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02 de agosto de 1944.

No campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau cerca de 3 mil ciganos são exterminados de uma única vez

Ciganos em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

Auschwitz é o nome de uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polônia operados pelo Terceiro Reich nas áreas polonesas anexadas pela Alemanha Nazista, maior símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

A partir de 1940, o governo de Adolf Hitler construiu vários campos de concentração e um campo de extermínio nesta área. A razão direta para sua construção foi o fato de que as prisões em massa de judeus, especialmente poloneses, por toda a Europa que ia sendo conquistada pelas tropas nazistas, excediam em grande número a capacidade das prisões convencionais até então existentes. Ele foi o maior dos campos de concentração nazistas, consistindo de Auschwitz I (Stammlager, campo principal e centro administrativo do complexo); Auschwitz II–Birkenau (campo de extermínio), Auschwitz III–Monowitz, e mais 45 campos satélites.


Localização do complexo de Auschwitz e de outros campos na região Polônia–Alemanha.

Por um longo tempo, Auschwitz era o nome alemão dado a Oświęcim, na Baixa Polônia, a cidade em volta da qual os campos eram localizados. Ele tornou-se novamente oficial após a invasão da Polônia pela Alemanha em setembro de 1939. "Birkenau", a tradução alemã para Brzezinka (floresta de bétulas), referia-se originalmente a uma pequena vila polonesa que foi destruída para que o campo pudesse ser construído.

Em 27 de abril de 1940, Heinrich Himmler, o Reichsführer da SS, deu ordens para que a área dos antigos alojamentos da artilharia do exército, no local agora oficialmente nominado Auschwitz, ex-Oświęcim, fosse transformada em campos de concentração.

Os primeiros prisioneiros (30 criminosos alemães trazidos de Sachsenhausen) chegaram em 20 de maio de 1940. Foram trazidos com a intenção de destiná-los a atuar como funcionários dentro do sistema prisional. O primeiro transporte de prisioneiros poloneses para o campo, 728 deles, incluindo 20 judeus, chegou em 14 de junho de 1940, vindo da prisão de Tarnów, no sudeste da Polônia. Eles foram internados no antigo edifício da Polish Tobacco Monopoly, vizinho à área, até que o campo estivesse pronto. A população foi crescendo rapidamente, à medida que o complexo recebia dissidentes, intelectuais e membros da resistência polonesa presos. Em março de 1941, ele tinha 10.900 prisioneiros, a maioria dos quais poloneses.

A primeira mulher chegou ao campo em 26 de março de 1942.

No complexo construído, Auschwitz II–Birkenau foi designado por ele como campo de extermínio e o lugar para a Solução Final dos judeus. Entre o começo de 1942 e o fim de 1944, trens transportaram judeus de toda a Europa ocupada para as câmaras de gás do campo.

O primeiro comandante, Rudolf Höss, testemunhou depois da guerra, no Julgamento de Nuremberg, que mais de três milhões de pessoas haviam morrido ali, 2.500.000 gaseificadas e 500.000 de fome e doenças.

Hoje em dia os números mais aceitos são em torno de 1,3 milhão, sendo 90% deles de judeus. Outros deportados para Auschwitz e executados foram 150 mil poloneses, 23 mil ciganos romenos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, cerca de 400 Testemunhas de Jeová e dezenas de milhares de pessoas de diversas nacionalidades.

Aqueles que não eram executados nas câmaras de gás morriam de fome, doenças infecciosas, trabalhos forçados, execuções individuais ou experiências médicas.

Em 27 de janeiro de 1945 os campos foram libertados pelas tropas soviéticas, dia este que é comemorado mundialmente como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, assim designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, resolução 60/7, em 1º de novembro de 2005, durante a 42º sessão plenária da Organização.


Portão principal de Auschwitz I, onde se lê a frase 'Arbeit macht frei' ('O trabalho liberta').

Em 1947, a Polônia criou um museu no local de Auschwitz I e II, que desde então recebeu a visita de mais de 30 milhões de pessoas de todo mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito em seu topo o infame motto "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). Em 2002, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Patrimônio da Humanidade.

Ciganos

A campanha de genocídio de Hitler contra os povos ciganos da Europa era vista por muitos como uma aplicação particularmente bizarra da ciência racial nazista (ver: Nazismo e raça).]

Antropólogos alemães foram forçados a enfrentar o facto de os ciganos serem descendentes dos invasores arianos, que regressaram à Europa. Ironicamente, isto torna-os não menos arianos que os próprios alemães, pelo menos na prática, senão em teoria. Este dilema foi solucionado pelo professor Hans Gunther, um conhecido cientista racial, que escreveu:

“Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de ascendência indiana, centro-asiática e europeia.”

Como resultado, apesar de medidas discriminatórias, alguns grupos de ciganos de etnia Romênia, incluindo as tribos alemãs dos Sinti e Lalleri, foram dispensados da deportação e morte. Os ciganos restantes sofreram muito como os judeus (em alguns momentos foram ainda mais degradados). No Leste europeu, os ciganos foram deportados para os guetos judeus, abatidos pela SS Einsatzgruppen nas suas vilas, e deportados e executados nas câmaras de gás em Auschwitz e Treblinka.

Donald Niewyk e Frances Nicosia afirmam que o número de mortos foi de pelo menos 130 mil dos quase um milhão de Roms e Sinti que viviam na Europa controlada pelos nazistas. Michael Berenbaum afirma que as estimativas de acadêmicos sérios situam-se entre 90 mil e 220 mil. Um estudo de Sybil Milton, historiador sênior do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, calculou uma taxa de mortalidade de pelo menos 220 mil e, possivelmente, mais perto de quinhentos mil, mas este estudo explicitamente exclui o Estado Independente da Croácia, onde o genocídio de ciganos foi intenso. Martin Gilbert estima um total de mais de 220 ​​mil dos 700 mil ciganos na Europa. Ian Hancock, diretor do Programa de Estudos Ciganos da Universidade do Texas em Austin, argumenta a favor de uma maior número, entre quinhentos mil e 1,5 milhão de mortos. Hancock escreve que, proporcionalmente, o número de mortos igualado "e quase certamente ultrapassa o de vítimas judias".


​Marzahn, o primeiro campo de aprisionamento para os ciganos (Romanis) durante o Terceiro Reich. Alemanha.

O campo cigano

Em 10 de dezembro de 1942, Heinrich Himmler expediu uma ordem para que todos os ciganos nos territórios ocupados fossem enviados a campos de concentração, sendo Auschwitz um dos principais escolhidos para acolhê-los; até então eles estavam detidos em campos de internamento e guetos, como o Gueto de Lodz, para o qual cerca de 5 mil ciganos húngaros haviam sido enviados. Um campo separado para eles foi estabelecido em Birkenau, conhecido como Zigeunerfamilienlager (Campo Familiar dos Ciganos). A primeira leva de ciganos alemães Sinti chegou a Auschwitz em 26 de fevereiro de 1943 e instalados na seção B-IIe de Auschwitz II. O campo familiar ainda estava em construção na época. Ele viria a ter 32 dormitórios de seis alojamentos sanitários, com uma ocupação máxima de 20.967 homens, mulheres e crianças. Alguns deles que chegavam tinham tifo, o que os fez ser imediatamente levados às câmaras de gás, para evitar o surgimento de uma epidemia.

Quando da liquidação final do campo cigano, os remanescentes 2.897 (ou até 5.600 segundo testemunhas) deles foram mandados para as câmaras de gás em 2 de agosto de 1944. O genocídio do povo cigano cometido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial é conhecido na linguagem do povo cigano rom como "Porajmos" (O Devorador), o equivalente ao "Holocausto" judeu.

Fonte: Wikipédia


Tags: Segunda Guerra Mundial, nazismo, judeu, holocausto, solução final, extermínio, campos de concentração, cigano, Sinti, Roms






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