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RSSO Prêmio Nobel em física, Albert Einstein, deixa o Brasil rumo à Europa
Devido à formulação da teoria da relatividade Einstein tornou-se famoso mundialmente. Nos seus últimos anos, a sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular: Einstein tornou-se um sinônimo de gênio. Foi por exemplo eleito pela revista Time como a Pessoa do Século e a sua face é uma das mais conhecidas em todo o mundo. Em 2005 celebrou-se o Ano Internacional da Física, em comemoração dos 100 anos do chamado Annus Mirabilis (ano miraculoso) de Einstein, em que este publicou quatro dos mais importantes artigos científicos da física do século XX. Em sua honra, foi atribuído o seu nome a uma unidade usada na fotoquímica, o Einstein, bem como a um elemento químico, o einstênio.
Em sua viagem à América do Sul, em 1925, Einstein visitou a Argentina, o Uruguai e o Brasil. Fez conferências científicas, visitou universidades e instituições de pesquisa, participou de recepções organizadas pela comunidade judaica e pela comunidade germânica, defendeu a paz e a conciliação mundial.
Einstein deixou Hamburgo no dia 5 de março, no navio “Cap Polônio”, tendo como destino a Argentina. Passou pelo Rio de Janeiro no dia 21 de março, onde foi recebido por uma comissão composta por cientistas, jornalistas e membros da comunidade judaica. Nesse dia, visitou o Jardim Botânico, almoçou no Copacabana Palace Hotel e fez o seguinte comentário, por escrito, para um jornalista: O problema que minha mente formulou foi respondido pelo luminoso céu do Brasil. Na volta para o navio, fez uma pequena jornada a pé pelo centro da cidade.
Na Argentina, Einstein permaneceu por um mês. Fez 12 conferências, a maioria sobre a teoria da relatividade, e participou de muitas recepções. Visitou também La Plata e Córdoba. Discutiu com alguns físicos e químicos argentinos aspectos atualizados da física na época (sobre os quanta e sobre a relatividade geral). O jornal La Prensa publicou um artigo especial de Einstein, intitulado Pan-Europa, onde o cientista criticou o nacionalismo e defendeu o renascimento da comunidade européia e sua unificação, pelo menos nos aspectos culturais.
Em 24 de abril de 1925, Einstein deixou Buenos Aires e alcançou Montevidéu. Fez ali três conferências e, como na Argentina, participou de várias recepções e visitou o presidente da República. Permaneceu no Uruguai por uma semana, de onde saiu no dia primeiro de maio, em direção ao Rio de Janeiro, no navio Valdívia.
Einstein desembarcou novamente no Rio de Janeiro ao anoitecer do dia 4 de maio. Ficou hospedado no “Hotel Glória”, apartamento 400. Nos dias seguintes, percorreria vários pontos turísticos do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar, o Corcovado e a floresta da Tijuca. O fascínio com a maravilhosa natureza tropical e o interesse nas diferentes tradições culturais foram permanentes em Einstein durante sua visita. As anotações de seu diário fazem referência constante à flora que supera os sonhos das mil e uma noites, notam a deliciosa mistura étnica nas ruas e comentam sobre a influência do clima quente e úmido no comportamento humano. No dia 6 de maio, Einstein visitou o presidente da República, Artur Bernardes, e alguns ministros de Estado.
Seu programa turístico-científico incluiu visitas a diversas instituições: Museu Nacional (a 7 de maio), Instituto Oswaldo Cruz (atual Fundação Oswaldo Cruz, a 8 de maio) e Observatório Nacional (a 9 de maio). Visitou também, no dia 11, o Hospital dos Alienados. Através das ondas da Rádio Sociedade, criada em 1923, dirigiu, em alemão, uma mensagem breve ao povo brasileiro, que foi traduzida em seguida pelo químico Mário Saraiva. Na mensagem, Einstein falou da importância dos meios de comunicação radiofônica para a difusão da cultura e do conhecimento científico, desde que utilizados por pessoas qualificadas.
Como aconteceu em outros países, as conferências de Einstein no Rio tinham o objetivo de disseminar as novas idéias para uma audiência acadêmica diversificada. A primeira delas, versando sobre a teoria da relatividade especial, ocorreu no Clube de Engenharia, no dia 6 de maio. O auditório estava completamente lotado por professores, autoridades, jornalistas e alunos. Para muitos, mais importante do que entender o que seria dito era ver e ouvir o cientista mais famoso do mundo. Sobre essa conferência, Einstein escreveu em seu diário: Às 4:00 PM, primeira conferência no Clube de Engenharia em um auditório lotado, com barulho da rua. As janelas estavam abertas. A acústica não permitia o entendimento. Pouco científico. A segunda conferência, agora sobre a teoria da relatividade geral, deu-se na Escola Politécnica, no dia 8 de maio, e os organizadores limitaram o número de pessoas para evitar os atropelos da primeira palestra.
A recepção a Einstein na Academia Brasileira de Ciências foi o compromisso científico mais importante do cientista durante sua visita ao Rio de Janeiro. Ele fez uma conferência curta sobre a situação da teoria da luz naquele momento, expressando-se em francês. Significativamente, em vez de fazer um discurso, Einstein preferiu apresentar à Academia uma questão científica candente naquele momento. Está registrado na ata da sessão: O professor Einstein, agradecendo às homenagens que lhe são prestadas, ao invés de um discurso, diz ele, mostra o seu reconhecimento e o seu apreço à Academia fazendo uma rápida comunicação sobre os resultados que, na Alemanha, estão sendo obtidos nos estudos realizados sobre a natureza da luz, comparando a teoria ondulatória e a dos quanta.
Antes, durante e depois da estada de Einstein, vários artigos foram publicados nos jornais sobre a teoria da relatividade, alguns contrários a ela. Na Academia Brasileira de Ciência houve um debate que se estendeu por várias sessões. A disputa surgiu depois da apresentação de um artigo crítico de Licínio Cardoso, intitulado Relatividade Imaginária, publicado em “O Jornal” no dia 16 de maio. Vários acadêmicos defenderam as idéias de Einstein e, algumas semanas mais tarde, Roberto Marinho de Azevedo apresentou o artigo Resposta a algumas objeções feitas entre nós contra a Teoria da Relatividade.
Einstein deixou o Rio, com destino à Europa, no dia 12 de maio de 1925. Sua visita, amplamente noticiada pela imprensa, influenciou e deu novo alento à pequena e emergente elite acadêmica do Rio de Janeiro em sua luta pelo estabelecimento da pesquisa pura, como era designada a pesquisa básica, e para a difusão das idéias da física moderna no Brasil. Quando deixou o Rio, o físico alemão enviou, do navio, uma carta ao Comitê Nobel, sugerindo o nome do marechal Cândido Rondon para o prêmio Nobel da paz. Embora não tivesse encontrado Rondon pessoalmente, Einstein ficou muito impressionado com o que ouviu sobre suas atividades na integração das tribos indígenas ao homem civilizado, sem o uso de armas nem de qualquer tipo de coerção.
Opinião do internauta
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