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21 de setembro de 2005.

Após sofrer denúncias de recebimento de propina, Severino Cavalcanti renuncia ao mandato e a presidência da Câmara dos Deputados


Severino José Cavalcanti Ferreira (João Alfredo em Pernambuco, 18 de dezembro de 1930) é um político brasileiro filiado ao Partido Progressista, apesar de já ter trocado de partido por oito vezes, o primeiro partido a que pertenceu foi a UDN. Foi prefeito de seu município natal em 1964, deputado estadual de 1967 a 1995 e federal de 1995 a 2005 pelo estado de Pernambuco.

Em 2005, então deputado federal, concorreu à presidência da Câmara dos Deputados, embora se acreditasse que o candidato oficial do governo, Luís Eduardo Greenhalgh seria o vencedor. Analistas políticos acreditam que a crise interna, pela qual o governo passava, levou à vitória de Severino Cavalcanti, cuja candidatura era considerada menos expressiva.

Cavalcanti é conhecido por suas posições polêmicas sobre diversos assuntos, as quais têm desagradado setores da sociedade que o consideram anacrônico: é contrário à prática do aborto e à homossexualidade em geral (desde o beijo homossexual em público até à união civil entre duas pessoas de mesmo sexo, passando pela Parada do Orgulho GLBT). Ele colocou-se, em várias ocasiões, como o representante dos católicos no Congresso Federal, talvez para obter os votos dessa importante parcela da população brasileira, e defendia, constantemente, o aumento nos salários dos parlamentares nas várias legislaturas que participou.

Severino já foi segundo vice-presidente e primeiro-secretário da Câmara Federal e ocupou a corregedoria da Câmara por duas vezes. Entre os diversos projetos de sua autoria, estão o que acaba com a imunidade parlamentar para crimes comuns e o que institui o salário mãe-crecheira, destinado às mulheres carentes com filhos menores de seis anos.

Dois procuradores da República no Distrito Federal pediram ao Tribunal de Contas da União que Severino fosse investigado por suspeita de prática de nepotismo, haja vista ter empregado diversos parentes em seu gabinete quando era o presidente da Câmara dos Deputados.

No dia 5 de setembro de 2005, Severino Cavalcanti viajou para a cidade de Nova York para participar de uma conferência na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). A viagem coincidiu com as denúncias do mensalinho, suposto esquema de pagamento de propina em que estaria envolvido, donde as suposições de que ele estaria aproveitando essa viagem para esquivar-se das acusações. De fato, chegou-se a mostrar em rede nacional uma cópia ampliada do cheque compensado, utilizado para pagar-lhe o mensalinho.

Em 21 de setembro, Severino Cavalcanti renuncia a seu mandato de deputado federal em decorrência das denúncias de esquemas de pagamento de propina em que estaria envolvido, o chamado mensalinho. Sebastião Buani, o dono do restaurante da Câmara, acusou Severino de cobrar-lhe a mensalidade de 10 mil reais sob a ameaça de fechá-lo. Com sua renúncia, a presidência da Câmara é assumida provisoriamente pelo seu vice-presidente, José Thomaz Nonô. Aldo Rebelo foi eleito o presidente da câmara em 28 de setembro.

Nas eleições de 2006, Severino tenta eleger-se deputado federal novamente por Pernambuco, mas não obtém os votos necessários. É atualmente suplente.


Tags: Mensalinho, corrupção, Severino, mensalão






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