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10 de março de 1993.

O documentário 'Beyond Citizen Kane' de Simon Hartog, criticando a Rede Globo e Roberto Marinho, vai ao ar no Canal 4 do Reino Unido

Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane)

Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane, no Brasil) é um documentário televisivo britânico de Simon Hartog exibido em 10 de março de 1993 pelo Channel 4, emissora pública do Reino Unido. O documentário mostra as relações entre a mídia e o poder do Brasil, focando na análise da figura de Roberto Marinho. Embora o documentário tenha sido censurado pela Justiça, a RecordTV comprou os direitos de transmissão exclusiva por 20 mil dólares do produtor John Ellis.

A obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira, debatendo a influência do grupo, seu poder e suas relações políticas, que os autores do documentário veem como manipuladoras e formadora de opinião. O ex-presidente e fundador da Globo Roberto Marinho foi o principal alvo das críticas do documentário, sendo comparado a Charles Foster Kane, personagem criado em 1941 por Orson Welles para o filme Cidadão Kane, um drama de ficção baseado na trajetória de William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos.

Segundo o documentário, a Globo empregaria a mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública como fazia Kane no filme.

De acordo com matéria veiculada na Folha Online em 28 de agosto de 2009, a produtora que montou a filmagem é independente e a televisão pública britânica não teve qualquer relação com seu desenvolvimento. Já a Record sustenta que a BBC, outra emissora pública do Reino Unido, estaria relacionada com sua produção

Controvérsia sobre direitos britânicos

O documentário foi transmitido pela primeira vez em 10 de março de 1993 no Channel 4 do Reino Unido. A transmissão foi adiada em cerca de um ano, pois a Rede Globo contestou os produtores de Muito Além do Cidadão Kane, baseando-se em leis britânicas, devido ao uso sem permissão de pequenos fragmentos de programas da emissora para fins de "observação crítica e de revisão". Além da Inglaterra, os advogados tentaram impedir a exibição em qualquer país do mundo.

Durante este período, o diretor Simon Hartog morreu após uma longa enfermidade. O processo de edição do documentário foi assumido por seu coprodutor, John Ellis. Quando pôde ser finalmente transmitido, cópias do documentário foram disponibilizadas pelo Channel 4 ao custo de produção.

Banimento no Brasil

Em 10 de março de 1993, em Londres, foi divulgado pela primeira vez o documentário. Alguns dias depois, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, com uma cópia pirata obtida diretamente do Reino Unido por uma telespectadora anônima, fazia uma apresentação simultânea do documentário, e foram programadas novas apresentações para os dias 3 e 4 de junho do mesmo ano. Porém, na noite do dia 2, uma ligação telefônica do então Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Ricardo Ohtake, dirigido ao programador do MIS, o jornalista Geraldo Anhaia Mello, cancelava as apresentações já marcadas. O documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi proibida pelo então presidente da República, Itamar Franco.

Era formada uma espécie de cadeia de várias cópias pirateadas em todo o país e era distribuída por todo o Brasil, e alguns dos principais sindicatos começaram a planejar a exibição do documentário. As versões sobre a proibição variam: Segundo Ohtake garante que não havia por que proibir, a não ser pelo fato de se tratar de uma cópia ilegal. Anhaia Mello, porém, acusa diretamente a intervenção de Roberto Marinho, a subserviência do governador de São Paulo do então e do seu Secretário de Cultura. Após esse ocorrido foi criado uma batalha jurídica de mais de um ano das Organizações Globo contra o Channel 4 tendo a Globo perdido a causa. O filme teve acesso restrito a grupos universitários e só se tornou amplamente visto a partir do ano 2000, graças à popularização da internet.

Fonte: Wikipédia


Tags: Orson Welles, Hollywood, Roberto Marinho, Rede Globo, Beyond Citizen Kane, Muito Além do Cidadão Kane






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