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05 de agosto de 1100.

Coroação de Henrique I de Inglaterra na Abadia de Westminster

Henrique I, Rei dos Ingleses e Duque dos Normandos

Henrique I (Selby, c. 1068 – Lyons-la-Forêt, 1º de dezembro de 1135), também conhecido como Henrique Beauclerc, foi o Rei da Inglaterra de 2 de agosto de 1100 até sua morte em 1135.

Era o quarto filho de Guilherme I da Inglaterra e foi educado em latim e artes liberais. Quando seu pai morreu em 1087, seus irmãos mais velhos Guilherme, o Ruivo e Roberto Curthose herdaram a Inglaterra e a Normandia, respectivamente, e nada ficou com Henrique. Ele acabou comprando de Roberto o Condado de Cotentin no leste da Normandia, porém seus irmãos o depuseram em 1091. Henrique gradualmente reconstruiu seu poder em Cotentin e aliou-se com Guilherme contra Roberto. Ele estava presente quando o irmão morreu em um acidente de caça em 2 de agosto de 1100, tomando rapidamente, no mesmo dia, o trono inglês prometendo corrigir muitas das políticas impopulares de seu irmão Guilherme. Henrique casou-se com Edite da Escócia, porém continuou a ter várias amantes, com quem teve vários filhos ilegítimos.

Roberto disputou o trono com Henrique, invadindo a Inglaterra em 1101. Essa campanha militar terminou com um acordo que confirmava Henrique como rei. A paz durou pouco, desta vez com o rei invadindo o Ducado da Normandia em 1105 e 1106, finalmente derrotando Roberto na Batalha de Tinchebray. Ele manteve o irmão como prisioneiro pelo resto da vida. Seu controle da Normandia foi desafiado por Luís VI da França, Balduíno VII de Flandres e Fulque V de Anjou, que incentivaram a pretensão de Guilherme Clito, filho de Roberto, e apoiaram uma grande rebelião no ducado entre 1116 e 1119. Um favorável acordo de paz foi estabelecido com Luís em 1120 após a vitória de Henrique na Batalha de Brémule.

Considerado por seus contemporâneos como um governante severo e eficiente, Henrique habilidosamente manipulou os barões ingleses e normandos. Na Inglaterra, ele se baseou no já existente sistema jurídico anglo-saxão, nos governos locais e nos impostos, porém também fortaleceu outras instituições, como o erário público real e as justiças itinerantes. A Normandia também era governada através de um sistema de justiças e um erário público. Muitos dos oficiais que cuidavam do sistema de Henrique eram "homens novos", indivíduos de nascimento relativamente baixo que subiram na sociedade como administradores. O rei encorajava a reforma eclesiástica, porém ficou envolvido em 1101 em uma séria disputa com o arcebispo Anselmo da Cantuária, algo que foi resolvido em 1015 através de uma solução de compromisso. Ele apoiava a Ordem de Cluny e teve papel importante na escolha do alto clero na Inglaterra e Normandia.

Guilherme Adelino, o único filho e herdeiro legítimo de Henrique, morreu no Barco Branco em 1120, colocando em dúvida a sucessão real. Henrique casou-se novamente na esperança de ter outro filho, porém não conseguiu. Em resposta, o rei declarou sua filha Matilde como herdeira e a casou com Godofredo V de Anjou. A relação de Henrique com o casal ficou ruim e um confronto começou na fronteira de Anjou. Henrique I morreu em 1º de dezembro de 1135 depois de ter ficado doente por algumas semanas. Apesar de seus planos para Matilde, ele foi sucedido como rei por Estêvão de Blois, seu sobrinho, resultando no período de guerra civil conhecido como a Anarquia.

Tomada do trono

Henrique se tornou Rei da Inglaterra depois de Guilherme morrer enquanto caçava. Na tarde de 2 de agosto de 1100, o rei foi caçar na Nova Floresta, acompanhado por um grupo de caçadores e vários nobres normandos, incluindo Henrique. Uma flecha foi disparada, possivelmente pelo barão Walter Tirel, que acertou e matou Guilherme. Várias teorias da conspiração foram colocadas sugerindo que o rei foi morto deliberadamente; a maioria dos historiadores modernos rejeitam isso, já que caçar era uma atividade bem perigosa e acidentes eram comuns. O caos se espalhou e Tirel fugiu para a França, por ter disparado o tiro fatal ou por ter sido incorretamente acusado e temia virar bode expiatório da morte.

Henrique foi para Winchester, onde uma discussão começou sobre quem tinha a melhor reivindicação ao trono. Guilherme de Breteuil defendeu os direitos de Roberto, que ainda estava fora do país retornando da cruzada, e a quem Henrique e os barões haviam prestado homenagem nos anos anteriores. Henrique afirmava que, diferentemente do irmão, ele havia nascido quando seus pais já eram rei e rainha, dando-lhe uma reivindicação melhor. Os ânimos se exaltaram, porém Henrique, com o apoio de Henrique de Beaumont e Roberto de Meulan, manteve-se e persuadiu os barões a segui-lo. Ele ocupou o Castelo de Winchester e tomou o tesouro real.

Henrique foi rapidamente coroado em 5 de agosto de 1100 na Abadia de Westminster por Maurício, Bispo de Londres, já que Anselmo, Arcebispo da Cantuária, havia sido exilado por Guilherme e Tomás, Arcebispo de Iorque, estava no norte em Ripon. De acordo com a tradição inglesa e para legitimar seu reinado, Henrique emitiu uma carta régia fazendo várias promessas. O novo rei se apresentou como tendo restaurado a ordem a um país devastado por dificuldades. Ele anunciou que iria abandonar as políticas de Guilherme em relação a igreja, que eram vistas como opressivas pelo clero; Henrique prometeu evitar os abusos reais dos direitos de propriedade dos barões, garantindo uma volta aos costumes gentis de Eduardo, o Confessor. Ele afirmou que iria "estabelecer uma paz firme" por toda a Inglaterra, ordenando "que esta paz passará a ser mantida".


Desenho do século XVII da coroação de Henrique.

Além de seu existente círculo de apoiadores, muitos dos quais foram recompensados com novas terras, Henrique rapidamente cooptou muito da administração existente em sua nova criadagem real. Guilherme Gifardo, chanceler de Guilherme II, foi nomeado Bispo de Winchester e os proeminentes xerifes Urso de Abetot, Haimo Dapifer e Roberto FitzHamon continuaram a ter papéis importantes no novo governo. Em contraste, o impopular Ranulfo Flambardo, o Bispo de Durham, e outros importantes membros do reinado anterior, foram aprisionados na Torre de Londres e acusados de corrupção. Guilherme havia deixado muitos cargos clericais em aberto, e Henrique começou a nomear novos ocupantes num esforço para construir uma base de apoio maior em seu governo. As nomeações precisavam ser consagradas, e o rei escreveu a Anselmo se desculpando por ter sido coroado enquanto o arcebispo estava na França, pedindo seu retorno.

Fonte: Wikipédia


Tags: Henrique I, Henrique I da Inglaterra, Abadia de Westminster, Coroação, rei






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