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05 de junho de 1975.

O Canal de Suez é novamente aberto ao tráfego marítimo internacional

Mapa do Canal de Suez

O Canal de Suez (em árabe: قناة السويس Qanāt al-Suways) é uma via navegável artificial a nível do mar localizada no Egito, entre o Mediterrâneo e o mar Vermelho. Inaugurado em 17 de novembro de 1869, após 10 anos de construção, permite que navios viajem entre a Europa e a Ásia Meridional sem ter de navegar em torno de África, reduzindo assim a distância da viagem marítima entre o continente europeu e a Índia em cerca de 7 mil quilômetros. Na ponta norte do canal está Porto Said, onde existem duas saídas para o mar; no lado sul está a cidade de Suez, onde há uma saída para o mar. Ismaília está em sua margem oeste, a 3 km a partir da metade do canal. Em 2012, 17.225 navios atravessaram a passagem de Suez, uma média de 47 por dia.

Quando construído, o canal tinha 164 km de comprimento e 8 metros de profundidade. Depois de vários alargamentos, tem 193,30 km de comprimento, 24 m de profundidade e 205 m de largura. A passagem consiste do canal de acesso norte de 22 km, do próprio canal de 162,25 km e do acesso sul, de 9 km.

O canal tem paradas na passagem de Ballah e no Grande Lago Amargo. A via não contém eclusas; a água do mar flui livremente através dela. Em geral, o canal a norte dos lagos amargos fluem para o norte no inverno e para o sul no verão. A sul dos lagos, as seguem a maré em Suez. O canal pertence e é mantido pela Autoridade do Canal do Suez (SCA) do governo do Egito. Nos termos da Convenção de Constantinopla, ele pode ser usado "em tempo de guerra como em tempo de paz, por todos os navios de comércio ou de guerra, sem distinção de bandeira”.

Em agosto de 2014, foi iniciada a expansão da passagem de Ballah em 35 km, ao custo de 8,4 bilhões de dólares, para aumentar a capacidade do canal. O financiamento foi providenciado através da emissão de certificados de investimento exclusivamente para entidades e indivíduos egípcios. Esta expansão deve dobrar a capacidade do canal de Suez 49 para 97 navios por dia. O "Novo Canal de Suez", como a expansão foi apelidada, foi inaugurado em uma cerimônia no dia 6 de agosto de 2015.


Imagem de satélite do Canal de Suez.

História
Antiguidade

Possivelmente no começo da XII Dinastia o faraó Sesóstris III (1878 - 1839 a.C.) deve ter construído um canal oeste-leste escavado através do Uadi Tumilate, unindo o rio Nilo ao mar Vermelho, para o comércio direto com Punt. Evidências indicam sua existência pelo menos no século XIII a.C. durante o reinado de Ramsés II. Mais tarde entrou em decadência, e de acordo com a História do historiador grego Heródoto, o canal foi escavado por volta de 600 a.C. por Necho II, embora Necho II não tenha completado seu projeto.

O canal foi finalmente completado em cerca de 500 a.C. pelo rei Dario I, o conquistador persa do Egito. Dario comemorou seu feito com inúmeras estelas (monólitos) de granito que ele ergue às margens do Nilo, incluindo uma próxima a Cabret, a 130 km de Suez, onde se lê:

Diz o rei Dario: Eu sou um persa. Partindo da Pérsia, conquistei o Egito. Eu ordenei que esse canal fosse escavado a partir do rio chamado Nilo que corre no Egito, até o mar que começa na Pérsia. Quando o canal foi escavado como eu ordenei, navios vieram do Egito através deste canal para a Pérsia, como era a minha intenção.

O canal foi novamente restaurado por Ptolomeu II Filadelfo por volta de 250 a.C. Nos 1000 anos seguintes ele seria sucessivamente modificado, destruído, e reconstruído, até ter sido totalmente abandonado no século VIII pelo califa abássida Almançor.


Mapa do Canal dos Faraós.

Século XIX

A companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal. Estima-se que 1,5 milhão de egípcios tenham participado da construção do canal e que 120.000 morreram, principalmente de cólera.

Em 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi em 17 de novembro de 1869. O imperador da França Napoleão III, não estava presente, estando enfermo, sendo representado pela sua esposa a Imperatriz Eugenia, sobrinha do próprio Lesseps. Ao contrário da crença popular, a ópera Aida não foi encomendada ao compositor italiano Verdi para ser apresentada na inauguração, que só foi concluída e apresentada dois anos depois. Também presente como jornalista convidado, o escritor português Eça de Queiroz escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.


Ferdinand de Lesseps.

A dívida externa do Egito obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Unido, que garantia assim sua rota para as Índias. Essa compra, conduzida pelo primeiro-ministro Disraeli, foi financiada por um empréstimo do banco Rotschild. As tropas britânicas instalaram-se às margens do canal para protegê-lo em 1882.

Em 25 de novembro de 1875, o Reino Unido torna-se acionista majoritário do Canal de Suez, pois passa a possuir 172.602 ações de um total de 400.000 ações ordinárias.

A Convenção de Constantinopla (1888) estabeleceu a neutralidade do Canal que, mesmo em tempos de guerra, deveria servir a qualquer nação. Mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos negociaram o Acordo Sykes-Picot, que dividia o Oriente Médio de modo a afastar a influência francesa do canal.

Em 26 de julho de 1956, Gamal Abdel Nasser nacionalizou a companhia do canal com o intuito de financiar a construção da Barragem de Assuã, após a recusa dos Estados Unidos de fornecer os fundos necessários. Em represália, os bens egípcios foram congelados e a ajuda alimentar suprimida. Os principais acionários do canal eram, então, os britânicos e os franceses. Além disso, Nasser denuncia a presença colonial do Reino Unido no Oriente Médio e apoia os nacionalistas na Guerra da Argélia.

O Reino Unido, a França e Israel se lançam então numa operação militar, batizada operação mosqueteiro, em 29 de outubro de 1956. A Crise do canal de Suez durou uma semana. A ONU confirmou a legitimidade egípcia e condenou a expedição franco-israelo-britânica com uma resolução.

Com a Guerra dos Seis Dias em 1967, o canal permaneceu fechado de 5 de junho de 1967 até 5 de junho de até 1975, com uma força de manutenção da paz da ONU, a qual permaneceu lá estacionada até 1974. Quando da Guerra do Yom Kipur em 1973 foi recuperado o canal, bem como foram destruídas as fortificações do exército israelense ao longo do canal.


Uma das primeiras travessias do canal no século XIX.

Fonte: Wikipédia


Tags: Canal de Suez, canal, Egito, navegação, Suez, Israel, Guerra dos Seis Dias, Guerra do Yom Kippur, Canal do Panamá






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