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18 de março de 1314.

Jacques de Molay, o 23º e último grão-mestre dos Cavaleiros Templários morre queimado na fogueira

Jacques de Molay, o último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, em representação do século XIX. Hoje não existe nenhum retrato seu feito em vida.

Jacques de Molay, [Pronúncia: (Ê’ak dÉ™ molÉ›) Jak Demolé]; Molay, 1244 — Paris, 18 de março de 1314) foi um nobre, militar, cavaleiro e último grão-mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários. Nascido em Molay, pertencia a uma família da pequena nobreza francesa.

Biografia

Nascido em Molay, comuna francesa atualmente localizada no departamento de Alto Sona, França, embora à época o vilarejo pertencesse ao Condado da Borgonha. Muito pouco se sabe sobre sua infância e adolescência, mas aos seus 21 anos de idade, como muitos filhos da nobreza europeia, de Molay entrou para a Ordem dos Cavaleiros Templários (organização sancionada pela Igreja Católica para proteger as estradas entre Jerusalém e Acre - importante porto no mar Mediterrâneo).

Nobres de toda a Europa enviavam os filhos para serem cavaleiros templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em todo o continente europeu e Oriente Médio.

Em 1298, Jacques de Molay foi nomeado grão-mestre dos templários (assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Teobaldo Gaudin), uma posição de poder e prestígio. Mas passou por uma difícil situação, as Cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno derrotou as Cruzadas em batalhas, capturando algumas cidades e portos vitais dos cavaleiros templários e dos hospitalários (outra ordem de cavalaria). Restaram apenas um único grupo do confronto contra os sarracenos.

Os templários resolveram, então, se reorganizar e readquirir sua força. Viajaram para a ilha de Chipre, esperando que a população se levantasse em apoio à outra Cruzada. Em vez de apoio público, os cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos senhores feudais, muito deles seus parentes, pois para se entrar na ordem teria de se pertencer à nobreza.

Em 1305, o rei da França Filipe IV, o Belo (r. 1285–1314) resolveu obter o controle dos templários para impedir a ascensão da ordem no poder da Igreja Católica. O rei era amigo de Jacques de Molay devido ao parentesco deles; o delfim Carlos, mais tarde Carlos IV (r. 1322–1328), afilhado de Jacques. Mesmo sendo seu amigo, o rei da França tentou juntar a ordem dos Templários e a dos Hospitalários, pois sentiu que as duas formavam uma grande potência econômica e sabia que a Ordem dos Templários possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza.

Sem obter o sucesso desejado, de juntar as duas ordens e se tornar um líder absoluto, o então rei de França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários. Chamou o nobre francês Esquieu de Floyran com a missão de denegrir a imagem dos templários e de seu grão-mestre, e como recompensa receberia terras pertencentes aos templários logo após derrubá-los. O ano de 1307 marcou o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15.000 homens, Jacques foi à França para o funeral de um membro feminino da realeza francesa e levou consigo alguns cavaleiros. Onde foram capturados na madrugada de 13 de outubro de 1307 por Guilherme de Nogaret, homem de confiança do rei Filipe IV.

Durante sete anos, Jacques de Molay e os cavaleiros aprisionados na masmorra sofreram torturas e viveram em condições subumanas. Enquanto isso, Filipe IV gerenciava as forças do papa Clemente V (1305–1314) para condenar os templários e suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a proteção do rei. Mesmo após três julgamentos Jacques continuou sendo leal com seus amigos e cavaleiros, recusando-se a revelar o local das riquezas da Ordem e denunciar seus companheiros.


Interrogatório de Jacques de Molay. Figura do século 19.

Em 18 de março de 1314, de Moley foi levado à Corte Especial. Como evidências, a corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas pelo grão-mestre. Desmentiu as confissões, sob as leis da época a pena por desmentir era a morte.


Jacques de Molay foi sentenciado à morte, em 1314, sendo queimado na Île de la Cité, em Paris.

Foi julgado pelo Papa Clemente V, e assim como Jacques de Molay o cavaleiro Guido de Auvérnia desmentiu sua confissão e ambos foram condenados. Filipe IV ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia. Durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do então rei da França.


Ordenação de Jacques de Molay em 1265 como um cavaleiro templário. Pintura de Marius Granet (1777-1849).

Grão-mestrado

Jacques de Molay assume o grão-mestrado da ordem em 1298, não se sabendo, no entanto, a data exata da sua eleição. Eleito em detrimento de outra figura de peso dentro da ordem, Hugo de Pairaud, sobrinho do visitador do templo na França.

O início do seu mestrado é marcado pela ação a favor de uma nova cruzada, desenvolvendo uma campanha diplomática na França, Catalunha, Inglaterra, nos estados da península Itálica e nos Estados Pontifícios. Esta campanha visou não só resolver problemas internos da ordem, problemas locais, como disputas entre a ordem e bispos, e também pressionar as coroas e a igreja a uma nova cruzada.

Organizou a partir da ilha de Chipre ataques contra as costas egípcias e síria para enfraquecer os mamelucos, providenciando apoio logístico e armado ao Reino Armênio da Cilícia, e também intentou uma aliança com o Canato da Pérsia, sem resultados visíveis.

Outro assunto discutido durante o seu mestrado foi a fusão entre as duas maiores ordens militares, a dos Templários e a dos Hospitalários. A Ordem do Templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto à razão da sua existência. As suas funções de proteger os peregrinos e de defender a Terra Santa tinham cessado quando se retiraram para a ilha de Chipre. Em maio de 1307 em Poitiers, Jacques de Molay, junto ao papa Clemente V, apresentou uma defesa contra a fusão e ela não se realiza.

A prisão e o processo

Dia 13 de outubro de 1307 no reino da França, os templários foram presos em massa por ordem de Filipe IV, o rei da França. O grão-mestre Jacques de Molay é capturado em Paris. Imediatamente após a prisão, Guilherme de Nogaret proclama publicamente nos jardins do palácio real em Paris as acusações contra a ordem.

Esta manobra régia impedira o inquérito pontifício pedido pelo próprio grão-mestre, o qual interno à Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canônico, emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna.

A prisão, as torturas, as confissões do grão-mestre (De Molay nunca confessou as acusações como menciona anteriormente), criam um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efetuar esta ação. Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o Belo e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o grão-mestre e o preceptor da Normandia, Godofredo de Charnay sob custódia dos agentes do rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos.


Placa assinalando o lugar da execução de Jacques de Molay, na Île de la Cité, em Paris: Neste local, Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, foi queimado, em 18 de março de 1314.

Fonte: Wikipédia


Tags: Maçonaria, Cavaleiros Templários, Ordem do Templo, Cruzada, Ordem DeMolay






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