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RSSA Coreia é dividida em duas: a Coreia do Sul é estabelecida a sul do paralelo 38 e a Coreia do Norte ao norte do mesmo paralelo
A divisão da Coreia em Coreia do Norte e Coreia do Sul resulta da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial de 1945, terminando o domínio colonial de 35 anos do Japão na Coreia. Em uma proposta que obteve a oposição de quase todos os coreanos, os Estados Unidos e a União Soviética concordaram em ocupar temporariamente o país com uma tutela com a zona demarcada de controle ao longo do paralelo 38. O objetivo desta tutela foi o de estabelecer um governo coreano provisório, que viria a ser "livre e independente no devido tempo." Embora as eleições fossem agendadas, as duas superpotências apoiaram líderes diferentes e dois estados foram estabelecidos de forma eficaz, cada qual reclama a soberania sobre toda a península coreana.
A Guerra da Coreia (1950-1953) deixou as duas Coreias, separadas pela Zona Desmilitarizada Coreana, mantendo-se tecnicamente em guerra durante a Guerra Fria até os dias atuais. A Coreia do Norte é um Estado socialista, muitas vezes descrito como stalinista e isolacionista. Sua economia inicialmente teve um crescimento substancial, mas entrou em colapso na década de 1990, ao contrário do seu vizinho comunista a China. A Coreia do Sul surgiu, após décadas de regime autoritário, como uma democracia liberal capitalista, com uma das maiores economias do mundo.
Desde a década de 1990, os sul-coreanos com administrações progressivamente liberais, assim como a morte do fundador norte-coreano Kim Il-sung, os dois lados deram pequenos passos no sentido simbólico de uma possível reunificação coreana.
Cidadãos sul-coreanos protestando contra a ocupação das Coreias por potências estrangeiras, em dezembro de 1945.
Invasão soviética-americana (1945)
Em novembro de 1943, em uma conferência realizada no Egito, a República da China, o Reino Unido e os Estados Unidos decidiram que "a Coreia se tornaria uma nação independente após a guerra". Na Conferência de Ialta, feita em fevereiro de 1945, foi acertado que o país entraria para a "zona de influência" soviética, em troca do apoio destes na guerra contra o Japão. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o Exército vermelho ocupou boa parte do norte da península coreana, como havia sido acertado em acordo com as potências ocidentais e em 26 de agosto de 1945, mas detiveram seu avanço no paralelo 38 e esperaram a invasão americana no sul do país.
Em 10 de agosto de 1945, com a derrota japonesa próxima, os americanos duvidavam se os soviéticos iriam honrar os acordos da ocupação da Coreia. Um mês antes, os coronéis Dean Rusk e Charles H. Bonesteel III dividiram a península no paralelo 38, assegurando-se que a zona sul tivesse pelo menos dois grandes portos. Rusk teria justificado o local da divisão no paralelo 38 pois "caso a União Soviética violasse o acordo, a área ocupada pelo exército vermelho estaria ao alcance rápido das forças americanas, [...] era importante colocar a capital da Coreia sob responsabilidade do exército dos Estados Unidos". Os soviéticos aceitaram a demarcação das zonas de ocupação americanas, já que seu foco estava nas negociações com o ocidente sobre como ocupar o Leste da Europa e também porque eles aceitariam a rendição japonesa nos termos dela.
Divisão da Coreia (1945–1949)
Na Conferência de Potsdam (julho–agosto de 1945), os Aliados decidiram, unilateralmente, dividir a Coreia — sem consultar o povo coreano. Em 8 de setembro de 1945, o general americano John R. Hodge chegou em Incheon para aceitar a rendição japonesa no sul do paralelo 38. Apontado como governador militar, Hodge assumiu total controle sobre o sul da Coreia.
Em dezembro de 1945, a Coreia era administrada por uma Comissão Americano-Soviética, como acertado na Conferência de Moscou, ainda naquele ano. Os coreanos foram excluídos de todas as negociações sobre o futuro do país. A comissão decidiu dar independência a península coreana em 1950, depois de cinco anos de ocupação e de esforços para inclinar a população das zonas ocupadas as ideologias defendidas pelas forças estrangeiras de ocupação. A população coreana se revoltou contra tais determinações. No Sul, foram reportados enormes protestos nacionalistas e alguns grupos políticos passaram a pegar em armas.
Em 1946 as greves assolaram o país inteiro, além de protestos nas grandes cidades. A desordem civil foi forte durante todo este ano e conduziu a vários levantes populares. Em 1º de outubro de 1946, a polícia matou três estudantes durante uma revolta em Daegu. Manifestantes armados passaram então a visar a polícia, matando 38 oficiais de segurança. Em 3 de outubro, cerca de 10 mil pessoas atacaram uma delegacia de polícia em Yeongcheon, matando 3 policiais e ferindo outros 40. Cerca de 20 proprietários de terra e coreanos suspeitos de serem simpatizantes da antiga ocupação japonesa também foram mortos. As forças de ocupação americanas decidiram então decretar lei marcial. Em 3 de abril, uma grande revolta explodiu na Coreia (a Insurreição de Jeju), que pode ter chegado a cerca de 30 mil pessoas mortas.
Com a recusa da Rússia de permitir as Nações Unidas de supervisionar as eleições para uma Coreia unida, em 10 de maio de 1948, a Coreia do Sul convocou sua primeira eleição nacional, a que os soviéticos se opuseram. Em 25 de agosto, foi a vez da Coreia do Norte ter eleições gerais, com apenas um candidato por distrito eleitoral, a afluência às urnas foi relatada de 99,97%, com 98,49% de votos a favor dos candidatos apresentados.
O governo formado no Sul após as eleições tinha uma dura linha anticomunista e aprovou sua nova constituição em 17 de julho de 1948, elegendo o presidente, Syngman Rhee, em 20 de julho de 1948. As eleições foram violentas e pelo menos 600 pessoas morreram durante o processo.
A República da Coreia (no Sul) foi formalmente estabelecida em 15 de agosto de 1948. Na zona de ocupação soviética, o novo governo comunista passou a ser chefiado por Kim Il-sung. O regime do presidente Rhee expulsou os comunistas da vida política do sul. Muitos fugiram para as colinas e pegaram em armas para lutar contra o governo de Seul.
Ambos muito nacionalistas, Syngman Rhee e Kim Il-Sung tinham intenções de reunificar a Coreia sob seu próprio sistema de governo. O Norte recebia apoio incondicional da União Soviética e da China. Tiroteios e confrontos nas fronteiras (que passaram a ser militarizadas) se tornaram comuns. A Coreia do Sul era tremendamente limitada em materiais e recursos. Durante essa era, o governo americano presumiu que os comunistas (independentemente da nacionalidade) eram diretamente controlados ou influenciados por Moscou. Assim, os Estados Unidos viam a guerra civil na Coreia como uma manobra de hegemonia por parte dos soviéticos.
No fim de 1948, os soviéticos retiraram seus exércitos do Norte, como era previsto nos acordos feitos com o ocidente. Tropas americanas se retiraram do Sul em 1949, deixando as forças militares sul-coreanas despreparadas e mal armadas, ao contrário dos vizinhos do Norte que estavam fortemente armados com equipamentos russos.
Fonte: Wikipédia
Opinião do internauta
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