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12 de junho de 1964.

Nelson Mandela é condenado à prisão perpétua

Nelson Mandela na época do Julgamento de Revonia

Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 — Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 27 de abril de 1994 a 16 de junho de 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.

Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, recusou esse destino aos 23 anos ao seguir para a capital, Joanesburgo, e iniciar sua atuação política. Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude, acabando como réu em um infame julgamento por traição. Foragido, tornou-se depois o prisioneiro mais famoso do mundo e, finalmente, o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação do seu país, como uma sociedade multiétnica.

Mandela passou 27 anos na prisão - inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha internacional, ele foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil em seu país. Em dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA americana foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962, quando agentes americanos foram empregados para auxiliar as forças de segurança da África do Sul e para localizá-lo. Até 2009, ele havia dedicado 67 anos de sua vida à causa que defendeu como advogado dos direitos humanos e pela qual se tornou prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro presidente da África do Sul livre. Em sua homenagem, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, 18 de julho, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.

Mandela foi uma figura controversa durante grande parte da sua vida. Denunciado como sendo um terrorista comunista por seus críticos, ele acabou sendo aclamado internacionalmente por seu ativismo e recebeu mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética. Seus críticos apontam seus traços egocêntricos e o fato de seu governo ter sido amigo de ditadores simpáticos ao Congresso Nacional Africano (CNA). Em sua vida privada, enfrentou dramas pessoais mas permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país. Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo".

Julgamento de Rivonia

Julgamento de Rivonia é como passou à história o célebre julgamento ocorrido em 1963 e 1964, na África do Sul sob o Apartheid, no qual dez líderes da Aliança do Congresso foram acusados de sabotagem e foram submetidos a uma condenação à morte.

Recebeu o nome devido ao local onde foram presas seis dessas lideranças - o subúrbio de Joanesburgo chamado Rivonia, e tinham ali seu esconderijo, numa fazenda chamada Liliesleaf, cuja fotografia se pode ver abaixo. Naquela época o local, afastado cerca de 10 milhas do centro da cidade, era uma região de sítios, completamente rural, em contraste com a situação atual, onde é um centro de comércio. A prisão ocorreu em 11 de julho de 1963.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e8/Liliesleaf_hut1.jpg/640px-Liliesleaf_hut1.jpg
Casa em Rivonia (Winston Avenue) onde diversos ativistas foram presos, em 1963.

Envolvidos

Dez réus foram levados a julgamento: Nelson Mandela, Walter Sisulu, Denis Goldberg, Govan Mbeki, Ahmed Mohamed Kathrada, Lionel "Rusty" Bernstein, Raymond Mhlaba, James Kantor, Elias Motsoaledi e Andrew Mlangeni.

Não foram julgados os seguintes líderes do Congresso Nacional Africano (CNA) e do Partido Comunista da África do Sul (PCAS): Robert Hepple (PCAS), Harold Wolpe e Arthur Goldreich (PCAS, presos em Rivonia, mas escaparam) e, finalmente, o Chefe Albert Luthuli, presidente geral do CNA.

Também foram nele envolvidos Oliver Tambo (CNA, no exílio), Ruth First (líder do PCAS), Joseph Slovo (PCSA, no exílio) e Michael Harmel (PCSA).

Era, então, primeiro-ministro Henrik Verwoerd e ministro da justiça John Vorster; o julgamento foi acompanhado por observadores britânicos e estadunidenses.

Julgamento

Tomando por base documentos encontrados que incriminavam os réus, dentre eles um referente a guerrilha (chamado de Operação Mayibuye), bem como anotações de Mandela sobre guerrilha e seu diário de viagem pela África de 1962, a acusação foi feita pelos promotores Percy Yutar e A. B. Krog.

Mandela já estava preso, condenado por incitação e por haver deixado o país ilegalmente e, em vez de ser arrolado como testemunha, foi levado também ao banco dos réus, onde em 20 de abril de 1964 proferiu o seu famoso discurso "Estou preparado para morrer".

A 12 de junho de 1964 oito dos réus foram condenados à prisão perpétua pelo juiz Quartus de Wet, no Palácio da Justiça, em Pretória.

Fonte: Wikipédia


Tags: Mandela, África do Sul, apartheid, racismo






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