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18 de março de 1839.

China proíbe importação de ópio

Juncos chineses sob bombardeio britânico

As “Guerras do Ópio” foram duas guerras entre a Grã-Bretanha e a China. Uma entre 18 de março de 1839 e 29 de agosto de 1842 e a outra entre 8 de outubro de 1856 e 24 de outubro de 1860.

Em 1830, os ingleses obtiveram exclusividade das operações comerciais no porto de Cantão. A China exportava seda, chá e porcelana, então em moda no continente europeu, enquanto a Inglaterra sofria um grande déficit comercial em relação à China. Para compensar suas perdas econômicas, a Grã-Bretanha traficava o ópio indiano para o Império do Meio (China). O governo de Pequim resolveu proibir o tráfico de ópio, o que levou Londres a declarar guerra à China.


Depósitos de ópio da Companhia das Índias Orientais na Índia.

Entre 1811 e 1821, o volume anual de importação de ópio na China girava em torno de 4.500 pacotes de 15 quilos cada um. Esta quantidade quadruplicou até 1835 e, quatro anos mais tarde, atingiu a quantia de 450 toneladas importadas, ou seja, um grama para cada um dos 450 milhões de habitantes da China na época. Um grama de ópio era o suficiente para provocar dependência química em seus usuários.


Chineses se viciando em ópio.

A droga chegou a representar a metade das exportações britânicas para a China. O primeiro decreto proibindo o consumo de ópio datou de 1800, mas nunca chegou a ser respeitado.

Em 1839, a droga ameaçava seriamente não só a estabilidade social e financeira do país, como também a saúde dos soldados. A corrupção grassava na sociedade chinesa. Para chamar a atenção do imperador, um ministro descreveu a situação da seguinte maneira:

“Majestade, o preço da prata está caindo por causa do pagamento da droga. Em breve, vosso império estará falido. Quanto tempo ainda vamos tolerar este jogo com o diabo? Logo não teremos mais moeda para pagar armas e munição. Pior ainda, não haverá soldados capazes de manejar uma arma porque estarão todos viciados”.

A Primeira Guerra do Ópio (1839-1842)

A Primeira Guerra do Ópio (第一次鴉片戰爭) ou Primeira Guerra Anglo-Chinesa foi travada entre a Companhia Britânica das Índias Orientais e a Dinastia Qing da China entre 18 de março de 1839 e 29 de agosto de 1842, com o objectivo de forçar a China a permitir o livre comércio, principalmente do ópio. A Grã-Bretanha pedia a abertura do comércio de ópio, enquanto o governo imperial da China tentou proibir.

Comerciantes ingleses foram expulsos da China e ao chegarem em Londres apresentam uma queixa ao governo britânico, que decidiu atacar a China com a sua poderosa armada para forçar os chineses a comprar ópio cultivado na Índia britânica.

Diante do assassinato brutal de um súdito chinês por marinheiros britânicos embriagados no Cantão, o comissário imperial chinês ordenou a expulsão de todos os ingleses da cidade. Em 18 de março de 1839, o imperador chinês lançou um decreto, com forte apelo à população. Através de um panfleto, advertiu sobre os males do consumo de ópio. As empresas estrangeiras foram cercadas pelos militares chineses, que em poucos dias apreenderam e queimaram, na cidade de Cantão, mais de 20 mil caixas da droga que se encontravam nos depósitos britânicos, expulsando da China os seus responsáveis, súditos da Grã-Bretanha.

Esses fatos serviram de pretexto para que a Grã-Bretanha declarasse guerra à China no dia 3 de novembro de 1839, na chamada Primeira Guerra do Ópio (1839-1842). Em 1840, o chanceler britânico, Lorde Palmerston, furioso, ordenou que uma frota de 16 navios de guerra britânicos fosse enviada à região. Senhora de superioridade tecnológica inquestionável, representada por modernos navios de aço movido à vapor como o Fênix Dancer, a esquadra britânica afundou boa parte dos obsoletos juncos à vela da marinha de guerra chinesa, sitiou Guangzhou (Cantão), bombardeou Nanquim e bloqueou as comunicações terrestres com a capital, Pequim.


Juncos chineses sob bombardeio britânico na Segunda Batalha de Chuenpee, 7 de janeiro de 1841.

O conflito foi encerrado em 29 de agosto de 1842 com a assinatura do Tratado de Nanquim, o primeiro dos chamados "Tratados Desiguais", pelo qual a China aceitou suprimir o sistema de Co-Hong (companhia governamental chinesa), abrir cinco portos ao comércio de ópio britânico (Cantão, Amói, Fuchou, Ningpo e Xangai), pagar uma pesada indenização de guerra e entregar a ilha de Hong Kong, na qual ficaria sob o domínio inglês por 155 anos. Como garantia do direito de comércio de ópio assim obtido, um navio de guerra britânico ficaria permanentemente ancorado em cada um desses portos.


Assinatura do Tratado de Nanquim.

Apesar do acordo com a China, a situação continuou a não satisfazer as ambições imperialistas dos ingleses. O comércio de ópio não progredia tão rapidamente como o pretendido, uma vez que os mandarins locais se atrasavam na resolução dos assuntos que iam surgindo. Assim, a situação não era conforme os interesses dos ocidentais.

A Segunda Guerra do Ópio (1856-1860)

A Segunda Guerra do Ópio, Segunda Guerra Anglo-Chinesa, Segunda Guerra da China, Guerra do Arrow, ou a expedição anglo-francesa na China, foi uma guerra do Império Britânico e do Segundo Império Francês contra a dinastia Qing da China entre 8 de outubro de 1856 e 24 de outubro de 1860. Esta guerra pode ser vista como uma extensão da Primeira Guerra do Ópio, daí o nome que lhe foi atribuído.

Passados alguns anos, em 8 de outubro de 1856, oficiais chineses abordaram e revistaram o navio de bandeira britânica, Arrow, em busca da droga, desencadeando mais um conflito entre os dois países. Desta vez, os ingleses contavam com um novo aliado: a França. Juntos, declararam guerra à China, deflagrando a Segunda Guerra do Ópio.

Porém desta vez, os ingleses contavam com um novo aliado: a França, que juntos declararam guerra à China em 3 de março de 1857.

Com a derrota na guerra, a China foi obrigada a assinar outro acordo: o “Tratado de Tianjin” de 25 de junho de 1858.

De acordo com este tratado, onze novos portos chineses seriam abertos ao comércio de ópio com o Ocidente e seria garantida a liberdade de movimento aos traficantes europeus e missionários cristãos.

Quando o imperador chinês se recusou a ratificar o acordo, a capital, Pequim, foi ocupada. Após a Convenção de Pequim, de 18 de outubro de 1860, o Tratado de Tianjin foi aceito.

O artigo 6.º da Convenção entre China e Reino Unido estabelecia que a primeira cederia de forma perpétua ao Reino Unido parte da península de Kowloon, a sul do que hoje é a Boundary Street em Kowloon, Hong Kong, incluindo a ilha de Ngong Shuen.

A China criou um Ministério dos Negócios Estrangeiros, permitiu que se instalassem delegações ocidentais na capital e renunciou ao termo "bárbaro", usado nos documentos chineses para denominar os ocidentais.

Consequências

Em 1900, o número de portos abertos ao comércio com o ocidente, chamados de "portos de tratado", chegava a mais de cinquenta, sendo a maior parte das potências europeias, assim como os Estados Unidos, tinham concessões e privilégios comerciais.

Hong Kong foi ocupada pelo Reino Unido durante este período e virou colônia inglesa em 5 de abril de 1843, mas só em 9 de junho de 1898 a China foi obrigada a ceder formalmente o território por um prazo de 99 anos aos britânicos.

A ilha de Hong Kong permaneceu em poder dos britânicos até ser devolvida à China em 1º de Julho de 1997.

Hoje traficar ou consumir drogas como o ópio, na China ou Hong Kong, é crime sujeito a severas penas, inclusive a morte.

Fonte: Wikipédia


Tags: China, ópio, tráfego de drogas, droga, Hong Kong, Guerra do Ópio






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