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31 de julho de 1971.

Os astronautas da Apollo 15, David R. Scott e James B. Irwin, dirigem pela primeira vez um veículo na Lua, percorrendo aproximadamente 8 quilômetros ao longo de sua superfície

Jim Irwin com o Veículo Lunar na primeira atividade extraveícular na superfície lunar da missão Apollo 15

A Apollo 15 foi a primeira das missões de caráter eminentemente científico à Lua após as primeiras missões de reconhecimento, e a primeira a utilizar o jipe lunar na superfície do satélite. A tripulação era composta por David Scott, Alfred Worden e James Irwin.

O lançamento da Apollo 15 ocorreu às 13:34:00.6 UTC de 26 de julho de 1971 do LC 39A, no Centro Espacial Kennedy. A alunissagem ocorreu às 22:16:29 UTC de 30 de julho de 1971 em Hadley Hille. O módulo lunar decolou para retornar à Terra às 17:11:23 UTC de 2 de agosto de 1971. O retorno à Terra ocorreu às 20:45:53 UTC de 7 de agosto de 1971 sendo a tripulação recolhida pelo USS Okinawa.


A tripulação da Apollo 15: Esq. p/ dir: Scott, Worden e Irwin

Os astronautas Scott e Irwin passaram três dias na superfície da Lua, com um total de 18 horas fora do módulo lunar em atividades extraveículares. A missão foi a primeira a pousar em terreno acidentado, fora do mare lunar, e a tripulação explorou a região no primeiro transporte construído para se movimentar na Lua, afastando-se do módulo Falcon por distâncias não possíveis nas missões anteriores. A dupla de astronautas coletou um total de 77 kg de material lunar e os trouxe de volta à Terra.


Lançamento da Apollo 15 em 26 de julho de 1971

Jipes lunares

As três primeiras missões Apollo foram, em princípio, um teste de engenharia de voo. A exploração e a ciência eram de importância secundária e, além disso, os módulos lunares que voaram nestas missões simplesmente não podiam carregar muito equipamento. O módulo lunar havia sido construído como o mais espartano veículo capaz de completar uma missão de pouso, e sempre havia sido um problema achar espaço na capacidade de carga para equipamentos de exploração e experimentos científicos. A confiança na espaçonave – ligada a melhorias no desempenho – permitiu pequenos aumentos na soma de carga útil que poderia pousar na Lua, mas do ponto de vista prático, a missão anterior, a Apollo 14, era a mais sofisticada missão que poderia ser cumprida com o hardware original da Apollo.

É claro que a NASA e a comunidade espacial como um todo, sempre quiseram um resultado melhor numa missão, do que uma dupla de astronautas andando na superfície poderia realizar durante uma estadia de trinta horas na Lua. No começo dos anos 50, o inventor de foguetes Wernher von Braun, o astrônomo Fred Whipple e o escritor de ciências Willy Ley, publicaram uma série de artigos na revista cientifica norte-americana Collier em que descreviam uma hipotética missão de pouso na Lua em larga escala.

Eles imaginavam que uma equipe de cinquenta exploradores poderia fazer uma jornada para a Lua em três grandes naves de pouso, construídas e abastecidas na órbita terrestre. Duas das naves seriam capazes de fazer uma viagem à Lua e voltar, e no trecho de longo curso, cada uma carregaria uma tripulação de vinte pessoas.

A terceira nave seria uma nave-cargueiro, levando uma tripulação de dez astronautas e, além do combustível para a viagem de volta, cerca de 300 toneladas de carga. Von Braun e os outros imaginavam que a tripulação poderia ficar na Lua por seis semanas, chegando logo após o amanhecer local, ficando durante aquele dia que durava duas semanas e a noite subsequente, partindo logo antes do pôr do sol do seu segundo dia lunar. Ao invés de viver nas naves, os exploradores poderiam, após descarregar o cargueiro, separa-lo em duas partes e usar os cilindros que se formariam como alojamentos – um como área para viver e outro para laboratórios e pesquisas.


Wernher von Braun em 1964.

Evidentemente haveria uma grande quantidade de material a ser movimentado e Von Braun e os outros supriram a missão com guindastes, um em cada nave, e com três tratores de três toneladas. Uma vez a base estabelecida, os tratores-tailers poderiam ser colocados em uso como veículos de exploração, primeiro para viagens na vizinhança imediata da base e então, logo antes do amanhecer do segundo dia, para uma jornada cross-country de 300 km a uma grande cratera onde, se esperava, seriam encontradas evidências para provar de uma vez por todas se as largas crateras lunares eram formadas por impactos ou por ação vulcânica.

A expedição lunar imaginada por Von Braun era muito maior do que qualquer coisa que poderia ser possível para uma primeira missão mas, mesmo dentro das limitações do Programa Apollo, a NASA gostaria ao menos de desenhar e construir um versão de carga não-tripulada do Módulo Lunar para apoiar longas visitas e, eventualmente, uma modesta base lunar; mas no fim dos anos 1960, com orçamentos encolhendo e sonhos sendo guardados, tudo que era possível era atualizar o design do Módulo, de maneira que as tripulações pudessem pousar em versões mais robustas, capazes de deixá-los ficar por mais algum tempo e aumentar o raio de ação na superfície do satélite.

Mas na medida em que se esperava que o trabalho de inspeção geológica e de exploração lunar fosse o foco principal das missões de três dias, havia discussões sobre também levarem junto um carro movido a energia elétrica, mas estimativas preliminares indicavam que só haveria espaço na capacidade de carga para um jipe pesando cerca de 225 quilogramas, e ainda não estava claro – pelo menos durante a época de Natal de 1967, quando os primeiros memorandos começaram a ser escritos – se um veículo útil e seguro, tão leve, poderia ser construído. Mas em 1969, depois de vários esboços de projetos, a Boeing entregou à NASA três modelos do que seria o jipe lunar das missões Apollo.


O piloto do módulo lunar da Apollo 15, James Irwin, saúda a bandeira dos Estados Unidos.

O carro lunar da Apollo

O jipe lunar da Boeing estava muito longe do trator-trailer de sete passageiros, cabine fechada e dez toneladas das ideias de von Braun e seus companheiros, mas era uma pequena máquina elegante, lembrando um carrinho de golfe mais sofisticado. Vazio, ele pesava apenas 209 quilos e poderia ser dobrado e guardado para a viagem até a Lua como um intricado brinquedo. Uma vez montado na Lua, ele tinha três metros de comprimento por 1 ½ metro de largura, com o topo dos assentos gêmeos à cerca de 1 ½ do chão. Quando totalmente carregado com os dois astronautas e todo o seu equipamento, ele pesava 700 quilos; andava sobre quatro rodas de malhas de arame e quando completamente carregado, tinha um espaço livre, entre o fundo do carro, e o chão de 35 cm; tinha quatro rodas com tração elétrica em cada uma delas.

A tração do jipe poderia ser feita com a dupla de rodas da frente, com as rodas de trás ou com todas as quatro rodas e à baixa velocidade, o jipe poderia girar num raio igual ao seu comprimento de três metros. Entre os assentos e um pouco à frente dos astronautas, havia um pequeno painel de instrumentos contendo indicadores de, entre outras coisas, a velocidade do carro, alcance e a posição com relação ao último lugar onde a tripulação tinha ativado o sistema de navegação - sempre um lugar à vista do módulo lunar.

Para o controle do carrinho, havia um simples controle de mão em forma de T, localizado entre os assentos, de modo que, se necessário, o veículo poderia ser operado por qualquer um dos membros da tripulação. O jipe era capaz de andar a 10 km/h a 12 km/h num terreno suave, de piso duro e nivelado. Pela maioria dos parâmetros terrestres, é no máximo uma velocidade de respiração rápida, mas na superfície lunar enrugada e cheia de crateras, poderia haver e houve riscos com uma frequência divertida. No mínimo, eram passeios aos pulos.


O jipe lunar

Apesar do jipe ter sido originalmente desenhado e desenvolvido para dar aos astronautas mobilidade e alcance, ele também servia como uma plataforma científica. Cada um deles carregava uma câmera de TV colorida que podia ser operada remotamente de Houston. Por causa da alta capacidade de informação do sinal de TV, transmissões só eram possíveis quando a antena de alta voltagem do jipe estava apontada quase diretamente para a Terra e geralmente a câmera só era operada quando o jipe estava estacionado.

Quando a tripulação atingia uma de suas estações de trabalho, eles só precisavam de alguns segundos para apontar a antena e começavam a fazer seu trabalho, enquanto Ed Fendell, o operador da câmera no Centro Espacial Johnson, na Terra, usava o zoom e outros acessórios tanto para seguir os astronautas enquanto eles trabalhavam, como para supri-los com informações enquanto esquadrinhava o terreno. E, finalmente, havia bastante espaço no jipe para câmeras fotográficas, rolos de filmes, ferramentas, sacos de amostra, além de uma pequena estação receptora para equipamentos científicos na última das missões, a Apollo 17.

A Apollo 15 foi a primeira das missões Apollo a utilizar este jipe


Jim Irwin com o Veículo Lunar na primeira atividade extra-veicular na superfície lunar da missão Apollo 15

Passeio de jipe na Lua

Os preparativos para a primeira EVA (extra-vehicular activity em inglês, ou atividade extraveícular) real foram rápidos. A primeira coisa a ser feita era montar o jipe. Para esta missão, em vez de montar primeiro os experimentos do ALSEP, o conjunto de experimentos científicos levados por cada missão Apollo à Lua, os dois iriam tirar vantagem imediata do jipe e fazer uma viagem geológica de 4 km até a área onde o canal toca o pé do Monte Hadley Delta.

Após montarem e colocarem o jipe lunar em posição para um breve teste de direção, Scott ficou um pouco desconcertado em descobrir que ele não tinha tração nas quatro rodas, mas após alguns minutos brincando com as chaves, decidiu começar os testes, e duas horas e meia após terem começado a despressurização da cabine, ele e Irwin estavam rodando na Lua. O passeio foi tão cheio de solavancos quanto alguém poderia esperar num terreno áspero e sem estradas. A maioria do tempo eles dirigiram a 10 km por hora, entrando e saindo de crateras, se lançando para cima ou para baixo e rolando de um lado para outro.

Este primeiro passeio com o jipe lunar se deu em 31 de julho de 1971 entre 13:12:17 UTC e 19:45:59 UTC com uma duração de 6 horas, 32 minutos e 42 segundos.


Pouso no retorno da Apollo 15. Um dos paraquedas da nave não abriu

Fonte: Wikipédia


Tags: Apollo 15, Apollo, Programa Apollo, Nasa, astronautas, lua, jipe lunar, David Scott, Alfred Worden, James Irwin






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