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05 de julho de 1922.

Levante dos 18 do Forte de Copacabana

Da esquerda para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos, Newton Prado e o civil Otávio Correia.

A Revolta dos 18 do Forte, também conhecida como Revolta do Forte de Copacabana, foi iniciada em 5 de julho de 1922 e encerrada no dia seguinte, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Foi a primeira revolta do movimento tenentista, no contexto da República Velha.

Segundo a tradição, foi concluída com uma marcha heroica feita por dezessete militares e um civil que reivindicavam o fim das oligarquias do poder, combatendo três mil homens das forças governamentais.

O levante, que foi planejado com proporções muito maiores, teve como motivação buscar a queda da República Velha, cujas características oligárquicas atreladas ao latifúndio e ao poderio dos fazendeiros se opunham ao ideal democrático vislumbrado por setores das forças armadas, em especial de baixa patente como tenentes, sargentos, cabos e soldados.



Da esquerda para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos, Newton Prado e o civil Otávio Correia.

Acontecimentos

A Revolta dos Dezoito do Forte e o movimento Tenentista, que era numa primeira leitura ligados às forças armadas, representavam também a insatisfação de outros estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia com a divisão política existente, conhecida como política do café com leite.

Para as eleições de 1º de março 1922, para concorrer contra o candidato governista Arthur Bernardes foi lançada a Reação Republicana, com candidatura do fluminense Nilo Peçanha. Detentor da maquina pública, Bernardes venceu com 56% dos votos válidos da eleição. Porém a oposição denunciou fraudes e clamava por um Tribunal de Honra.

O evento considerado o estopim para a revolta teve origem na disputa eleitoral de 1921 para o cargo de presidente da república. Durante o período, cartas ofensivas ao Exército e ao Marechal Hermes da Fonseca, supostamente assinadas pelo candidato Arthur Bernardes tornaram-se públicas.

Isso resultou em discussões que culminaram com fechamento do Clube Militar e a prisão do Marechal Hermes da Fonseca, então seu presidente, no dia 2 de julho.

O descontentamento entre os militares era crescente. Diversas unidades do Rio de Janeiro se organizaram para realizar um levante no dia 5 de julho de 1922 contra o presidente em exercício Epitácio Pessoa (representante da oligarquia que dominava o país) e Arthur Bernardes que assumiria o cargo em novembro.

No entanto, apenas o Forte de Copacabana, localizado na ponta direita da praia de Copacabana, sob comando do Capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal, e a Escola Militar se revoltaram, e foram, dessa forma, facilmente combatidos. Apesar da posição contrária à política café-com-leite, os militares de alta patente acabaram por não aderir ao movimento. A informação chegara até o governo que tratou de trocar os principais comandos militares da capital.

Durante toda a manhã do dia 5, o forte sofreu bombardeio da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, que fica do lado oriental da barra da Baía de Guanabara, mas os 301 revolucionários (oficiais e civis) mantiveram-se firmes até que, às 4h da manhã do dia 6, Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos sugeriram que desistissem da luta aqueles que quisessem: apenas 29 decidiram continuar.

Para tentar uma negociação, o Capitão Euclides Hermes saiu da fortaleza, mas acabou preso.

Os 28 restantes continuaram resistindo. Repartiram a bandeira em pedaços, guardando o do Capitão Euclides Hermes, e marcharam pela Avenida Atlântica em direção ao Leme. Alguns, porém, se dispersaram.

Apenas 17 militares continuaram e partiram em marcha em direção ao Leme e a eles se juntou um civil, Otávio Correa. Eles foram finalmente derrotados em frente à Rua Barroso (atual Siqueira Campos), na altura do Posto 3 de Copacabana.


Revolta dos 18 do Forte de Copacabana: tenentes vão de encontro às forças legalistas, na Avenida Atlântica, Rio de Janeiro, 06/07/1922.

Participantes e Vítimas

Há controvérsias quanto ao número total de participantes, de civis (Otávio Correa morreu, mas outro, Lourival Moreira da Silva, teria sido preso), de sobreviventes e de mortos.

O número 18 teria sido anunciado pela Gazeta de Notícias e pode ser uma lenda. Ela cita 3 oficiais, 2 sargentos e 13 soldados. Em entrevista à Gazeta de Notícias, o Tenente Newton Prado, que viria a falecer mais tarde em decorrência dos ferimentos, diz "Ficamos eu, o Tenente Siqueira Campos e quatorze soldados. Às duas horas da tarde saímos do forte para morrer". A eles se uniram, na hora do levante, o Tenente Eduardo Gomes (ferido em combate) e Mario Carpenter (morto em combate). Este último pertencia ao 3º Regimento de Infantaria e se recusou a atacar colegas de farda. Na rua, se uniu ao grupo também Otávio Correa, o que leva a soma a 19.

Ainda na Gazeta de Notícias são dados como mortos 14 revoltosos, além de 5 feridos. Entre os legalistas, ainda com incerteza, seriam 10 mortos e 4 feridos. Já O Cruzeiro afirmaria anos mais tarde, em 18 de setembro de 1964, 33 soldados governistas como mortos. O Correio da Manhã noticiou 30 feridos, entre ambas as forças, 13 praças e 1 "inferior" (provavelmente sargento) e o 2º Tenente Mario Carpenter entre os revoltosos, mas a essa altura o tenente Newton Prado ainda não havia falecido.

Entre os tenentes, apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram. Alguns praças, porém, sobreviveram e fugiram ou foram presos.

Segundo outras fontes, teriam morrido, entre oficiais e praças, 12 pessoas no dia 6 e mais duas no dia seguinte, num total de 14 mortos.

Listagem dos Participantes

A lista a seguir é uma composição de várias fontes.

  1. Altino Gomes da Silva, praça ferido em combate. Sobreviveu vindo a falecer em 1999 com 92 anos em Paquetá.
  2. Benedito José do Nascimento, soldado, feito prisioneiro.
  3. Eduardo Gomes, tenente, ferido, teve o fêmur partido, mais tarde Brigadeiro e candidato a presidente.
  4. Francisco Ribeiro de Freitas, soldado, feito prisioneiro.
  5. Heitor Ventura da Silva, soldado, feito prisioneiro.
  6. Hildebrando da Silva Nunes, praça.
  7. Hipólito José dos Santos, praça morto ainda na noite do dia 5.
  8. João Anastácio Falcão de Melo, soldado.
  9. José Pinto de Oliveira, sargento, ferido.
  10. Manoel Ananias dos Santos, praça, sobreviveu ao combate.
  11. Manoel Antônio dos Reis, praça corneteiro, ferido.
  12. Mario Carpenter, tenente, falecido.
  13. Newton (Sizenando) Prado, tenente, faleceu no dia seguinte diante do Presidente.
  14. Otávio Correia, civil que se juntou aos militares, morto com um tiro no coração.
  15. Pedro Ferreira de Melo, soldado, morto com uma bala nas costas no início dos combates na rua.
  16. (Antônio) Siqueira Campos, tenente, ferido gravemente no combate e sobrevivente.

Importância Histórica

O episódio, mesmo que não bem sucedido, tornou-se um exemplo para militares e civis no país, sendo a primeira revolta do movimento tenentista, dando origem a outras revoltas tenentistas como a Coluna Prestes, a Revolta Paulista e a Comuna de Manaus. Esse movimento preparou o caminho para a revolução de 1930.

Fonte: Wikipédia


Tags: Levante, 18 do Forte, comunismo






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