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01 de março de 1146.

O Papa Eugênio III publica novamente a sua bula 'Quantum Praedecessores', chamada à Segunda Cruzada

São Bernardo de Claraval prega a Segunda Cruzada em Vézelay.

A Segunda Cruzada foi uma expedição bélica dos cristãos do ocidente, proclamada pelo Papa Eugênio III em resposta à conquista de Edessa aos cristãos do Levante pelo governador muçulmano Imad ad-Din Zengi em 1144.

Pregada pelo carismático São Bernardo de Claraval, ocorreu entre 1147 e 1149 e foi a primeira cruzada liderada por monarcas europeus: Luís VII da França, Leonor da Aquitânia e Conrado III da Germânia.

Revelar-se-ia um fracasso absoluto: os cruzados não reconquistaram Edessa nem nenhuma outra praça e deixaram o Reino de Jerusalém em uma posição política mais fraca na região; ao atacar a cidade-estado independente de Damasco que pontualmente se aliava aos ocidentais contra outros líderes muçulmanos mais poderosos, ajudaram à unificação do mundo islâmico do Levante sob o apelo à jihad.

Isto acabaria por trazer enorme poder a líderes como Nur ad-Din e Saladino, culminando com a conquista de Jerusalém por este último, e para os guerreiros cristãos nesta cruzada faria parte do movimento da Reconquista da Península Ibérica, e dever-se-ia à participação de uma frota na conquista de Lisboa em 1147, sob a solicitação de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.

Conquista de Edessa

Durante a Primeira Cruzada, os nobres peregrinos europeus criaram estados cristãos no Levante, forjados em terras conquistadas aos povos que dominavam estas regiões: turcos seljúcidas e danismendidas, armênios, egípcios do Califado Fatímida do Cairo e cidades-estado muçulmanas.


Os Estados Cruzados no Levante em 1135.

Destes Estados Cruzados, o Condado de Edessa era o que ficava mais a norte, o único que não possuía região costeira no mar Mediterrâneo, e também o mais fraco e menos populosos; como tal, era menos defensável e estava sujeito a ataques frequentes dos estados muçulmanos circundantes, governados por dinastias ortóquidas, danismendidas e seljúcidas.

Em 1104, o conde Balduíno II de Edessa e o seu futuro sucessor Joscelino de Courtenay foram aprisionados após a sua derrota na Batalha de Harã, deixando o condado na regência de um rival de Balduíno, Tancredo da Galileia. Depois de libertados em 1108, Balduíno e Joscelino voltariam a ser capturados em 1122, e apesar de o poder de Edessa recuperar um pouco após a vitória na Batalha de Azaz em 1125, Joscelino morreria em campanha em 1131.

O seu sucessor Joscelino II foi forçado a aceitar uma aliança com o Império Bizantino, mas em 1143 tanto o imperador João II Comneno como o rei Fulque de Jerusalém morreram. Uma vez que Joscelino tinha entrado em conflito com o conde Raimundo II de Trípoli e o príncipe Raimundo de Antioquia, Edessa ficou sem aliados poderosos na região.

Em 1128, o atabei seljúcida Zengi de Mossul conseguira assumir também o governo de Alepo, uma cidade fulcral para o domínio da Síria e por muito tempo disputada entre os governantes de Mossul e Damasco. Nas décadas seguintes, Zengi e os reis latinos de Jerusalém centraram muita da sua atenção em Damasco. Em 1129 Balduíno II foi derrotado pelas forças damascenas aliadas a Zengi, mas quando este último tentou tomar a cidade em 1139 e 1140, foi o rei Fulque de Jerusalém quem se aliou a Damasco, em uma ação de diplomacia conduzida do lado muçulmano pelo cronista Usamah ibn Munqidh.

No final do ano de 1144, Joscelino II de Edessa aliou-se aos ortoquidas para atacar Alepo. Aproveitando a morte de Fulque no ano anterior, e agora a saída do exército da cidade, Zengi cercou Edessa, que tomaria em cerca de um mês, a 24 de dezembro. O reino de Jerusalém ainda enviou um exército para ajudar a cidade a resistir, mas este chegou demasiado tarde.

Joscelino II continuou a governar o que restava do seu condado a partir de Turbessel, mas o território acabaria por ser tomado pelos muçulmanos, e posteriormente vendido ao Império Bizantino. Aclamado pelo mundo islâmico como defensor da fé e rei vitorioso, Zengi não pôde continuar as suas conquistas aos cristãos devido a conflitos com outros líderes muçulmanos, e seria assassinado por um escravo em 14 de setembro de 1146, sendo sucedido em Alepo pelo seu filho Nur ad-Din. Com Zengi morto, Joscelino II ainda tentou reconquistar Edessa, mas Nur ad-Din derrotou-o em uma batalha no mês de novembro.

Quantum praedecessores

A notícia da queda de Edessa foi trazida de volta para a Europa pela primeira vez por peregrinos no início de 1145, e depois por emissários embaixadas do Principado de Antioquia, do Reino de Jerusalém e do Reino Arménio da Cilícia.

O bispo Hugo de Jabala (atual Jableh) que relatou o caso ao papa também falou de um rei cristão que poderia trazer auxílio aos Estados Cruzados, na primeira menção documentada ao reino de Preste João. Em resposta a notícia o Papa Eugênio III emitiu a Bula Papal Quantum praedecessores (O quanto fizeram os nossos predecessores em uma tradução livre para o português) a 1º de dezembro de 1145, proclamando uma segunda cruzada, e concedendo as mesmas indulgências que o Papa Urbano II criara para a Primeira Cruzada.

A resposta inicial ao novo apelo de cruzada foi fraca, apesar de Luís VII de França, por iniciativa própria, já ter considerado montar uma expedição, independentemente da posição do papado, anunciada na sua corte em Bourges no Natal de 1145. Não há a certeza de Luís VII ter planeado uma cruzada ou simplesmente uma peregrinação, uma vez que o seu objetivo era cumprir um voto feito pelo seu irmão Filipe de visitar a Terra Santa, mas que não se concretizou pela morte prematura deste. É provável que o rei da França tenha feito a sua decisão independentemente da emissão da Quantum praedecessores.

Vários nobres e o abade Suger de Saint-Denis, principal conselheiro do rei, não concordaram com a participação pessoal de Luís VII na cruzada, o que deixaria o reino com o soberano ausente durante vários anos. Depois de consultar Bernardo de Claraval, Luís comunicou-se com o papa, que reemitiu a bula da cruzada a 1º de março de 1146, solicitando a São Bernardo a pregação da expedição na França.


São Bernardo de Claraval prega a Segunda Cruzada em Vézelay.

A 31 de março da Páscoa de 1146, o abade de Claraval pregou a cruzada em Vézelay, com Luís VII de França, a sua esposa Leonor da Aquitânia e os restantes príncipes e senhores a prostrarem-se aos seus pés para receber a cruz de peregrinação. Também o papa Eugênio III acabaria por vir pessoalmente à França para apelar à cruzada. No Sacro Império Romano-Germânico, a popularidade da cruzada aumentava ao mesmo tempo que surgiam inúmeros relatos de milagres realizados por Bernardo de Claraval. Em Speyer, Conrado III da Germânia e o seu sobrinho e herdeiro Frederico Barbarossa receberam a cruz das mãos do pregador.


Luís VII da França recebe a cruz de São Bernardo de Claraval em Vézelay.

Tal como na Primeira Cruzada, o zelo religioso levou a casos de violência antissemita. Um monge francês chamado Rudolfo teria inspirado massacres de Judeus na Renânia, Colônia, Mogúncia, Worms e Speyer, com o argumento de que não estavam contribuindo monetariamente para a salvação da Terra Santa. Tal como os arcebispos de Colônia e Mogúncia, Bernardo de Claraval opôs-se veementemente a estes ataques, viajando de Flandres para a Germânia para aquietar a turba e silenciar Rudolfo em Mogúncia, ordenando que se recolhesse ao seu mosteiro.

Fonte: Wikipédia


Tags: Cruzada, Jerusalém, guerra santa, bula papal, Eugênio III, Quantum Praedecessores






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