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12 de agosto de 2000.

O submarino nuclear russo Kursk encalhou no fundo do Mar de Barents, ao norte da Rússia. Os 118 marinheiros acabaram morrendo

Submarino Nuclear - Classe Oscar II.

O K-141 Kursk, foi um submarino nuclear da Classe Oscar-II, pertencente à Marinha Russa que afundou no Mar de Barents em 12 de agosto de 2000, com uma tripulação de 118 homens. Foi batizado em homenagem a uma das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, a Batalha de Kursk, em 1943.

História

Foi uma das primeiras embarcações concluídas, logo após a queda da União Soviética. Sua função principal seria compor a Frota do Mar do Norte, cuja sede localiza-se em Severomorsk. As obras de construção começaram em 1990 em Severodvinsk, perto de Arkhangelsk, sendo lançado em Dezembro de 1994.

Possuía 154m de comprimento, 18m de largura, e equivalente a quatro andares de altura ( Peso estimado de 18.000 ton), sendo considerado o maior submarino de ataque já construído. Sendo considerado indestrutível pelos marinheiros russos, devido ao seu tamanho e aos recursos tecnológicos.

Incidente

De acordo com informações do serviço de sismologia da Noruega, Instituição NORSAR, teria havido duas explosões detectadas aproximadamente nas coordenadas 69°38'N e 37°19'E, durante a manhã de 12 de agosto de 2000. A primeira explosão foi às 11:29:34 (hora de Moscou) e teve uma magnitude de 1,5 na escala de Richter, seguido de um segundo de 3,5, às 11:31:48, correspondendo a cerca de 100/250Kg de explosivos(TNT).

Dados semelhantes foram registrados por estações sísmicas no Canadá e Alasca. Além disso, dois submarinos americanos (um deles - USS Memphis), que estavam acompanhando os exercícios, registrou duas explosões submarinas às 11:38. Um submarino russo e o cruzador pesado PETR Velikiy que também acompanhavam as manobras, detectaram essas explosões também. O Ministro da Defesa da Rússia disse que o submarino russo de apoio, recebeu também o som de uma terceira explosão às 11:44. O submarino americano alega ter detectado um ruído durante o intervalo entre as duas explosões, que reconheceu como tanques de lastro de sopro explodindo ou o aumento da velocidade da hélice. O acidente só foi tornado oficialmente público no dia 14 de agosto de 2000. O Incidente com o submarino Kursk provocou uma enorme reação no mundo, pois tratando-se de um submarino nuclear temia-se um acidente parecido com o de Chernobyl. Durante a noite de 14 de agosto de 2000, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Israel, Itália, Noruega, Estados Unidos da América e outros países ofereceram sua ajuda. Porém como o submarino continha tecnologia e segredos militares, os russos foram reticentes em aceitar tal ajuda.

Estudos indicam que a tripulação dos compartimentos 5 e 5B, conseguiram lacrá-los logo após a segunda explosão. Estes compartimentos eram revestidos de chumbo (sarcófago) e continham os reatores atômicos, uma vez lacrados, somente poderiam ser abertos pelo lado de dentro. Esta ação foi de fundamental importância evitando que explodissem devido a alta temperatura que estava sendo acumulado no submarino. Investigações após o resgate, indicam que a temperatura dentro do submarino após a série de explosões tenha atingido 8.000 graus célsius.

O submarino afundou em águas relativamente rasas a uma profundidade de 108 metros (354 pés), cerca de 135 km (85 milhas) de Severomorsk, na posição 69° 40′ N 37° 35′ E. Uma dessas explosões teria aberto grandes buracos no casco do submarino.

Resgate

Nenhuma autoridade russa admitiu que 23 marinheiros haviam conseguido sobreviver por um período de dois dias após o acidente. Depois da explosão na câmara de mísseis, os tripulantes foram para o compartimento número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais de socorro por 48 horas.

As autoridades da Rússia só aceitaram a ajuda dos noruegueses e britânicos quatro dias depois do acidente. O fato mais constrangedor ao Governo Russo foi ver os homens-rãs ocidentais, com roupas especiais e descendo em “sinos” (equipamentos de resgate), realizar a operação de descida e abertura das escotilhas em menos de um dia. A justificativa da Marinha Russa era a necessidade de se preservarem os segredos militares do submarino nuclear. O governador da província de Kursk, Alexander Rutskoi, disse que o motivo pelo qual os russos não queriam ninguém no fundo do mar Barents era o teste de um novo tipo de míssil, que segundo informações ainda permanecia no mesmo.

Na segunda-feira, 21 de agosto de 2000, às 07.45 da manhã, quatro mergulhadores noruegueses da empresa Stolt Comex Seaway conseguiram abrir a primeira escotilha do submarino. Os homens-rãs deparam-se com o cenário mais temido. “Todos os compartimentos estão inundados e nenhum membro da tripulação sobreviveu”, declarou o vice-almirante russo Mikhail Motsak.

Causa

A hipótese mais coerente é a de que no lançamento do torpedo a proa do submarino tenha explodido, atingindo ainda outros compartimentos da belonave. Segundo o jornal militar russo Krasnaia Zvezda, o Kursk estaria usando um novo tipo de combustível que é líquido, mais barato e de muito mais alta combustão. Há ainda uma hipótese, mais sinistra, de que o submarino estaria com mísseis nucleares supersônicos. Uma carta que explicava as causas do naufrágio do submarino Kursk foi encontrada no corpo de um tripulante e mantida em segredo pelas autoridades russas, disseram militares da Frota do Norte hoje citados pelo diário Izvestia.

De acordo com estas fontes, foram encontradas duas cartas a 25 de outubro de 2000 no cadáver do oficial da marinha Dmitri Kolesnikov, tendo apenas uma sido divulgada.


Bilhete de Kolesnikov.

Na carta mantida em segredo, Kolesnikov descreve exatamente o que aconteceu e afirma que, na sequência da morte do comandante do Kursk, assumiu o comando do submarino, precisaram as fontes, sem adiantar mais pormenores sobre o documento.

Na mensagem que foi divulgada, Kolesnikov referia que pelo menos 23 homens, dos 118 que se encontravam a bordo do Kursk, sobreviveram ao acidente e se refugiaram num compartimento da popa do submarino. A nota, divulgada pelas autoridades russas, não continha qualquer indicação sobre as causas do naufrágio.

Uma segunda carta, também encontrada no corpo de um marinheiro que se refugiou na proa do Kursk, também foi divulgada. A carta, manuscrita, descreve os minutos imediatamente após a catástrofe, mas não indica as causas.

Fonte: Wikipédia


Tags: K-141 Kursk, Kursk, Guerra Fria, tragédia, submarino, Marinha Russa






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