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13 de abril de 1986.

O Papa João Paulo II visita uma sinagoga em Roma, primeira visita papal registrada à uma sinagoga

O Papa João Paulo II em sua chegada a Grande Sinagoga de Roma

João Paulo II ou São João Paulo II; em latim: Ioannes Paulus PP. II, em italiano: Giovanni Paolo II, em polonês: Jan Paweł II, nascido Karol Józef Wojtyła, (Wadowice, 18 de maio de 1920 — Vaticano, 2 de abril de 2005) foi o 264º Papa e líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana e Soberano da Cidade do Vaticano de 16 de outubro de 1978 até à sua morte. Teve o terceiro maior pontificado documentado da história, reinando por 26 anos, depois dos papas São Pedro, que reinou por cerca de trinta e sete anos, e Pio IX, que reinou por trinta e um anos. Foi o único Papa eslavo e polonês até a sua morte, e o primeiro Papa não italiano desde o neerlandês Papa Adriano VI em 1522.

João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. Teve um papel fundamental para o fim do comunismo na Polônia e talvez em toda a Europa, bem como significante na melhora das relações da Igreja Católica com o judaísmo, Islã, Igreja Ortodoxa, religiões orientais e a Comunhão Anglicana. Apesar de ter sido criticado por sua oposição à contracepção e a ordenação de mulheres, bem como o apoio ao Concílio Vaticano II e sua reforma das missas, também foi muito elogiado.

Foi um dos líderes que mais viajaram na história, tendo visitado 129 países durante o seu pontificado. Sabia se expressar em italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além do polonês, sua língua materna. Como parte de sua ênfase especial na vocação universal à santidade, beatificou 1340 pessoas e canonizou 483 santos, quantidade maior que todos os seus predecessores juntos pelos cinco séculos passados. Em 2 de abril de 2005, faleceu devido a sua saúde débil e o agravamento da doença de Parkinson. Em 19 de dezembro de 2009 João Paulo II foi proclamado "Venerável" pelo seu sucessor papal, o Papa Bento XVI. Foi proclamado Beato em 1º de maio de 2011 pelo Papa Bento XVI na Praça de São Pedro no Vaticano. Em 27 de abril de 2014, numa cerimônia inédita presidida pelo Papa Francisco, e com a presença do Papa Emérito Bento XVI, foi declarado Santo juntamente com o Papa João XXIII; sua festa litúrgica celebra-se no dia 22 de outubro.

Sacerdócio

Ao terminar os estudos no seminário de Cracóvia, Karol foi ordenado padre em 1º de novembro de 1946, Dia de Todos os Santos, pelo seu protetor, o arcebispo de Cracóvia Adam Sapieha. No dia seguinte, o padre Wojtyła celebrou sua primeira missa, na Catedral de Wawel. Ele então foi estudar Teologia em Roma, na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino, onde ele conseguiu a sua licenciatura e, posteriormente, o seu primeiro doutorado em Teologia, com a tese A Doutrina da Fé segundo São João da Cruz.

Bispo e cardeal

Em 4 de julho de 1958, enquanto Karol estava em férias, andando de caiaque nos lagos da região norte da Polônia, o Papa Pio XII o elevou à posição de bispo-auxiliar da Cracóvia. Ele foi então convocado a Varsóvia para se encontrar com o primaz da Polônia, o cardeal Wyszyński, que o informou de sua nova função. Ele concordou em servir como bispo auxiliar junto ao arcebispo Eugeniusz Baziak e ele foi ordenado ao episcopado (como bispo titular de Ombi) em 28 de setembro de 1958. O arcebispo Baziak foi o principal consagrador. Os então bispos auxiliares Boleslaw Kominek (futuro cardeal-arcebispo de Wroclaw) e Franciszek Jop (futuro bispo de Opole) foram os principais co-consagradores. Com a idade de 38 anos, Karol se tornara o mais jovem bispo da Polônia. O arcebispo Bakiak viria a morrer em junho de 1962 e, em, Karol Wojtyła foi escolhido como vigário capitular (administrador temporário) da arquidiocese até que um novo arcebispo pudesse ser escolhido.

Em outubro de 1962, Karol participou do Concílio Vaticano II (1962-1965), no qual ele contribuiu com dois dos mais importantes e históricos resultados do concílio, o "Decreto sobre a Liberdade Religiosa" (em latim: Dignitatis Humanae) e a "Constituição Pastoral da Igreja no Mundo Moderno" (Gaudium et Spes). Nesse concílio Karol já dava mostras de sua abertura para com o ecumenismo, pois recusava para a Igreja "o papel de monopolizadora da moral".

Ele também participou de todas as reuniões do Sínodo dos Bispos. Em 13 de janeiro de 1964, o Papa Paulo VI o elevou a arcebispo de Cracóvia. Em 26 de junho de 1967, Paulo VI anunciou a promoção do arcebispo Karol Wojtyła ao Colégio de Cardeais. Wojtyła foi nomeado cardeal-padre do titulus de San Cesareo in Palatio.

Em 1967, ele foi importante na formulação da encíclica Humanae Vitae, que trata das mesmas questões que impedem o aborto e o controle de natalidade por meios não-naturais. Até esse ano, 1967, Karol já tinha publicado mais de 300 ensaios em revistas e livros. Em 1970, de acordo com uma testemunha contemporânea, o cardeal Wojtyła foi contra a distribuição de uma carta nas redondezas de Cracóvia afirmando que o episcopado polonês estava se preparando para comemorar os cinquenta anos da Guerra Soviético-Polonesa (naquela época a Polônia estava então sob jugo soviético).

Um ano antes de ser eleito papa, Wojtyła abriu e consagrou a Igreja de Nossa Senhora Rainha da Polônia, em Nowa Huta, após mais de vinte anos de esforços contra o governo comunista polonês, que negou inúmeras vezes o pedido dos fiéis para a construção de uma igreja naquela região, inicialmente Karol persistiu para ganhar licenças, mas que com o passar do tempo foram somando em pequenos ganhos, como a ampliação de uma capela improvisada, até que em 1977, Wojtyła consagrou a igreja. Esse templo se tornou um símbolo de luta contra o comunismo, tanto que em 1979, o governo proibiu o então papa de ir até aquela igreja. Mas, quatro anos mais tarde o papa foi até aquele lugar com mais de 300 mil apoiadores.

Eleição para o papado

Em agosto de 1978, após a morte de Papa Paulo VI, o Cardeal Wojtyła votou no conclave papal que elegeu Papa João Paulo I. João Paulo I morreu após somente 33 dias como Papa em 28 de setembro de 1978, precipitando assim um outro conclave.

O segundo conclave de 1978 começou em 14 de outubro, dez dias após o funeral do Papa João Paulo I. Foi dividido entre dois fortes candidatos ao papado: Cardeal Giuseppe Siri, o conservador Arcebispo de Gênova, e o liberal Arcebispo de Florença, Cardeal Giovanni Benelli, um colaborador próximo de João Paulo I.

Os defensores da Benelli estavam confiantes de que ele seria eleito, e no início da votação, Benelli estava com nove votos. Entretanto, a magnitude da oposição a ambos significava que possivelmente nenhum deles receberia os votos necessários para ser eleito, e o Cardeal Franz König, Arcebispo de Viena, individualmente sugeriu a seus colegas eleitores um candidato de compromisso: o Cardeal polonês, Karol Józef Wojtyła, que aos 58 anos foi considerado jovem pelos padrões papais. Finalmente ganhou a eleição na oitava votação no segundo dia, de acordo com a imprensa italiana, com 99 votos dos 111 eleitores participantes. Em seguida, ele escolheu o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor, e a tradicional fumaça branca informou a multidão reunida na Praça de São Pedro, que um papa havia sido escolhido. Ele aceitou sua eleição com essas palavras: ‘Com obediência na fé em Cristo, meu Senhor, e com confiança na Mãe de Cristo e da Igreja, apesar das grandes dificuldades, eu aceito.’ Quando o novo pontífice apareceu na varanda, ele quebrou a tradição, dizendo a multidão reunida:

“Queridos irmãos e irmãs, todos estamos ainda tristes com a morte do querido papa João Paulo I. E agora os eminentíssimos Cardeais chamaram um novo Bispo de Roma. Chamaram-no de um país distante… Distante, mas sempre muito próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã. Tive medo ao receber esta nomeação, mas o fiz com espírito de obediência a Nosso Senhor e com a confiança total na sua Mãe, a Virgem Santíssima. Não sei se posso expressar-me bem na vossa... na nossa língua italiana. Se eu cometer um erro, por favor ‘korrijam’ [sic] me...”


O recém-eleito Papa João Paulo II na varanda.

Wojtyła tornou-se o 264 º papa de acordo com a ordem cronológica lista dos Papas e o primeiro papa não italiano em 455 anos. Com apenas 58 anos de idade, ele foi o mais jovem papa eleito desde Pio IX em 1846, que tinha 54 anos. Assim como seu antecessor imediato, João Paulo II dispensou a tradicional coroação papal e, em vez disso, recebeu a investidura eclesiástica que simplificou a cerimônia de posse papal, em 23 de outubro de 1978. Durante a sua posse, quando os cardeais estavam a ajoelhar-se diante dele para tomar seus votos e beijar o Anel do Pescador, ele levantou-se quando o prelado polonês, Cardeal Stefan Wyszyński, ajoelhou-se, interrompeu-o e simplesmente deu-lhe um abraço.


João Paulo II e o Cardeal Stefan Wyszyński.

Visitas ao Brasil

O papa João Paulo II esteve no Brasil quatro vezes, sendo três delas oficiais e uma delas, porém, permaneceu apenas no aeroporto, quando ia para a Argentina em 11 de junho de 1982, onde fez um rápido discurso durante a escala de seu voo no Rio de Janeiro.

Na primeira, chegou ao meio-dia de 30 de junho de 1980, foi recebido pelo então presidente general João Batista Figueiredo, percorreu treze cidades em apenas doze dias, percorrendo um total de 30.000 quilômetros. Durante 12 dias João Paulo II percorreu as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Aparecida, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Recife, Salvador, Belém, Teresina e Fortaleza. Essa visita foi marcada pela expectativa dos brasileiros em receber pela primeira vez um Papa no país e pela beatificação do jesuíta espanhol José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo.


O Papa é Gaúcho: João Paulo II em sua visita a Porto Alegre entre 4 e 5 de julho de 1980.

O Papa participou do X Congresso Eucarístico Nacional, realizado entre 30 de junho a 12 de julho 1980, em Fortaleza, no Ceará. Durante a visita, bancos e repartições públicas fecharam, teatros atrasaram os espetáculos e os esquemas rodoviários foram alterados. Essa foi uma das maiores movimentações populares já registradas no Brasil. Em pleno regime militar, defendeu a justiça social, liberdade sindical, reforma agrária, direitos humanos e educação sexual. Mas também condenou a Teologia da Libertação e o aborto. Nessa época o papa já era considerado a pessoa viva mais popular do mundo, mesmo com pouco tempo de papado, isso graças em parte de suas viagens. Destacou-se, na primeira visita, a música "A bênção, João de Deus", composta para a ocasião por Péricles de Barros.

A segunda visita foi entre 12 e 21 de outubro de 1991, sendo recebido em Brasília pelo então presidente Fernando Collor de Mello, visitou a Irmã Dulce, em Salvador, percorreu dez capitais e fez 31 pronunciamentos, beatificou Madre Paulina e na ocasião para um público de 60 mil pessoas, o papa afirmou durante a homilia: "Soube ela converter todas as suas palavras e ações num contínuo ato de louvor a Deus. Sua conformidade com a vontade de Deus levou-a a uma constante renúncia de si mesma, não recusando qualquer sacrifício para cumprir os desígnios divinos". O Papa abordou a questão indígena, a reprovação do uso de anticoncepcionais, o problema da divisão de terras, a família e a condenação do divórcio. A visita também foi marcada pelo fato de um menino de rua de 12 anos, descalço e vestido humildemente, ter ultrapassado barreira de segurança, em Goiânia, e ter se jogado nos braços do Papa, que retribuiu o carinho com um longo abraço.


Papa João Paulo II ao lado do ex-presidente Fernando Collor. Brasília, Brasil, 14 de outubro de 1991.

A terceira visita ao Brasil ocorreu entre 2 e 6 de outubro de 1997, foi recebido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Nessa visita o Papa participou do II Encontro Mundial com as Famílias, realizado na cidade do Rio de Janeiro, ficando por quatro dias na cidade. Em seus discursos, João Paulo II condenou o divórcio, o aborto e os métodos contraceptivos. Ele abençoou o Rio de Janeiro aos pés do Cristo Redentor. Em visita à cidade do Rio de Janeiro declarou: "Se Deus é brasileiro, o papa é carioca".


O Papa João Paulo II, entre a primeira-dama Ruth Cardoso e o presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua terceira visita ao Brasil, em 1997.

Nas três visitas oficiais de João Paulo II ao Brasil, tanto o Vaticano como os Correios editaram selos comemorativos para homenagear a passagem do pontífice no país. Ao todo foram impressos oito selos pela Casa da Moeda do Brasil. Um deles em homenagem póstuma, em 2005.

Além das viagens, também deixou mensagens aos bispos do Brasil, tais, como: "Não é possível compreender o homem a partir de uma visão econômica unilateral, e nem mesmo poderá ser definido de acordo com a divisão de classes", disse aos bispos brasileiros em 26 de novembro de 2002.

João Paulo II e o judaísmo

As relações entre o papa João Paulo II e o judaísmo começaram quando Karol Wojtyła era criança, essas relações continuaram na sua juventude e durante seu papado trabalhou para melhorar as relações entre o judaísmo e a Igreja Católica, o papa também se esforçou em tentar melhorar as relações entre judeus e muçulmanos. Por conta de seu trabalho o papa foi homenageado por lideranças judaicas.

As relações entre o catolicismo e o judaísmo melhoraram durante o pontificado de João Paulo II. Ele falou com frequência sobre a relação da Igreja com os judeus.

Em 7 de junho de 1979, João Paulo II se tornou o primeiro papa a visitar o campo de concentração Auschwitz, na Polônia, onde muitos de seus compatriotas (majoritariamente judeus poloneses) haviam perecido durante a ocupação alemã da Polônia na Segunda Guerra Mundial. Em 1998, o papa publicou "Nós Lembramos: Uma Reflexão sobre a Shoah", que delineou seu pensamento sobre o Holocausto. Ele se tornou o primeiro papa a fazer uma visita papal oficial a uma sinagoga, quando ele visitou a Grande Sinagoga de Roma em 13 de abril de 1986.

Em 1994, João Paulo II estabeleceu relações diplomáticas formais entre a Santa Sé e o Estado de Israel, reconhecendo sua importância central na vida e fé judaicas. Em honra a este evento, o papa João Paulo II patrocinou o "Concerto Papal para Comemoração do Holocausto". Este concerto, que foi concebido e conduzido pelo maestro norte-americano Gilbert Levine, contou com a presença de Elio Toaff, o Rabino principal de Roma, do presidente da Itália Oscar Luigi Scalfaro e de sobreviventes do Holocausto vindos do mundo inteiro.

Em 23 de março de 2000, João Paulo II visitou o memorial de Yad Vashem, um monumento nacional israelense em honra às vítimas e heróis do Holocausto, e depois entrou para a história ao tocar um dos mais sagrados objetos de devoção do Judaísmo, o Muro das Lamentações, a 26 de março de 2000, seguindo o costume de colocar uma carta entre as frestas de seus tijolos (na qual ele pediu perdão pelas perseguições contra os judeus). Em parte do seu discurso, ele disse: "Eu asseguro o povo judeu que a Igreja Católica... está profundamente entristecida pelo ódio, atos de perseguição e mostras de anti-semitismo dirigidas contra os judeus pelos cristãos, à qualquer tempo, em qualquer lugar" e acrescentou que "não há palavras fortes o suficiente para deplorar a terrível tragédia do Holocausto". O ministro israelense, rabino Michael Melchior, que foi o anfitrião do papa durante a visita, disse que estava "muito comovido" pelo gesto do papa.


João Paulo II deixa uma mensagem no Muro das Lamentações em Jerusalém.

Condenação da Máfia

O Papa João Paulo II foi o primeiro pontífice a condenar abertamente a violência da Máfia.

Em 9 de maio de 1993, durante uma peregrinação a Agrigento, na Sicília, ele apelou aos mafiosos: "Eu digo aos responsáveis: “Convertam-se! Um dia, o juízo de Deus vai chegar".

O ex-secretário pessoal de João Paulo II, o cardeal Stanislaw Dziwisz, disse em 2011 que o falecido pontífice "ficou realmente irritado apenas duas vezes em sua vida", e uma dessas vezes foi em Agrigento, "quando denunciou a máfia".

Fonte: Wikipédia


Tags: Papa, vaticano, igreja, catolicismo, João Paulo II, Sinagoga






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