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30 de abril de 1981.

Anos de chumbo: Atentado frustrado contra o Pavilhão Riocentro, onde era realizado um show em homenagem ao dia do trabalhador

Puma GTE destruído após detonação da bomba. Dentro dele é possível ver o corpo do sargento Guilherme Pereira do Rosário, que morreu logo após a explosão.

Atentado do Riocentro é o nome pelo qual ficou conhecido um frustrado ataque a bomba que seria feito no Pavilhão Rio centro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, por volta das 21 horas, quando ali se realizava um show comemorativo do Dia do Trabalhador, durante o período da ditadura militar no Brasil.

As bombas seriam plantadas pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo então capitão Wilson Dias Machado, hoje coronel, atuando como educador no Colégio Militar de Brasília. Por volta das 21:00 Horas, com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Rio centro. O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado.

Na ocasião o governo culpou radicais da esquerda pelo atentado. Essa hipótese já não tinha sustentação na época e atualmente já se comprovou, inclusive por confissão, que o atentado no Rio centro foi uma tentativa de setores mais radicais do governo (principalmente do CIE e o SNI) de convencer os setores mais moderados do governo de que era necessária uma nova onda de repressão de modo a paralisar a lenta abertura política que estava em andamento.

Uma segunda explosão ocorreu a alguns quilômetros de distância, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do Rio centro. A bomba foi jogada por cima do muro da miniestação, mas explodiu em seu pátio e a eletricidade do pavilhão não chegou a ser interrompida.

Esse episódio é um dos que marcam a decadência do regime militar no Brasil, que daria lugar dali a quatro anos ao restabelecimento da democracia.

Contexto político da época

Em 1979, o general João Batista Figueiredo sucedeu o general Ernesto Geisel na Presidência da República.

Figueiredo se comprometeu com o antecessor a dar continuidade ao processo de abertura que este havia iniciado. "É para abrir mesmo. E quem quiser que não abra, eu prendo. Arrebento. Não tenha dúvidas", afirmou Figueiredo ao ser questionado sobre a abertura política. No entanto praticamente toda a carreira de Figueiredo estava ligada à chamada "comunidade de informações", formada por organizações como o CIE, SNI e DOI-Codi, responsável direta pela repressão às atividades da esquerda.

Então mesmo disposto a prosseguir com a abertura do regime, o general Figueiredo não pretendia entrar em atrito com os serviços de informação, principalmente o CIE, cujos integrantes estavam irritados com os rumos políticos do governo. Como muitos deles haviam sido responsáveis por centenas de casos de tortura e desaparecimento, temiam ser humilhados e punidos, caso o regime se desfizesse.

O fim da ditadura poderia, enfim, representar o fim da comunidade de informações e seus membros receavam o possível revanchismo por parte da oposição, caso esta assumisse o poder. Por isso para estes órgãos era interessante que a esquerda se envolvesse na luta armada, de modo a justificar mais repressão política. Mas, em meados da década de 1970, a esquerda já havia abandonado a guerrilha, pois não havia mais como levá-la a diante por falta de membros que foram dizimados ou ''desbundados'', e o grande núcleo de oposição ao governo não era mais a opção pelo socialismo ou comunismo, mas a defesa pela democracia, fosse pelo partido de oposição oficial do regime - o MDB, fosse pelas manifestações que de pouco a pouco voltaram a sacudir o país.

Na falta de um perigo evidente, as alas radicais da ditadura estavam dispostas a forjar ameaças para justificar uma volta à repressão mais violenta, tal como fora no governo Médici, e assim, dar maior importância dos órgãos de segurança.

O “Atentado do Riocentro”, foi o divisor de águas na história da política brasileira, fazendo naufragar o projeto da ultradireita de se manter no poder e consolidando de vez a caminhada para a redemocratização.

Fonte: Wikipédia


Tags: Golpe 64, ditadura, terrorismo, anos de chumbo, dia do trabalho, Riocentro, CIE, SNI, DOI-Codi






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