Últimas notícias

Hoje na história

RSS
28 de julho de 1741.

Morre em Viena, na Áustria, Antonio Vivaldi

Antonio Vivaldi em gravura de François Morellon de la Cave

Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741) foi um grande compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il Prete Rosso ("o padre ruivo") por ser um sacerdote católico de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É conhecido do grande público principalmente por seus quatro concertos para violino e orquestra denominados Le quattro stagioni ("As Quatro Estações").

Últimos anos e morte

Vivaldi, tal como muitos outros compositores da época, terminou sua vida na pobreza. As suas composições já não eram particularmente apreciadas em Veneza. Com a mudança dos gostos musicais e a afirmação da ópera napolitana Vivaldi estava fora de moda, sendo obrigado a vender um considerável número de manuscritos, a preços irrisórios, para financiar sua transferência para Viena, a convite de Carlos VI.

As razões da partida de Vivaldi não são inteiramente claras. Sabe-se que o Imperador adorava as suas composições, e que, em 1727, Vivaldi dedicara a ele La Cetra, uma coletânea de doze concertos para violino. Possivelmente, em Viena, Vivaldi assumiria a posição de compositor oficial na Corte Imperial. Mas a decisão de sair da Itália também pode ter sido motivada por um episódio desagradável.

Pouco antes do início da temporada de ópera em Ferrara - que, para Vivaldi, significava uma esperança de resolver suas dificuldades financeiras -, o compositor foi convocado pelo núncio apostólico para ser informado de que fora proibido de entrar na cidade emiliana pelo próprio arcebispo local, Tommaso Ruffo. O motivo alegado para tal proibição (catastrófica para Vivaldi, tendo em vista os compromissos financeiros já assumidos), foi o fato de o Prete Rosso não oficiar missas, além de andar acompanhado por mulheres, tais como Anna Girò. Ademais, o arcebispo tinha aversão ao envolvimento de padres com espetáculos. Isto é o que se deduz da carta enviada por Vivaldi ao seu patrocinador em Ferrara, o marquês Guido Bentivoglio, pedindo seu apoio para tentar reverter a interdição do arcebispo. Na carta, o compositor alegava motivos de saúde para não mais oficiar a missa e proclamava a natureza perfeitamente correta das suas relações com as senhoras que o acompanhavam, todas de exemplar, e comprovável, devoção e honestidade. Nada disso adiantou, e Antonio Vivaldi teve mesmo que amargar um grande prejuízo econômico, afronta que o teria convencido a deixar definitivamente a Itália.

No entanto, sua permanência em Viena seria breve. Pouco depois da sua chegada a Viena, morre seu protetor, Carlos VI, em 20 de outubro de 1740. Esse trágico golpe de azar deixa o compositor sem qualquer fonte de rendimentos, obrigando-o a novamente vender seus manuscritos para sobreviver.

Vivaldi morreria no ano seguinte, no dia 28 de julho de 1741, provavelmente em consequência da bronquite asmática que o acompanhara por toda a vida. Teve um enterro modesto. Anna Girò retornou a Veneza, onde morreria em 1750.

O corpo do compositor encontra-se sepultado na Universidade Tecnológica de Viena. Foi-lhe dada sepultura anônima de pobre (a missa de Réquiem na qual o jovem Joseph Haydn terá cantado, no coro). Igualmente desafortunada, sua música viria a cair na obscuridade até os anos de 1900.

Obra

A maior parte dos originais de Vivaldi permaneceu inédita e está disponível na Biblioteca de Turim. Só foi organizada no século XX pelo musicólogo francês Marc Pincherle. A fama de Vivaldi deve-se sobretudo à composição das seguintes obras:

Menos conhecido é o fato de a maior parte do seu repertório ter sido descoberto apenas na primeira metade do século XX em Turim e Gênova, mas publicado na segunda metade. A música de Vivaldi é particularmente inovadora, quebrando com a tradição consolidada em esquemas; deu brilho à estrutura formal e rítmica do concerto, repetidamente procurando contrastes harmónicos, inventando melodias e trechos originais.

Ademais, Vivaldi era francamente capaz de compor música não acadêmica, apreciada supostamente pelo público geral, e não só por uma minoria intelectual. A alegre aparência dos seus trabalhos revela uma alegria de compor. Estas estão entre as razões da vasta popularidade da sua música. Esta popularidade rapidamente o tornou famoso em países como a França, na altura muito fechada nos seus valores nacionais.

Legado

Johann Sebastian Bach foi deveras influenciado pelo concerto e Aria de Vivaldi (revivido nas suas Paixões e cantate). Bach transcreveu alguns dos concertos de Vivaldi para o cravo e o órgão, bem como alguns para orquestra, incluindo o famoso Concerto para Quatro Violinos e Violoncelo, Cordas e Baixo Contínuo (RV580). Contudo, nem todos os músicos demonstraram o mesmo entusiasmo: Igor Stravinsky afirmou em tom provocativo que Vivaldi não teria escrito centenas de concertos, mas um único, repetido centenas de vezes.

Vivaldi foi o compositor que inventou ou, pelo menos, estabeleceu a estrutura definitiva do concerto e da sinfonia. Foi o primeiro compositor a usar consistentemente a forma ritornelo em seus concertos, como pode ser verificado em "As quatro estações".

A ressurreição do trabalho de Vivaldi no século XX deve-se sobretudo aos esforços de Alfredo Casella, que em 1939 organizou a agora histórica Semana Vivaldi. Desde então, as composições de Vivaldi obtiveram sucesso universal, e o advento da "atuação historicamente informada" conseguiu catapultá-lo para o estrelato novamente. Em 1947 o empresário veneziano Antonio Fanna fundou o Istituto Italiano Antonio Vivaldi, cujo primeiro diretor artístico foi o compositor Gian Francesco Malipiero, com o propósito de promover a música de Vivaldi e publicar novas edições de seus trabalhos.

A música de Vivaldi, juntamente com a de Mozart, Tchaikovsky, Corelli e Bach foi incluída nas teorias de Alfred Tomatis sobre os efeitos da música no comportamento humano, e usada em terapia musical.

Fonte: Wikipédia


Tags: Antonio Lucio Vivaldi , Vivaldi, Música, erudita, clássica, As quatro estações, Four Seasons






Opinião do internauta

Deixe sua opinião

Hoje na história relacionadas

Comemoramos hoje - 08.11

  • Dia de São Deodato
  • Dia do Anjo Hariel
  • Dia do Aposentado
  • Dia do Radiologista
  • Dia Mundial do Urbanismo