob o nome de Van Bernard.

Irwin Allen chegou precocemente ao Oscar em 1952, na premiação do melhor documentário “O Mar Que Nos Cerca” (The Sea Arround Us, 1952), que produziu, dirigiu e roteirizou a partir do livro de Rachel L. Carson, com um magnífico trabalho de filmagem submarina. Não muito depois de fundar a Windsor Productions, direcionada à produção de filmes, dirigiu outro documentário O Milagre da Vida (The Animal World, 1956), com animação de Ray Harryhausen e Willis OBrien, e a película A História da Humanidade (The Story of Mankind, 1957), com Ronald Colman e Hedy Lamarr. Confome chamada publicitária, este último trazia o maior elenco jamais visto nas telas. Esta fita notabilizou-se por ter sido a última vez em que se reuniram os três irmãos Marx, numa única produção (Groucho, Harpo e Chico). Como co-roteirista, trabalhou também Charles Bennet, que mais tarde escreveu para O Grande Circo e o seriado Terra de Gigantes. O Grande Circo (The Big Circus, 1959), além de Allen e Bennet, foi também escrito por Irving Wallace, nela estrelando vários atores de destaque, como Victor Mature, Kathryn Grant, Peter Lorre, Rhonda Fleming e o seu amigo pessoal Red Buttons. Ali trabalhou também Paul Zastupnevich, que acompanharia Allen em inúmeras produções posteriores para o cinema e para a TV, como figurinista, auxiliar direto e amigo pessoal.

Os anos 60 levaram Irwin Allen aos estúdios da Twentieth Century Fox, pela qual se lhe abriram as portas para a ficção científica. Antes deses seriados, porém, produziu com Claude Raines o filme Mundo Perdido (Lost World, 1960), baseado no clássico de Conan Doyle e inspirado na legendária película de efeitos stop-motion, de Earl Hudson (1925). A obra de Allen rendeu variados footages para inserções em produções posteriores da Fox. De 1961 veio o longa-metragem Viagem ao Fundo do Mar (Voyage to the Bottom of the Sea, 1961), que Allen produziu e dirigiu, compartilhando roteiro com Charles Bennet, estrelando Walter Pidgeon. Em 1962 foi a vez de Cinco Semanas Num Balão (Five Weeks in a Balloon, 1962), atuando Allen na produção, direção e co-roteirização. Barbara Eden, que fez o papel-título de um dos mais queridos seriados de TV Jeannie é um Gênio, participou do elenco destes dois últimos.

Através das séries de TV Allen se consagrou como o maior produtor desse gênero no campo da ficção científica, comparado em qualidade - mas não em quantidade - apenas a Gene Roddenberry, pai de Jornada nas Estrelas. Assim havia de ser, já que a inspiração motivadora de cada um dos seus seriados partiu de consagrada fonte literária, que o produtor procurou transplantar para o cenário sci-fi. Assim, cada uma das séries, tem como matéria-prima remota os clássicos da literatura Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne (Viagem ao Fundo do Mar), A Família Robinson, de Johann Rudolf Wyss (Perdidos no Espaço), A Máquina do Tempo, de H.G.Wells (O Túnel do Tempo) e As Viagens de Gulliver, de Jonatham Swift (Terra de Gigantes).

A primogenitura desses seriados sci-fi cabe a Viagem ao Fundo do Mar (Voyage to the Bottom of the Sea,1964-68), estrelada por Richard Basehart e David Hedison, este último egresso do anterior Lost World. Abrilhantada pelo elegante submarino Seaview e seu filhote o Sub-Voador, teve 110 episódios de histórias relacionadas com mistérios do mar, ilusões psicológicas, seres extra-terrestres e guerra fria. Dividida em três temporadas, a primeira foi filmada em preto-e-branco (31 episódios).

Impulsionado pela corrida espacial, em 1965 foi ao ar Perdidos no Espaço (Lost in Space, 1965-68), com Guy Williams - que fizera o papel de Zorro no seriado homônimo da Disney - Billy Mumy, um robô (Bob May e voz de Dick Tufeld) e Jonathan Harris, que deu vida àquele que pode bem ter sido o mais conhecido personagem de seriados de todos os tempos, o arqui-famoso-anti-herói Dr. Smith. Narrando as aventuras e comédias de uma família vagando no espaço, o seriado teve três temporadas, a primeira em preto-e-branco (29 episódios), totalizando 83 capítulos. Música-tema confiada a John Williams (Star Wars, Indiana Jones, E.T., Jurassic Park, etc.), que também assinou as partituras das duas séries seguintes.

Após esses foi a vez de O Túnel do Tempo (The Time Tunnel, 1966-67), com James Darren, Robert Colbert, Lee Meriwhether e Whit Bissell. O seriado apresentava as aventuras de dois cientistas saltando de data em data, enquanto o controle central da pesquisa procura corrigir a falha técnica que os levou a essa situação. Enquanto Lost in Space era tido por Allen como sua criança mimada, O Túnel do Tempo era considerado sua série predileta. Paradoxalmente, foi a mais curta de todas, com apenas 30 episódios, cancelada por motivos de queda de audiência.

Encerrando o quarteto fantástico, chegou à TV Terra de Gigantes (Land of the Giants, 1968-70), com Gary Conway, Don Matheson e Deanna Lund, cria da sua produtora recém-fundada, a Kent Productions. Trata-se das aventuras de um grupo de passageiros e tripulantes da nave espacial Spindrift, que por um acidente chega a um planeta muito semelhante à Terra, mas numa dimensão que lhes fazem sentir-se diminutos como bonecos de brinquedo. Repleto de cenários gigantes, em sua maioria sem o uso de truques técnicos, o seriado mereceu um grande envolvimento de Allen e teve 51 capítulos, divididos em duas temporadas. A data do nascimento do produtor foi relembrada no episódio inaugural do seriado Terra de Gigantes, reproduzida no dia (12 de junho) e no número (6-12) do vôo da espaçonave Spindrift.

O grande sucesso das obras realizadas anteriormente para o cinema e a avassaladora conquista dos lares pelos seriados já seriam motivo bastante para se dar a Irwin Allen lugar de merecido destaque no mundo do entretenimento. Mas ainda lhe faltava fazer aquilo que veio lhe dar o título de Mestre dos Desastres. As obras principalmente responsáveis por isso foram O Destino do Poseidon (The Poseidon Adventure, 1972) e A Torre do Inferno (The Towering Inferno, 1974), pródigas em cenas de ação, suspense e realismo, ambientadas nas tragédias do afundamento de um transatlântico e um incêndio de um grande edifício. Diz-se que Allen teria ficado muito impressionado com filmagens reais feitas do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, em fevereiro de 1974, inspirando-o a fazer o filme. É importante registrar, contudo, que não havia a exploração inescrupulosa dos temas de desastres, não obstante o sucesso de bilheteria. Nestas obras se observa claramente a mensagem implícita de advertência e cuidados com a segurança, tão reconhecíveis que Allen chegou a ser nomeado Comandante Honorário do Corpo de Bombeiros em setenta e três cidades e Capitão Marítimo Honorário em vinte países!

No currículo de Allen seguiram-se obras de menor vulto: O Enxame (The Swarm, 1978) e Retorno Dramático ao Poseidon (Beyond the Poseidon Adventure, 1979) e algumas produções para a TV, dentre as quais duas séries não muito bem-sucedidas, A Família Robinson (Swiss Family Robinson, 1975) e Fogo! (Code Red, 1981). O longa-metragem de desastre O Dia Em Que O Mundo Acabou (When Time Ran Out, 1980), também não logrou maior projeção, não obstante o elenco, que incluía Paul Newman e Jacqueline Bisset. A TV hospedou ainda uma ninhada de filmes-desastres Hanging by a Thread (1979), Soterrados (Cave-In, 1983), The Night the Bridge Fell Down (1980), Inundação (Flood, 1976), Fogo! (Fire!, 1977) . Seus últimos trabalhos foram a mini-série Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 1985) e Outrage (1986), temas bastante distantes daqueles que consagraram seu nome. Ainda outras obras cinematográficas realizou também, não mencionadas nesta breve biografia.

Ausente desde 1986 para uma semi-aposentadoria por motivos de saúde, o Mestre dos Desastres veio a falecer de ataque cardíaco no Dia de Finados, 2 de novembro de 1991, em Santa Monica, Califórnia. Pareceu ter buscado seguir o destino de outro genial produtor, Gene Roddenberry, pai de Jornada nas Estrelas, que expirara poucos dias antes. No dia 3 de novembro, mas onze anos mais tarde, falecia Jonathan Harris. Allen deixou viúva Sheila Allen, que chegou a atuar em algumas das suas obras sob o nome de Sheila Mathews. Deixou não realizado por si o desejo de levar a cabo uma versão de cinema para Lost in Space e para Pinóquio, assim como a construção de um parque temático.

Allen recebeu doze indicações para o Oscar e recebeu cinco das estatuetas mais famosas de Hollywood. Além de um sem-número de admiradores, entusiastas e colecionadores de sua obra, Irwin Allen deixou o respeito e grande admiração de todos os cinéfilos, pelo que produziu, pelo homem de cinema que foi, pela dedicação paternal que dedicou a cada um de seus trabalhos. Dos seus seriados formou-se uma legião de fãs, diletantes e colecionadores, muitos organizados em clubes, disseminando encontros e convenções em inúmeros locais pelo mundo. Deixou-nos um legado que até hoje maravilha milhares de amantes das salas de projeção e das telas mágicas postas à frente dos sofás da sala.

Tags: Cinema, filme, catástrofe, desastre






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