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24 de dezembro de 1294.

Benedicto Caetani é eleito o Papa Bonifácio VIII

Bonifácio VIII, 193º Papa da Igreja Católica

Papa Bonifácio VIII, nascido Benedetto Caetani (ca. 1235 — 11 de outubro de 1303), foi o 193º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana eleito em 24 de dezembro de 1294. Foi consagrado em 23 de janeiro de 1295, e faleceu em 11 de outubro de 103.

Atualmente, Bonifácio VIII é provavelmente lembrado por seus conflitos com Dante Alighieri, que o retratou no inferno em sua Divina Comédia , e a publicação da bula Unam Sanctam na disputa contra o rei Filipe IV da França.

Vida inicial e eleição para o papado

Benedetto nasceu em 1235 em Anagni, à 50 km a sudeste de Roma, filho mais novo de uma pequena mas importante família nobre de Lombardia, os Caetani (ou Gaetani) que já antes tinha dado um papa (Papa Gelásio II).

Depois, na sua adolescência, tornou-se cônego da catedral de Anagni.

Em 1252, quando seu tio Pedro Gaetani se tornou bispo de Todi, na Umbria, começou em Todi os seus estudos jurídicos. Benedetto nunca esqueceu suas experiências lá, tanto que, mais tarde, descreveu a cidade como "a morada de sua juventude", a cidade que o "alimentou ainda em tenra idade", e como um lugar onde ele "realizou duradouras memórias".

Ainda aí, em 1260, Benedetto adquiriu o sacerdócio, bem como o pequeno castelo nas proximidades em Sismano. Mais tarde na vida ele repetidamente expressou sua gratidão a Anagni, Todi, e sua família.

Em 1264, Benedetto se tornou parte da Cúria Romana, onde atuou como secretário do cardeal Simão de Brie em uma missão na França. Da mesma forma, ele acompanhou o cardeal Ottobono Fieschi a Inglaterra (1265–1268), a fim de fazer um acordo entre um grupo de barões rebeldes contra Henrique III, rei da Inglaterra.

Após oito anos, período do qual nada se sabe sobre o que ocorreu em sua vida, Benedetto retornou da Inglaterra, e foi enviado à França para fiscalizar a cobrança de dízimos em 1276 e depois se tornou um notário papal no final de 1270.

Durante este tempo, Benedetto acumulou cargos, sendo promovido, em primeiro lugar a cardeal-diácono em 1281 e, em seguida, 10 anos mais tarde cardeal. Como cardeal, ele sempre serviu como legado papal em negociações diplomáticas com a França, Nápoles, Sicília e Aragão.

Foi eleito papa em 24 de dezembro de 1294, após a abdicação do Papa Celestino V em 13 de dezembro de 1294.

Há muita especulação que Benedetto forçou Celestino V à renunciar ao papado, em seu favor. No entanto, na atualidade, é um consenso mais comum que Celestino V renunciou por seus próprios desejos e Benedetto apenas mostrou que era permitido pela lei da Igreja. Declarando a legalidade de um resignação papal e da sua aceitação pelo Colégio dos Cardeais. Dez dias depois os cardeais iniciaram um conclave no Castel Nuovo em Nápoles e em 24 de dezembro de 1294, por um maioria de votos Benedetto Caetani é eleito papa, escolhendo o nome de Bonifácio VIII.

A cerimônia de sua consagração e coroação foi realizada em Roma, em 23 de janeiro de 1295. Imediatamente ordenou a prisão de seu antecessor no Castelo de Fumone em Ferentino, onde morreu com 81 anos, com a presença de dois monges da sua ordem.

Em 1300 Bonifácio VIII institui o primeiro jubileu cristão por meio da bula Antiquorum fide relatio, que concedeu uma indulgência extraordinária e plenária aos fiéis que fizessem uma peregrinação a Roma, ao túmulo de São Pedro. Devido ao jubileu, Bonifácio restaurou as igrejas de Roma , particularmente as Basílicas de São Pedro, a Basílica de São João de Latrão, e a Basílica de Santa Maria Maior. A partir de então os jubileus e a anunciação de uma indulgência extraordinária foram comemorados com uma periodicidade de 50 anos.

Conflitos com Filipe IV da França

Bonifácio VIII defendeu algumas das mais fortes afirmações da supremacia espiritual dos papas sobre o temporal dos reis e dos senhores feudais, vinculando-se em grande parte aos ideais da Reforma gregoriana que tinha sido delineada 250 anos antes, demonstrando-a na sua política externa.

O conflito entre Bonifácio VIII e os reis europeus ocorreu em um momento de expansão dos Estados-nação e o desejo de consolidação do poder pelos monarcas. A intervenção de Bonifácio nos assuntos temporais levou a muitas disputas com o imperador Alberto I da Germânia (1291–1298), com a poderosa família dos Colonna, com Filipe IV da França (1285–1314) e estranhamente com Dante Alighieri (que escreveu De Monarchia para argumentar contra ele).

Na França, durante seu reinado, Filipe IV centralizou em si todo o poder, que era possível a um rei, e cercando-se dos melhores advogados civis, expulsou o clero de toda a participação na administração da lei. Fez mais, pois decretou impostos ao mesmo clero, a fim de financiar as suas guerras contra outros países. Nessa altura o papa Bonifácio tomou uma posição dura contra ele porque, entre outras coisas, viu a tributação como um abuso aos tradicionais direitos da Igreja e publicou a bula Clericis laicos, em 24 de fevereiro de 1296, na qual a proíbe sem prévio acordo com a Santa Sé. Foi aí que as hostilidades entre ambos começaram. Filipe retaliou contra a bula, negando a exportação de dinheiro da França para a Roma, que tratavam-se dos fundos necessários para o funcionamento da Igreja. Bonifácio então encerra a questão com a bula Etsi de statu, de 31 de julho de 1297, permitindo que a tributação seja feita somente "durante uma emergência".

Depois de complicações que envolvem a captura, por Filipe, do bispo Bernardo Saisset, defensor do papa, o conflito reacendeu-se. Em dezembro de 1301, Bonifácio enviou a Filipe a bula Ausculta fili ("Ouça, Meu Filho"), defendendo a supremacia papal. Muitos historiadores sugerem que, em 1301, nessa altura, Bonifácio acrescenta uma segunda coroa para si, na tiara papal, para simbolizar a superioridade da autoridade espiritual em relação à autoridade civil. A rivalidade entre os dois atingiu o seu auge logo depois, quando Filipe começou a lançar uma forte campanha difamatória contra Bonifácio. Em 18 de novembro de 1302, Bonifácio emitiu uma das bulas mais importantes da história do papado: Unam Sanctam, onde ele declara a superioridade do poder espiritual sobre o temporal, no entanto, o documento possuiu pouca repercussão e não foi aceito pelo corpo de fé.


O Palácio papal de Anagni.

Em resposta, Guillaume de Nogaret, ministro-chefe de Filipe, acusou Bonifácio de ser um "criminoso herético" para o clero francês. Em 1303, Filipe e Nogaret foram excomungados. No entanto, em 7 de setembro de 1303, um exército liderado por Nogaret e Sciarra Colonna da família Colonna, surpreenderam Bonifácio em seu retiro em Anagni. O Rei e os Colonna exigiram que ele renunciasse, Bonifácio porém, respondeu que preferiria morrer. Reza a lenda que, em resposta, nesse momento um membro da família Colonna deu uma sapatada (tapa) em Bonifácio, que ainda é lembrado no folclore local de Anagni. Bonifácio foi espancado e quase executado, mas foi libertado da prisão após três dias por intervenção dos habitantes locais.


Gravura que representa o momento da alegada agressão de Sciarra Colonna ao Papa.

Morte e legado

Bonifácio faleceu em 11 de outubro de 1303. Seu legado é significativo no campo do Direito Canônico, onde Bonifácio VIII continua a ter grande influência.

Publicou 88 cânones jurídicos conhecido como o "Regulae iuris", em 1298. Esta obra é bem conhecida e compreendida pelos canonistas até a atualidade, a fim de interpretar e analisar os cânones e outras formas de leis eclesiásticas corretamente.

O "Regulae Iuris" aparece no final da chamada Liber Sextus, promulgada por Bonifácio VIII e publicado como um dos cinco Decretais no Corpus Iuris Canonici. Outros sistemas de direito também têm os seus próprios "Regulae Iuris", com o mesmo nome ou algo que possuí uma função semelhante.

Bonifácio VIII também fundou a Universidade La Sapienza de Roma em 1303.


Tumba de Bonifácio VIII, Grutas Vaticanas.

Julgamento póstumo e falsas acusações

Após a sua morte e a sede do papado ser removida para Avignon, na França, o Papa Clemente V consentiu um julgamento post mortem movida, em 1309, contra o seu antecessor.

Este foi organizado por um consistório eclesiástico em Groseau, perto de Avignon, que realizou investigações preliminares em agosto e setembro de 1310. Esse foi acompanhado por processo de investigação judicial, contra a memória de Bonifácio, em que o rei Filipe forjou as acusações retratadas por falsas testemunhas que alegaram opiniões heréticas do ex-papa. Nelas incluía o crime de simonia que, aliás, como aconteceu no processo contra os templários, era o padrão de difamação de Filipe contra seus inimigos.

Antes do julgamento real poder ser realizado, Clemente convenceu Filipe a deixar a questão da culpa de Bonifácio para o Concílio de Vienne, que se reuniu em 1311. Quando o concílio se reuniu, três cardeais compareceram perante ele e testemunharam a ortodoxia e moralidade do papa morto e o concílio decretou que o assunto estava encerrado.


Estátua de Bonifácio VIII no Museu da Ópera de Duomo em Florença.

Fonte: Wikipédia


Tags: Papa, vaticano, igreja, catolicismo






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