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16 de junho de 1977.

Morre Wernher von Braun

Wernher von Braun em Peenemünde, na primavera de 1941.

No dia 16 de junho de 1977, falecia Wernher von Braun, um dos pioneiros na pesquisa da técnica de foguetes espaciais.

"Um pequeno passo para uma pessoa, um salto para a humanidade." A frase do americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, em 20 de julho de 1969, só pôde ser dita graças ao trabalho de uma figura-chave no mundo da astronáutica: o alemão Wernher von Braun (1912-1977). Desde 1960 diretor do Centro Marshall de voos espaciais da Nasa, Von Braun foi responsável pelo desenvolvimento dos foguetes Saturno V, que permitiram o envio da nave Apollo 11 à Lua.

De família aristocrática e conservadora, Von Braun, nascido em 23 de março de 1912 na cidade de Wirsitz (hoje Wirzyzk, Polônia), interessou-se desde cedo pela cosmonáutica. Em 1925, mergulhou na leitura de um livro do "pioneiro dos foguetes", Hermann Oberth, no qual eram apontados os caminhos para uma viagem espacial tripulada.

Com o propósito de levar à frente suas ideias, Von Braun mostrou-se apto a fazer qualquer concessão aos donos do poder. Para ele, a ciência não possuía "dimensões morais em si". E foi através da proximidade com as Forças Armadas da Alemanha nazista que ele pôde concluir, no ano de 1934, sua tese de doutorado sobre Os princípios básicos dos foguetes movidos a combustível líquido.

Primeiro foguete operacional do mundo

Alguns anos depois, Von Braun tornou-se diretor-técnico da base militar de Peenemünde, localizada numa ilha do Mar Báltico, no norte da Alemanha. Sob seu comando, foi desenvolvido o V-2 (V de Vergeltung, que em alemão significa vingança), o primeiro foguete operacional do mundo. Após testes em 1942, os V-2 foram usados durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente em bombardeios a Londres, tendo ficado conhecidos como "armas do terror".

Utilizados em grande escala pela Alemanha para atacar cidades das forças aliadas, os artefatos deixaram um saldo de 8.500 mortos e 46.200 feridos. Von Braun também certamente sabia que milhares de trabalhadores forçados, mantidos em campos de concentração, faziam parte da equipe de produção em série dos V-2. O cientista nunca protestou contra tais condições de trabalho escravo.

Apesar de sua conivência com o regime nazista, Von Braun foi poupado de um julgamento oficial e mesmo moral após o fim da guerra. Acompanhado de seus 130 assistentes da base militar de Peenemünde, o especialista alemão foi enviado aos Estados Unidos para trabalhar em sistemas de mísseis teleguiados, tão logo entregou-se às tropas norte-americanas em maio de 1945. O interesse militar por ocasião da Guerra Fria falou mais alto que qualquer julgamento moral.

Defesa do programa Apollo

Em 1961, von Braun foi convidado pelo então presidente Kennedy a coordenar o programa Apollo, que anos mais tarde levaria o homem à Lua. Acusado por alguns de dispender muito dinheiro com um projeto megalômano, no qual estavam envolvidas 20 mil empresas, centenas de instituições e departamentos públicos, mais de 400 mil pessoas e gastos em torno de 24 bilhões de dólares, von Braun defendeu-se: "O programa Apollo não foi um desperdício louco de dinheiro público, mas um dos investimentos mais racionais, inteligentes e com visão de futuro que qualquer nação já fez".

As viagens ao espaço programadas por Von Braun acabaram, no entanto, ficando muito aquém do esperado. A partir de 1965, foi reduzida não só boa parte das verbas destinadas a seus projetos, mas principalmente o apoio político a seus planos de criar uma estação espacial e organizar uma missão a Marte.

Amargurado, o cientista despediu-se da Nasa em 1972, instituição da qual havia sido nomeado diretor de planejamento dois anos antes. Em 1975, ele fundou o Instituto Nacional de Astronáutica, pouco antes de morrer, vítima de câncer, a 16 de junho de 1977, na cidade de Alexandria (Virgínia), nos Estados Unidos.

Fonte: Deutsche Welle


Tags: Peenemünde, foguetes, V-1, V-2, nazismo, Wernher von Braun, Apollo 11, Programa Apollo






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