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06 de junho de 1985.

No Brasil é exumado um corpo posteriormente identificado como do nazista Josef Mengele, o “Anjo da Morte”

Josef Mengele

Josef Mengele (Günzburg, 16 de março de 1911 — Bertioga, 7 de fevereiro de 1979) foi um médico alemão que se tornou infame por ter atuado como cientista durante o regime nazista. O apelido de Mengele era Beppo, mas ele ficou conhecido como o "Anjo da Morte" do campo de concentração de Auschwitz. Ele atuou como oficial médico chefe da principal enfermaria do campo de Birkenau, que era parte do complexo Auschwitz-Birkenau - muito embora não tenha sido o oficial médico em chefe de Auschwitz; acima na hierarquia encontravam-se os médicos Eduard Wirths e Hilario Hubrichzeinen.

No fim da Segunda Guerra Mundial Josef Mengele fugiu da Alemanha passando por alguns países, até encontrar acolhida na Argentina, onde permaneceu algum tempo até que seu companheiro Adolf Eichmann foi localizado em Buenos Aires por agentes do Mossad. Mengele fugiu para o Paraguai e depois para o Brasil, onde morreu em 7 de fevereiro de 1979 na cidade de Bertioga, interior de São Paulo, sob o nome falso "Wolfgang Gerhard". Em 2015 foi realizado na Inglaterra o exame de DNA a partir de amostras doadas pelo filho de Josef Mengele, vindo a confirmar que os restos mortais enterrados no cemitério de Embu das Artes pertenciam de fato à Josef Mengele.


Portão principal de Auschwitz I, onde se lê a frase "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta").

A evasão

Em 26 de Novembro de 1944, Richard Baer, comandante de Auschwitz, recebeu uma estranha ordem para desmantelar a instalação, decaindo o ritmo de extermínio do campo. A ordem provinha diretamente de Adolf Hitler, e a muitos causou surpresa a situação. Apenas 23 dias antes Mengele tinha estado na seleção de prisioneiros para enviar às câmaras de gás. Para ele a ordem não causou estranheza, pois estava convencido que a Alemanha Nazista perderia a guerra. Mengele abandonou de forma encoberta o campo em 17 de janeiro de 1945, e 10 dias depois o Exército Vermelho chegou ao campo e capturou seus prisioneiros. Após abandonar Auschwitz foi para o antigo campo de concentração de Gross-Rosen. Em Agosto de 1944 este campo foi fechado. Em abril de 1945 fugiu para o oeste disfarçado como membro da infantaria regular alemã, com identidade falsa, mas foi capturado.


Richard Baer, Josef Mengele e Rudolf Hoess comandante do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia.

Como prisioneiro de guerra, cumpriu pena de prisão perto de Nuremberg. Foi libertado depois, quando se desconhecia a sua identidade. Durante os julgamentos de Nuremberg não se mencionou Josef Mengele como genocida. Sabe-se que fugiu para a Argentina, provavelmente ainda na década de 1940. As rotas de fuga usadas por vários criminosos de guerra nazistas eram conhecidas como Ratlines. Todavia, com a captura de Adolf Eichmann por agentes da Mossad, em Buenos Aires, Mengele decidiu fugir da Argentina e se escondeu no Paraguai para depois passar para o Brasil, onde teria vivido em Mamborê, Estado do Paraná. Lá, exercera ilegalmente a medicina, recebendo pacientes e prescrevendo medicamentos, sempre com identidade falsa. A Polícia Civil recebera a notícia do exercício ilegal da profissão, e por conta da investigação, Mengele fugiu antes da ação penal ter sido ajuizada. Prescrito esse crime, o delegado de polícia requereu o arquivamento do inquérito policial, e o Poder Judiciário assim declarou, já nos anos 80.

Ato contínuo à fuga de Mamborê, Mengele continuou seu périplo pelo Brasil, tendo residido clandestinamente em diversas localidades: Serra Negra, Assis, Marília, Nova Europa, Mogi das Cruzes, Poá e Bertioga, no estado de São Paulo, até à sua morte. Inacreditavelmente, nem a Mossad nem o Centro Simon Wiesenthal conseguiram localizá-lo apesar de o seu filho Rolf o ter visitado duas vezes e com ele trocar correspondência. Sabe-se hoje que, no Brasil, viveu num sítio em Caieiras de propriedade de um casal de austríacos, Wolfram e Liselotte Bossert, sob o nome falso de Wolfgang Gerhard. Quando lhe perguntavam o passado, afirmava que como oficial alemão se limitava a selecionar as pessoas aptas para o trabalho e que nunca matara ninguém.


Josef Mengele na época em que já morava no Brasil.

Em 1979, o seu estado de saúde estaria em franca deterioração e a família austríaca que o assistia convidou-o a refrescar-se na praia de Bertioga, no litoral paulista. Segundo apurado entre as testemunhas, ele banhava-se no mar, sentiu-se mal, vindo a perecer afogado, embora socorrido por populares. No boletim de ocorrência lavrado logo após a morte, apontava como naturezas do óbito um mal súbito e afogamento muito embora ele não apresentasse sinais de afogamento comuns, como vômitos e água expelida pelas narinas e pela boca. Tudo indicava que ele foi retirado do mar já sem vida, e Wolfram Bossert (que é apontado como um ex-oficial do Exército nazista que morava no Brasil desde a década de 1950), acabou sendo levado para o Pronto Socorro por conta do esforço para resgatar o corpo de Mengele da água.

Os seus restos mortais foram exumados em 6 de junho de 1985, no cemitério de Rosário, na cidade de Embu das Artes, na grande São Paulo. A perícia, conduzida por especialistas do IML e da FOUSP, determinou que a ossada era do médico nazista: um defeito que tinha nos dentes superiores anteriores foi comprovado, além de coincidir em idade e estatura. Em 1992, uma análise de DNA confirmou finalmente a sua identidade. Mengele nunca foi punido pelas suas atitudes, falecendo praticamente sozinho no litoral paulista. Em 2015 foi realizado na Inglaterra o exame genético feito com a amostra de sangue doada por Rolf, filho de Josef Mengele, e fragmentos de ossos do corpo exumado do cemitério de Embu das Artes pelos doutores Alec Jeffreys, da Universidade de Leicester, e Erika Hagelberg, da Universidade de Oxford, confirmando que os restos mortais eram de Josef Mengele.

Rolf Mengele emitiu uma declaração em 10 de junho de 2015 admitindo que o corpo era de seu pai. Ele disse que a notícia da morte de seu pai, tinha sido mantida em segredo para proteger as pessoas que tinham abrigado seu pai por tantos anos. A família Mengele se recusou a ter os restos mortais repatriados para a Alemanha, eles permanecem armazenados no Instituto de Medicina Forense São Paulo.

Fonte: Wikipédia


Tags: Auschwitz, holocausto, nazista, nazismo, Josef Mengele, Anjo da Morte






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