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20 de abril de 1792.

A França declara guerra a Áustria, começam as guerras revolucionárias francesas

A batalha de Veroux, em 1792.

As guerras revolucionárias francesas foram uma série de grandes conflitos, entre 1792 e 1802, nos quais se enfrentaram, de um lado, a França Revolucionária e, de outro, amplas coligações formadas pelo Reino Unido, Prússia, Império Russo, Duas Sicílias, Espanha, Suécia, Países Baixos, Portugal, Reino de Sardenha e Reino de Nápoles, resultando numa vitória francesa decisiva, que garantiu a sobrevivência da República Francesa. De fato, os franceses massacraram as coligações dos países inimigos, numa grande demonstração de habilidade e genialidade militar; e, comandada pelo jovem e habilidoso general Napoleão Bonaparte, a França manteve-se sempre na ofensiva, empreendendo uma violenta reação à invasão aliada. As batalhas foram marcadas pelo fervor revolucionário francês e por inovações militares, as campanhas viram os exércitos revolucionários franceses derrotar coalizões inimigas e expandir o controle francês sobre os Países Baixos, a península Itálica e a Renânia. As guerras envolveram um grande número de soldados, em especial devido ao recurso à mobilização em massa.

As guerras revolucionárias francesas costumam ser divididas entre a Primeira Coalizão (1792 –1797) e a Segunda Coalizão (1798 – 1801), embora a França também estivesse em guerra com o Reino Unido continuamente entre 1793 e 1802. As hostilidades cessaram com o tratado de Amiens (1802). Para os eventos militares posteriores, ver Guerras Napoleônicas.

Guerra da Primeira Coalizão
1791-1792

Na altura de 1791, as monarquias da Europa olhavam com preocupação os desdobramentos na França e consideravam a possibilidade de intervir, ou em apoio a Luís XVI ou para tirar partido do caos. O personagem principal era o sacro imperador romano Leopoldo II, irmão de Maria Antonieta, que via com preocupação a tendência revolucionária francesa ao radicalismo, embora ainda tivesse esperança de evitar uma guerra. Em 27 de agosto, Leopoldo e o rei Frederico Guilherme II da Prússia, em consulta com nobres franceses emigrados, emitiram a Declaração de Pilnitz, que anunciava o interesse dos monarcas da Europa no bem-estar de Luís e sua família e ameaçava com vagas mas severas consequências caso algo de mau lhes acontecesse.

Os chefes revolucionários franceses viram a declaração como uma ameaça séria. Ademais das diferenças ideológicas entre a França e as potências monárquicas da Europa, havia contínuas controvérsias acerca do status das propriedades imperiais na Alsácia, e os franceses se preocupavam com a agitação no exterior dos nobres emigrados, especialmente nos Países Baixos austríacos e nos estados germânicos menores.

Por fim, a França declarou guerra primeiramente à Áustria, por meio de uma decisão da assembleia em 20 de abril de 1792 que se seguiu a uma longa lista de reclamações apresentadas pelo ministro do exterior Dumouriez. Este preparou a imediata invasão dos Países Baixos austríacos, onde esperava que a população local se rebelasse contra o domínio dos Habsburgos. Entretanto, a revolução havia desorganizado o exército e as forças levantadas eram insuficientes para a invasão. Em seguida à declaração de guerra, houve uma deserção em massa de soldados franceses.

Enquanto o governo revolucionário apressadamente levantava novas tropas e reorganizava as forças armadas, um exército aliado, composto basicamente por tropas prussianas, sob o comando do Brunsvique-Luneburgo, reuniu-se próximo a Coblença, no Reno. Em julho, Brunsvique invadiu a França, tomou com facilidade as fortalezas de Longwy e Verdun e emitiu uma proclamação em que declarava sua intenção de restaurar os plenos poderes do rei francês e considerava como rebelde qualquer pessoa ou cidade que resistisse. Entretanto, em 20 de setembro, em Valmy, as forças de Bunsvique chegaram a um impasse contra Dumouriez e François-Étienne Kellermann no qual se distinguiu a artilharia francesa, altamente profissional. Embora a batalha terminasse indefinida, o resultado reforçou o moral francês. Ademais, os prussianos, ao avaliar que a campanha durava mais e custava mais caro do que o planejado, decidiram retirar-se do território francês. No dia seguinte, a monarquia foi formalmente abolida e a Primeira República, declarada.

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A Batalha de Valmy a 20 de setembro de 1792. Quadro a óleo da autoria de Jean-Baptiste Mauzaisse (1784-1844).

Entrementes, os franceses haviam sido bem sucedidos em diversas outras frentes, ao ocupar a Saboia e Nice, enquanto que o general Custine invadia a Alemanha e ocupava várias cidades ao longo do Reno, chegando até Frankfurt. Dumouriez passou à ofensiva na Bélgica e saiu vitorioso contra os austríacos em Jemappes em 6 de novembro, de modo que ocupou a totalidade do país até o início do inverno.

Fonte: Wikipédia


Tags: Guerra, frança, guerras revolucionárias francesas






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