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16 de julho de 1950.

A seleção Brasileira de futebol perde a copa do mundo para o Uruguai em pleno Maracanã

Ghiggia comemora gol do Uruguai contra o Brasil na final da Copa do Mundo de 1950 no Maracanã.

A Copa do Mundo FIFA de 1950 foi a quarta edição da Copa do Mundo FIFA de Futebol. Ocorreu de 24 de junho a 16 de julho de 1950. Foi sediado no Brasil, tendo partidas realizadas nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os estádios já estavam prontos na época, devido à paixão dos brasileiros por futebol. O Brasil foi escolhido por unanimidade como anfitrião na época, sendo um sucesso no sentido de infraestrutura a instalações e exemplo para o mundo.

Muitos atribuem essa situação a Getúlio Vargas e sua administração, que incentivava o esporte como extensão da educação, e a sua capacidade de gerir a coisa pública. Contudo, deve-se destacar que o Brasil viu, em 1947, a Fifa adiar a competição em um ano para que as seleções da Europa pudessem se reestruturar – a Segunda Guerra Mundial arrasou o continente e deixou o mundo sem Copas desde 1938. Foi, inclusive, por causa dos efeitos do conflito que a entidade decidiu levar o Mundial para a América do Sul e o Brasil, como candidato único, foi o eleito.

A CBF, antiga CBD, não colocou empecilhos na decisão da Fifa de adiar em um ano a competição. E, mesmo com 12 meses a mais para entregar os estádios, o Brasil conseguiu se complicar. Não havia exigências com transporte, aeroportos, hospitais ou outros itens de infraestrutura. O único pedido era estádios “padrão Fifa”. O caderno de encargos da entidade não tinha 420 páginas como hoje. A Fifa só pedia arquibancadas para no mínimo 20 mil torcedores, alambrados, cabines para a imprensa e autoridades e túneis interligando os vestiários ao gramado.

A Presidência da República chegou a formar a “Comissão de Estádios”, mas, mesmo assim, nenhum ficou pronto com antecedência – nem o Pacaembu, inaugurado em 1940, considerado moderno à época e que havia passado por uma ampla reforma.

Em março de 1950, por exemplo, foi feito o calçamento no entorno do estádio para acabar com a lama que se formava nos dias de chuva, reformado o sistema de drenagem do gramado, foram abertos dois novos portões para facilitar a entrada e a saída do público e construído um ambulatório médico. Em 1.º de junho de 1950, 23 dias antes da abertura da Copa, no entanto, vistoria feita pelo presidente da Federação Italiana de Futebol e delegado da Fifa, Ottorino Barassi, constatou que o tamanho do gramado não era adequado, assim como a área da imprensa.

Dessa forma a seleção que possuiu melhor desempenho foi a Espanha eliminando Portugal logo no processo de eliminatórias da Copa, Espanha goleou a seleção Brasileira pelo resultado de 4x0.

Dezesseis seleções nacionais foram qualificadas para participar desta edição do campeonato, sendo 7 delas europeias (Itália, Suécia, Suíça, Espanha, Iugoslávia, Inglaterra e Escócia), 7 americanas (Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos e México) e 2 asiáticas (Turquia e Índia).

A seleção da Inglaterra fazia a sua primeira participação na competição. A edição teve três grandes goleadas: Uruguai 8 a 0 Bolívia, Brasil 7 a 1 Suécia e Brasil 6 a 1 Espanha. Os destaques dessa Copa foram: Roque Máspoli, Obdulio Varela, Alcides Ghiggia e Juan Schiaffino do Uruguai e Ademir de Menezes, Zizinho, Jair da Rosa Pinto e José Carlos Bauer do Brasil.

Durante a década de 1940, não houvera a realização das copas previstas, pois a tragédia da Segunda Guerra Mundial mobilizara o mundo para o esforço de guerra e impedira a realização dos certames. A Federação Internacional de Futebol, entretanto, permanecera mobilizada e, tão logo quanto foi possível, tratou de marcar a disputa da IV Copa em um país fora do continente europeu, que ainda encontrava-se em reconstrução. O Brasil foi, então, o país escolhido.

Para a ocasião, foram construídos estádios, dentre eles o Maracanã, que, na época, era o maior do mundo. Ao longo da competição, as equipes da Índia, Turquia e Escócia desistiram; o grupo 4 ficou com apenas duas seleções: Uruguai e Bolívia. A partida direta entre eles teve, por resultado, 8 a 0 para os uruguaios.

A Copa do Mundo FIFA de 1950 não teve uma final oficialmente. As quatro equipes que se classificaram em primeiro em seus grupos formaram um novo grupo e disputaram partidas entre si. A Espanha e a Suécia foram goleadas pelo Brasil e eliminadas por placares apertados pelo Uruguai. A última partida era coincidentemente entre o primeiro e o segundo colocados, que até então não haviam perdido na competição. A última partida da copa ficou conhecida como Maracanaço e contou com o maior público de todas as partidas de todas as copas: 199.854 pessoas.


A Seleção Uruguaia posando antes da partida decisiva contra o Brasil em 1950. O mulato Varela é o primeiro jogador em pé, da esquerda para a direita.

O "Maracanaço"

O jogo final é conhecido como "maracanaço", derivado de uma expressão latina (em espanhol: Maracanazo) usada pelos adversários para provocar os brasileiros.

O silêncio tomou conta do Maracanã às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho de 1950. O Brasil precisava de um empate. Saiu ganhando e perdeu por 2 a 1. Desolados, os quase 200 mil torcedores demoraram mais de meia hora para deixar o estádio. O time brasileiro fez trinta lances a gol (dezessete no primeiro tempo e treze no segundo). Os jogadores cometeram quase o dobro de faltas, um total de 21, contra apenas onze do Uruguai.

O presidente da Federação Internacional de Futebol, Jules Rimet, conta um caso curioso no seu livro La historie merveilleuse de la Cope du Monde:

"Ao término do jogo, eu deveria entregar a copa ao capitão do time vencedor. Uma vistosa guarda de honra se formaria desde a entrada do campo até o centro do gramado, onde estaria me esperando, alinhada, a equipe vencedora (naturalmente, a do Brasil). Depois que o público houvesse cantado o hino nacional, eu teria procedido a solene entrega do troféu. Faltando poucos minutos para terminar a partida (estava 1 a 1 e ao Brasil bastava apenas o empate), deixei meu lugar na tribuna de honra e, já preparando os microfones, me dirigi aos vestiários, ensurdecido com a gritaria da multidão".

Aconselhado a descer devagar a escada até o vestiário, Jules Rimet ia acompanhado por delegados da Federação Internacional de Futebol, dirigentes brasileiros e guardas armados com a missão de proteger a taça de ouro:

"Eu seguia pelo túnel, em direção ao campo. Na saída do túnel, um silêncio desolador havia tomado o lugar de todo aquele júbilo. Não havia guarda de honra, nem hino nacional, nem entrega solene. Achei-me sozinho, no meio da multidão, empurrado para todos os lados, com a copa debaixo do braço".

Jules Rimet não conseguiu entregar a taça e decidiu se retirar. Mas logo depois voltou e Obdulio Varela recebeu a taça. Rimet disse:

"Estou feliz pela vitória que vocês acabam de conquistar. Cheia de mérito, sobretudo por ter sido inesperada. Com minhas felicitações".


Obdulio Varela recebe o troféu das mãos de Jules Rimet.

Na tentativa de encontrar um culpado para a derrota do Brasil, os supersticiosos de plantão culparam a troca do local de concentração na véspera da final, ou ainda culpam o uniforme, alegando que este deu azar para a seleção. A partir daí, a seleção abandonou o branco e passou a jogar com o seu clássico uniforme amarelo.

Outros culpam Flávio Costa pelas 2 horas de missa na manhã do jogo impostas pelo treinador aos jogadores, que rezaram de pé.

A Partida

A partida começou como já se esperava: a iminente avalanche brasileira contra o defensivo time uruguaio. Porém, diferente da Espanha e da Suécia, a linha defensiva do Uruguai conseguia segurar os muitos ataques brasileiros. O primeiro tempo acabou sem gols, e mesmo com o resultado ainda sendo favorável ao Brasil, a estratégia do Uruguai conseguiu diminuir a intensidade da torcida.

O Brasil marcou o primeiro gol da partida, com apenas dois minutos do segundo tempo, o que acionou a torcida. Novamente Varela teve um importante papel ao pegar a bola e disputar a validade do gol com o juiz, alegando impedimento do jogador brasileiro. Depois de ser vencido pela arbitragem, Varela levou a bola ao meio de campo e gritou para o seu time "Agora é a hora de vencer!".

O Uruguai realmente conseguiu inverter o jogo. Apesar da sua admirável capacidade ofensiva, o time do Brasil mostrava falhas na sua defesa, e aos 21 minutos, Juan Alberto Schiaffino empatou o jogo. Enquanto o Brasil colocava a bola no centro para recomeçar a partida, Varela gritou para seus companheiros: "Mais alma! Mais alma!".

A multidão calou-se, em contraste com a erupção de gritos e vivas que havia, pouco antes de levar o gol (quando o resultado ainda era favorável para Brasil). Restando apenas 11 minutos de jogo, Alcides Edgardo Ghiggia, correu pelo lado direito do campo e fez outro gol. A multidão morrera. E assim continuou até o árbitro da partida, George Reader da Inglaterra, apitar o fim do jogo.


Ghiggia comemora gol do Uruguai contra o Brasil.

Jules Rimet, presidente da FIFA e organizador da copa, comentou o que acontecera: "O silêncio era absoluto, às vezes difícil de se acreditar", já que uma multidão de duzentas mil pessoas continuava sem acreditar que tinha perdido um título que considerava seu, por direito.

Jules Rimet havia preparado um discurso em português para parabenizar os vencedores, que ele esperava seriam os brasileiros, sendo assim, levou um susto quando, a caminho do campo, a multidão estava parada, não havia hino, nem celebração pela conquista de copa, nem nada.

A Confederação Brasileira de Desportos tinha preparado 22 medalhas de ouro, com os nomes dos seus jogadores gravados (na época a FIFA não dava medalhas aos vencedores, como agora), que também nunca cumpriram a sua finalidade.

Em uma entrevista, Ghiggia (autor do segundo gol) disse: "O silêncio era tão grande que se uma mosca estivesse voando por lá, ouviríamos o seu zumbido."

Fonte: Wikipédia


Tags: Copa do Mundo, futebol






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