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15 de março de 1907.

As primeiras mulheres membros de um Parlamento europeu são eleitas na Finlândia


Em 15 de março de 1907, foram realizadas as primeiras eleições com participação feminina na Finlândia. No dia 25 de maio de 1907, 19 finlandesas foram as primeiras mulheres a assumirem um mandato num parlamento na Europa. As mulheres na Finlândia já tinham sido as primeiras no continente a poderem participar de eleições, como eleitoras e candidatas.

Para os 181 homens no Parlamento finlandês, a manhã do dia 25 de maio de 1907 trouxe um fato inusitado. Pela primeira vez, as mulheres pisaram naquele solo sagrado, quando as 19 deputadas eleitas ocuparam seus assentos no Parlamento. O fato não era inédito apenas na Finlândia, mas em toda a Europa.

As mulheres finlandesas foram as primeiras a adquirirem o direito ativo e passivo de voto em nível nacional – para sua própria surpresa. Em sua autobiografia, uma das deputadas de então declarou-se surpresa com o fato de ter obtido, como mulher sem civilização de um país sem civilização, um direito que ainda era negado a tantas mulheres nos países civilizados.

Certamente o grande número de mulheres finlandesas que exerciam uma profissão desempenhou um papel importante para a concessão do direito eleitoral ativo e passivo ao sexo feminino. No pequeno país escandinavo, com pouco mais de 3 milhões de habitantes em 1907, cerca de 65% das mulheres com idade superior a 15 anos exerciam uma profissão.

Movimento feminista sob signo da educação

O movimento feminista finlandês surgira já na década de 80 do século 19. A iniciativa partiu das intelectuais burguesas, motivadas pelos dramas de Strindberg e por Ibsen, que abordavam a discriminação da mulher nas suas peças teatrais. O movimento feminista foi inicialmente um movimento em prol da educação.

As primeiras reivindicações foram de melhor educação e formação profissional para as mulheres, livre escolha da profissão e acesso aos colégios e universidades. Logo, porém, surgiu a reivindicação de direitos políticos. Somente dessa maneira – através dos caminhos da política – é que as mulheres acreditavam poder impor os seus interesses.

Temores de masculinização

A discussão sobre o direito eleitoral das mulheres transcorreu na Finlândia da mesma maneira como em outros países europeus. Seus adversários alegavam o temor de uma masculinização das mulheres: Mulheres instruídas que exercessem uma profissão ou que participassem de decisões não seriam mais femininas, nem atraentes; mulheres verdadeiras não queriam votar, somente as mulheres-machos é que reivindicariam tais privilégios.

Tais argumentos não puderam se manter por muito tempo. Estava muito claro que não se poderia mais recusar às mulheres o direito de defender os próprios interesses, sem violar de maneira grave o princípio da igualdade.

Em 1906, a Finlândia foi o primeiro país europeu a aprovar uma lei que garantia o direito eleitoral ativo e passivo a todos os cidadãos dos sexos masculino e feminino, com mais de 24 anos de idade. Em 15 de março de 1907, foram realizadas as primeiras eleições com participação feminina e, no dia 25 de maio de 1907, as primeiras 19 deputadas assumiram os seus mandatos no Parlamento finlandês, ao lado dos colegas do sexo masculino.

Em toda a Europa, ainda tardou muito até que outros países seguissem o exemplo da Finlândia. Na maioria dos países, as mulheres só adquiriram o direito de voto a partir de 1918, depois do término da Primeira Guerra Mundial. Um dos últimos países a seguir esse passo foi a França: lá as mulheres só puderam votar depois de 1944. E o último país da Europa a introduzir o direito feminino ao voto foi a Suíça, no ano de 1971.

Fonte: [link=http://www.dw-world.de/dw/0,,607,00.html?id=607]Rádio Deutsche Welle [/link]

Tags: Eleições, Finlândia, Parlamento, Europeu






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