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RSSErich Honecker, ex-lÃder da Alemanha Oriental, é libertado de uma prisão em Berlim e imigra para o Chile
Embora tenha chefiado o governo da antiga República Democrática Alemã, a RDA comunista, durante 18 anos, Erich Honecker (1912–1994) entrou para a História como suposto criminoso. Foi chefe da segurança que supervisionou a construção do Muro de Berlim e respondeu a processo judicial sob a acusação de haver ordenado a morte de 200 pessoas que tentaram cruzar o Muro entre 1961 e 1989.
Às 10h25 de 13 de janeiro de 1993, ele comemorou sua última vitória. O porta-voz da Justiça, Bruno Rautenberg, anunciou o arquivamento do processo e a libertação de Honecker da prisão preventiva de Berlim-Moabit. Um mandado de prisão por regalias que desfrutara no condomÃnio residencial das lideranças do Politburo (órgão central do Partido Comunista), em Wandlitz, também foi suspenso. Seguiram-se horas de espera, especulações e dribles da polÃcia.
Vôo para o exÃlio
Finalmente, à s 15h03, Honecker era um homem livre, a caminho do aeroporto de Berlim-Tegel. Às 20h15, embarcou no vôo 2431 da Lufthansa, via Frankfurt e São Paulo, para o exÃlio em Santiago do Chile. Segundo seu advogado, Friedrich Wolf, ele se despediu sem dizer frases históricas que merecessem ser transmitidas à s gerações futuras.
Sua libertação causou protestos das vÃtimas do regime comunista alemão-oriental.
Das minas a Moscou
Honecker nasceu em 25 de agosto de 1912, numa famÃlia de mineiros da cidade de Wiebelskirchen, na região do Sarre, próxima à fronteira da França. Ingressou aos 14 anos na Juventude Comunista. Em 1929, filiou-se ao Partido Comunista e, um ano depois, foi para Moscou, onde estudou por alguns meses na Escola Lênin.
Com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, em 1933, passou à clandestinidade. Em dezembro de 1935, foi preso pela Gestapo, a polÃcia secreta do regime nazista. Foi condenado por alta traição e ficou preso quase dez anos numa prisão perto de Berlim.
Após ser libertado pelo Exército da União Soviética em 1945, voltou a se filiar ao Partido Comunista, denominado na RDA Partido Socialista Unitário da Alemanha (SED). Dirigiu a Juventude Comunista entre 1946 e 1955 e, em 1950, ingressou como suplente no Politburo. Entre 1956 e 1957, passou mais uma temporada em Moscou e se tornou titular do Politburo em 1958, assumindo o posto de secretário do Comitê Central do SED para questões de segurança.
Construção do Muro
Dez anos após supervisionar a construção do Muro de Berlim, foi eleito secretário-geral do SED, em 3 de maio de 1971, após a demissão do secretário-geral Walter Ulbricht. Um mês depois, passou a chefiar também as Forças Armadas. Em outubro de 1976, foi eleito presidente do Conselho de Estado. Em setembro de 1987, foi recebido com honras pelo chanceler federal Helmut Kohl, na primeira visita oficial de um chefe do regime comunista alemão à República Federal da Alemanha.
Pressões e queda do Muro
No começo de 1989, descartava a possibilidade de reunificação da Alemanha, afirmando que o Muro de Berlim ainda duraria cem anos. Em outubro do mesmo ano, foi deposto por um golpe de membros de seu governo, pressionados pela abertura soviética e as manifestações em favor da democracia, que forçaram a derrubada do Muro de Berlim.
Para escapar da prisão, Honecker fugiu em 1991 para Moscou e se refugiou na embaixada chilena. Antes que fosse extraditado para a Alemanha, voltou ao paÃs em julho de 1992. Ficou preso por seis meses na Alemanha, acusado pelas mortes no Muro. Sofria de câncer do fÃgado e os médicos lhe davam apenas mais três meses de vida, quando o julgamento foi suspenso. Passou o último ano de vida recluso num subúrbio de Santiago, com a mulher e a famÃlia de sua filha. Morreu no dia 30 de maio de 94 e foi cremado no Chile.
Sem arrependimentos
Honecker nunca lamentou os abusos cometidos durante o seu governo e morreu sem renegar seu passado comunista. Dizia que a reunificação da Alemanha era o inÃcio de um Quarto Reich e responsabilizou o ex-lÃder soviético Mikhail Gorbatchov por permitir a queda do regime comunista na Alemanha Oriental.
A imolação da República Democrática Alemã é a pior coisa que já vivenciei, mas nem por causa disso o socialismo desapareceu do cenário histórico mundial. O futuro vai demonstrar isso, foi uma de sua últimas declarações públicas.
Fonte: [link=http://www.dw-world.de/dw/0,,607,00.html?id=607]Rádio Deutsche Welle [/link]
Opinião do internauta
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