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25 de fevereiro de 1992.

Massacre de Khojaly: durante a Guerra de Nagorno-Karabakh, cerca de 613 civis são executados pelo exército armênio no Azerbaijão

Vítimas civis azeris do massacre de Khojaly

A Guerra de Nagorno-Karabakh designa o conflito armado ocorrido entre fevereiro de 1988 e maio de 1994, no pequeno enclave étnico de Nagorno-Karabakh  no sudoeste do Azerbaijão, opondo a maioria étnica armênia residente em Nagorno-Karabakh apoiada pela República da Armênia à República do Azerbaijão. Com o decurso da guerra, a Armênia e o Azerbaijão, duas antigas repúblicas soviéticas, envolveram-se numa longa e não declarada guerra nos picos montanhosos de Karabakh, face à tentativa do Azerbaijão de dominar o movimento secessionista em Nagorno-Karabakh. O parlamento do enclave tinha votado favoravelmente à sua integração na Armênia e um referendo levado a cabo resultou numa larga maioria da população de Karabakh a manifestar-se a favor da independência do Azerbaijão. A ideia da unificação com a Armênia, que proliferou no final da década de 1980, começou de uma forma relativamente pacífica, contudo, à medida que a desintegração da União Soviética se aproximava, o conflito tornou-se gradualmente mais violento, resultando em acusações de limpeza étnica de parte a parte.

Os confrontos entre etnias estalaram pouco após o parlamento de Nagorno-Karabakh, na altura um oblast autônomo no Azerbaijão, votou favoravelmente à unificação da região com a Armênia a 20 de Fevereiro de 1988. A declaração de secessão do Azerbaijão foi o resultado final de um "longo ressentimento na comunidade armênia de Nagorno-Karabakh contra as sérias limitações à sua liberdade cultural e religiosa pelas autoridades centrais soviéticas e azeris", mas mais importante, de um conflito pela posse do território.

Juntamente com os movimentos secessionistas nas repúblicas bálticas da Estônia, Letônia e Lituânia, os movimentos secessionistas no Cáucaso caracterizaram e desempenharam um papel importante na dissolução da União Soviética. O Azerbaijão declarou-se independente da União Soviética e removeu os poderes detidos pelo governo do enclave, a maioria armênia votou pela independência face ao Azerbaijão, tendo no processo proclamado o enclave como a República de Nagorno-Karabakh.

O conflito estalou definitivamente no final do inverno de 1992. A mediação internacional tentada por diversos grupos como a OSCE não conseguiu terminar com o conflito gerando uma solução com que ambos os lados concordassem. Na primavera de 1993, as forças armênias conquistaram regiões fora do enclave, ameaçando o envolvimento de outros países da região. No final da guerra, em 1994, os armênios controlavam totalmente o enclave, além de uma extensão que ainda controlam de cerca de 9% do território azeri fora do enclave. Cerca de 400.000 armênios do Azerbaijão e 800.000 azeris da Armênia e de Karabakh foram deslocados devido ao conflito. Um tratado de cessar-fogo foi assinado em Maio de 1994 e conversações de paz, mediadas pelo Grupo de Minsk da OSCE, têm sido mantidas desde então entre a Armênia e o Azerbaijão.


Fronteiras finais do conflito após a assinatura do cessar-fogo de 1994.

O Massacre de Khojaly reporta-se ao assassinato de centenas de civis azeris da povoação de Khojaly no Azerbaijão ocorrido em 25–26 de fevereiro de 1992 por armênios, e, parcialmente pelas forças armadas da CEI durante a Guerra de Nagorno-Karabakh.

De acordo com a versão azeri, bem como a Memorial Human Rights Center, a Human Rights Watch e outras organizações internacionais o massacre foi cometido por forças armadas de etnia armênia, com apoio do 366.º Regimento Motorizado russo, aparentemente não agindo de acordo com ordens do comando. As autoridades azeris contam 613 civis, incluindo 106 mulheres e 83 crianças mortas. Esse acontecimento foi o maior massacre ocorrido no decurso do conflito no Nagorno-Karabakh.

Oficialmente a recém-criada República da Armênia negou qualquer envolvimento com o movimento pela secessão do Nagorno-Karabakh, sob a forma de apoio logístico, comida, combustível ou outro. Contudo, Levon Ter-Petrosian admitiu posteriormente o apoio logístico e o pagamento dos salários dos separatistas, mas negou o envio de tropas próprias para o combate. A Armênia enfrentava um bloqueio debilitante por parte da agora República do Azerbaijão além de pressões da vizinha Turquia, que decidiu alinhar do lado do Azerbaijão e estabelecer laços estreitos com este.

A única ligação terrestre da Armênia com o Karabakh era através do estreito e montanhoso corredor de Lachin que apenas podia ser alcançado de helicóptero. O único aeroporto da região situava-se na pequena vila de Khojaly, sete quilômetros a norte de Stepanakert e com uma população estimada de 6 a 10 mil pessoas. Acrescente-se ainda que, Khojaly servia como base de artilharia desde 23 de fevereiro e no final de Fevereiro, Khojaly estava bastante isolada, tendo as forças armênias desencadeado uma ofensiva a 26 de fevereiro apoiada por carros de combate da 366ª unidade para capturar a localidade.


Vítimas civis azeris do massacre de Khojaly

De acordo com o lado azeri e outras fontes como a Human Rights Watch, a organização de direitos humanos sediada no Memorial de Moscou e a biografia do líder armênio Monte Melkonian, documentada e publicada pelo seu irmão, depois da captura de Khojaly procederam ao assassinato de várias centenas de civis que fugiam da cidade. As forças armênias tinham previamente afirmado que atacariam a cidade mas deixariam um corredor terrestre para permitir a fuga da população civil da cidade, todavia, quando o ataque começou, as tropas armênias, em maior número que as azeris, facilmente dominaram os defensores, que tentaram retirar juntamente com os civis para norte, para a cidade de Agdam, controlada pelo Azerbaijão. A pista do aeroporto fora intencionalmente destruída, tornando-a temporariamente inútil, após verem isto, as forças atacantes perseguiram os escapados e abriram fogo sobre eles, matando bastantes civis.

Enfrentando acusações de grupos internacionais de ter massacrado intencionalmente civis, os oficiais armênios negaram a ocorrência de tal massacre e declararam que o objectivo era apenas silenciar o fogo de artilharia vindo de Khojaly. Uma contagem exata do número de mortos nunca foi alcançada, mas as estimativas mais conservadoras apontam para 485 mortos enquanto que a contagem oficial das autoridades azeris para o número de mortos durante os acontecimentos de 25 e 26 de fevereiro aponta para 613 civis, dos quais 106 seriam mulheres e 83 crianças. A 3 de março de 1992, o Boston Globe reportou que mais de 1000 pessoas foram assassinadas nos mais de quatro anos de conflito, citando o autarca de Khojaly, Elmar Mamedov, em como existiram ainda 200 desaparecidos, 300 reféns e 200 feridos nos combates. Um relatório publicado 1992 pela organização humanitária Helsinki Watch declarou que o seu inquérito apurou que os OMON azeris e membros "das milícias, ainda em uniforme e alguns ainda com as armas, estavam também junto dos civis massacrados" o que pode ter sido a razão para os disparos armênios sobre eles

Fonte: Wikipédia


Tags: Guerra, massacre. Armênia, Azerbaijão, Nagorno-Karabakh, Khojaly






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