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RSSNasce Elisabeth da Baviera, a imperatriz da Áustria e rainha da Hungria Sissi
Elizabeth da Baviera (ou Isabel), mais conhecida como Sissi, (em alemão: Elisabeth von Bayern; nascida Elisabeth Amalia Eugenia von Wittelsbach; Munique, 24 de dezembro de 1837; Genebra, 10 de setembro de 1898), depois Elizabeth da Áustria, foi a imperatriz consorte do Império Austríaco e a rainha consorte da Hungria devido ao seu casamento com o imperador Francisco José I. Era conhecida como "Sissi da Áustria e Hungria".
Família e infância
Pertencente à nobre Casa de Wittelsbach, Elizabeth Amália Eugénia era a segunda filha do duque Maximiliano da Baviera (1808-1888) e de sua esposa, Luísa (1808-1892).
A sua mãe era a oitava filha de Maximiliano I José, que foi o primeiro rei da Baviera.
Ela e os seus sete irmãos cresceram na propriedade da família, o Castelo de Possenhofen, próximo do lago Starnberger.
Os seus familiares e amigos costumavam chamá-la carinhosamente de Sisi; porém, nos filmes e romances inspirados na vida desta princesa, a alcunha foi grafada como Sissi, tendo ficado mundialmente conhecida por esse apodo.
Praticava na infância atividades como pesca desportiva e equitação.
Imperatriz Elizabeth da Áustria (Sissi), por Franz Xaver Winterhalter, 1865.
Casamento
Em agosto de 1853, a tia materna de Elizabeth, a arquiduquesa Sofia da Baviera, esposa do segundo filho do imperador Francisco I da Áustria, convidou a irmã, Ludovica, a visitá-la em companhia da sua filha Helena, a irmã mais velha de Sissi. O objetivo da arquiduquesa com esse encontro, ocorrido numa estância de Verão em Bad Ischl, era casar o filho, o imperador Francisco José I, com a prima, de dezessete anos. Contudo, Elizabeth, de quinze anos, foi também ao encontro e acabou conquistando o imperador. Até hoje, acredita-se que foi amor à primeira vista.
No dia 24 de abril de 1854, na Igreja de Santo Agostinho, em Viena, Sissi, com dezesseis anos, desposou o seu primo Francisco José, então com quase vinte e quatro anos. Elizabeth teve dificuldades em se adaptar à estrita etiqueta da corte dos Habsburgo. O casamento gerou quatro filhos:
- Sofia Frederica (5 de março de 1855 - 29 de maio de 1857), adoeceu e morreu em função de diarreia;
- Gisela (12 de junho de 1856 - 27 de julho de 1932), desposou o príncipe Leopoldo da Baviera;
- Rodolfo, herdeiro do trono (21 de agosto de 1858 - 30 de janeiro de 1889), desposou a princesa Estefânia da Bélgica;
- Maria Valéria (22 de abril de 1868 - 6 de setembro de 1924), desposou o arquiduque Francisco Salvador da Áustria-Toscana;
A família imperial em 1871 no Palácio de Gödöllő. Esquerda para direita: Rodolfo, Francisco José I, Maria Valéria com a imperatriz Isabel e Gisela.
Problemas
Elizabeth sofria de depressão por causa do seu casamento infeliz e da rígida vida na corte austríaca. Não tinha um bom relacionamento com a sogra, a arquiduquesa Sofia nem com a aristocracia da corte, que desprezava a sua informalidade. A arquiduquesa escolheu o próprio nome para a primeira filha de Sissi, sem a consultar. Além disso, Sofia impedia-a de ver a criança, que morreu dois anos depois durante uma viagem a Budapeste.
O marido estava quase sempre ocupado com a política do império, o que contribuiu para a sua solidão.
Perambulo solitária sobre a Terra há tempo, alienada da vida e do prazer; não tenho e nunca tive alma que me entendesse.
—A imperatriz no seu diário
Em 1860, ela deixou Viena depois de contrair uma doença nos pulmões, que presumivelmente era psicossomática. Passou o inverno na ilha da Madeira e só regressou a Viena depois de visitar as ilhas Jônicas. Algum tempo depois ficou novamente doente e foi para Corfu. Depois disso, Elizabeth passou a usar a sua beleza para ganhar a influência do marido.
Pintura de Elizabeth retratando seus cabelos longos
Óleo de Franz Xaver Winterhalter, 1864, um dos dois retratos ‘íntimos’da imperatriz; Embora sua existência fosse mantida em segredo do público em geral, era o retrato favorito do imperador, que o manteve em frente à sua mesa em seu escritório particular
Alcançou o seu único objetivo político em 1867, quando ela e o imperador Francisco José foram coroados rei e rainha da Hungria. Dez meses depois, nasceu a sua outra filha, a arquiduquesa Maria Valéria. Elizabeth foi impedida de exercer qualquer influência sobre os seus filhos mais velhos. Eles foram criados pela avó, Sofia, que se referia a Elizabeth como "a vossa tola mãe". Após o nascimento de Maria Valéria, o casamento começou a se deteriorar, aumentado pelo comportamento errado de Elizabeth.
Elizabeth, então, começou uma vida de viagens, visitando a ilha da Madeira, Hungria, Inglaterra e Corfu. Não ficou conhecida somente pela beleza, mas também pelo seu gosto pela moda, dietas e exercícios físicos, paixão por cavalgadas e vários amantes.
A imperatriz também escreveu poemas. Muitas de suas poesias referem-se às suas viagens, à Grécia Clássica e a temas românticos. Nesses anos, Elizabeth também se interessou pelo estudo da Grécia antiga e moderna e da língua grega. Ela lia numerosos livros gregos.
Em janeiro de 1889, Elizabeth recebeu a notícia da morte do seu único filho varão, o príncipe herdeiro Rodolfo. Ele foi encontrado morto ao lado da amante, a baronesa Maria Vetsera, de dezessete anos, em Mayerling. A versão oficial de suicídio é hoje contestada por alguns historiadores que afirmam que ele foi assassinado por apoiar o nacionalismo húngaro. A imperatriz nunca superou a morte de Rodolfo, fato que contribuiu para agravar ainda mais a sua depressão.
Rainha da Hungria
A 8 de junho de 1867, juntamente com o marido, Elizabeth foi coroada rainha da Hungria na sequência da assinatura do compromisso austro-húngaro.
Coroação de Francisco José I e Elizabeth como Rei apostólico e Rainha da Hungria
A sua dificuldade de adaptação às rígidas regras da corte de Viena e a sua preferência pela Hungria chocaram a Áustria e isolaram cada vez mais Elizabeth da vida familiar e dos compromissos oficiais, que procurou abandonar desde o seu casamento, por detestar o protocolo e as obrigações impostas pelo título do marido.
Detinha os seguintes títulos de nobreza:
- Rainha Apostólica da Hungria
- Rainha da Boêmia, da Dalmácia, da Croácia, da Eslovênia, da Galícia e Lodoméria, da Ilíria e de Jerusalém
- Arquiduquesa da Áustria
- Grã-duquesa da Toscânia e de Cracóvia Duquesa da Lorena, de Salzburgo, da Estíria, da Caríntia, da Carniola, da Bucovina, da Alta e Baixa Silésia, de Modena, Parma, Placência e Guastalla, de Auschwitz e Zator, de Teschen, Friul, Ragusa e Zara
- Princesa da Transilvânia, de Trentino e Brixen (Bressanone)
- Condessa imperial de Habsburg, de Tirol, de Kyburg, Gorizia e Gradisca
- Marquesa da Alta e Baixa Lusácia e da Ístria
- Condessa de Hohenems, Feldkirch, Bregenz e Sonnenberg
- Lorde de Trieste, de Cattaro e de Wendland
- Grande Voivode da Voivodia da Sérvia
- Soberana da Ordem do Tosão de Ouro
Elizabeth já demonstrava interesse pelos húngaros por volta de 1865 e, quando o império austro-húngaro se estabeleceu, ganhou o Palácio de Gödöllő da nação. No ano seguinte, ela deu à luz uma terceira filha, Maria Valéria, que cresceu imersa na cultura húngara, como a rainha desejou.
Fotografia de Elizabeth como Rainha da Hungria (por Emil Rabending (ca.), 1867)
Saúde e hábitos
Diferentemente da Elizabeth imortalizada pela atriz Romy Schneider nos filmes do diretor Ernst Marischka, a verdadeira imperatriz foi uma esposa infeliz, depressiva, vaidosa e anoréxica, e a sua personalidade "sombria" está retratada no Museu Sissi, no Palácio Imperial de Hofburg.
Bela, dedicava três horas por dia a pentear os longos cabelos que lhe chegavam aos pés. Para manter a pele bonita, ela usava máscaras faciais feitas de morangos prensados ou dormia com bifes no rosto.
Elizabeth tinha uma verdadeira obsessão pelo seu peso: tinha o costume de se pesar três vezes por dia. Pesava cerca de quarenta e cinco quilogramas e tinha 1,73 metro de altura, o que não é considerado atualmente saudável pela Organização Mundial da Saúde. Se a cintura passasse de 50 cm, parava de comer.
Retrato de Elizabeth no qual se pode observar seu penteado ao qual a Imperatriz dedicava três horas por dia
Óleo de Franz Xaver Winterhalter, 1865, Kunsthistorisches Museum
Fazia dietas rigorosas, passando dias à base de sopa e frutas ou recusando-se a comer alimentos sólidos, que eram, como pedia aos seus criados, espremidos. Pensava que choques térmicos poderiam ajudá-la a emagrecer e, por isso, tomava banhos de vapor e, em seguida, mergulhava-se em banhos de água fria. Tinha também o hábito de colecionar fotografias de mulheres bonitas, comparando-as consigo mesma. Por volta de 1895, foi diagnosticada com desnutrição e problemas pulmonares.
Receio que tu não sigas o conselho do médico e continues a minar a tua saúde, até quando for tarde demais e não houver mais remédio. Nada mais posso fazer que rogar-te sobretudo que te alimentes.
—Francisco José I em carta para Isabel
O vapor Genève, última viagem da imperatriz Elizabeth.
Assassinato
A 10 de setembro de 1898, em Genebra, Suíça, Elizabeth foi assassinada por um anarquista italiano, Luigi Lucheni. Inicialmente, o anarquista não tinha intenção de assassinar a imperatriz, mas sim qualquer personalidade que se encontrasse na cidade. Irritou-se quando soube que o príncipe d'Orleans, herdeiro do trono da França - o alvo perfeito - havia saído de Genebra na véspera.
Interpretação artística do assassinato de Elizabeth pelo anarquista italiano Luigi Lucheni em Genebra, 10 de setembro de 1898.
Foi um amigo, Giuseppe Abis della Clara, que informou Lucheni da chegada da imperatriz a Genebra, fato que seria noticiado pela imprensa apenas no dia seguinte, pois ela viajava incógnita. Diante da possibilidade de atingir um alvo ainda mais importante do que imaginara, o anarquista italiano alterou os seus planos. Na manhã do dia 10, após sair do Hotel Beau-Rivage em que estava hospedada, a caminho do vapor Genève para atravessar o lago de Genebra, Isabel foi abordada por Luigi que a golpeou com um fino estilete em forma de agulha no coração. A imperatriz caiu, mas ainda assim conseguiu levantar-se aparentemente sem sentir dor alguma. Sem perceber a gravidade do golpe que sofrera, apressou-se para junto da sua acompanhante a fim de não perder o barco. Elizabeth da Áustria desmaiou a bordo, o barco voltou ao cais e ela foi levada para o hotel onde morreu naquela tarde.
A procissão do funeral em Viena, a 17 de setembro de 1898.
O seu corpo está sepultado na Cripta Real dos Habsburgo na Igreja dos Capuchinhos, em Viena, ao lado do filho e do marido.
As tumbas de Elizabeth, de seu marido e filho
Fonte: Wikipédia
Opinião do internauta
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