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29 de maio de 1914.

Morrem 1.023 das 1.467 pessoas que o transatlântico Empress of Ireland transportava. Ele afundou após chocar-se com o cargueiro norueguês Storstad, devido ao nevoeiro no estuário do Rio São Lourenço, no Canadá

Desenho do perfil do navio Empress of Ireland

O “RMS Empress of Ireland” foi um transatlântico construído em 1905 pela Fairfield Shipbuilding and Engineering em Govan no Clyde na Escócia, para a Canadian Pacific Steamships (CP).

O Empress of Ireland zarpa no dia 28 de maio de 1914, por volta de 16h35, para mais uma de suas rotineiras viagens. Ele deixa o porto de Quebec com 1.467 pessoas a bordo (1057 passageiros e 410 membros da tripulação).

Era a sua 96ª travessia. Pouco depois de 1h20 da manhã, o piloto Adélard Bernier, incumbido de guiar o transatlântico na subida do rio Saint Laurent, desembarcou na altura de Pointe-au-Père, no rebocador Eureka.

À 1h55, a 4 milhas da costa, quase na altura da pequena cidade de Sainte-Luce, em pleno nevoeiro, o RMS Empress of Ireland é abalroado em seu centro pelo SS Storstad, um cargueiro norueguês que fazia rota para Montreal cheio de carvão.

O Storstad penetrou cerca de 8 metros no interior do Empress, abrindo-lhe 4 metros do casco sob a linha de flutuação.

James Croall, em seu livro 14 minutes, fornece uma precisão apavorante: a água penetrava no Empress no ritmo de 240.000 litros por segundo. A maioria dos passageiros dormia no momento da colisão.

Apesar do Empress possuir um número suficiente de botes e coletes salva-vidas, uma experiência adquirida nas companhias proprietárias de transatlânticos desde a tragédia com o naufrágio do Titanic, eles sequer tiveram tempo de acordar. Mais precisamente, a falta de tempo foi o principal vetor de suas mortes.

Em menos de 90 segundos, as duas caldeiras foram inundadas. Três minutos após o impacto, falta eletricidade a bordo.

Às 1h56, o RMS Empress of Ireland transmite a sua última mensagem telegráfica. O telegrafista Fergunson lança o seu pedido de socorro com um pé no chão da cabine e outro na parede, tal é a inclinação no navio. Por causa dessa inclinação, várias portas estanques não puderam ser fechadas e a água invade impiedosamente.

Às 2h05, o Empress está inclinado do lado direito e as caldeiras explodem. São 2h09 da manhã de 29 de maio de 1914. 14 minutos se passaram entre a colisão com o Storstad e o momento em que as águas do Saint Laurent engoliram o Empress or Ireland, deixando-o a 50 metros de profundidade, após uma viagem de exatamente 9 horas e 42 minutos.

A extrema rapidez do naufrágio, comparativamente à do Titanic, foi um fator desfavorável aos passageiros que ainda não conheciam bem o navio no qual haviam embarcado havia apenas algumas horas.

As estatísticas são desoladoras: cerca de 80% dos passageiros e 41% dos membros da tripulação pereceram.

Um balanço final de 1.023 mortos das 1.467 pessoas que estavam a bordo.


Tags: Titanic, naufrágio, RMS Empress of Ireland, SS Storstad






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