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14 de outubro de 1944.

Morre Erwin Rommel, 'A Raposa do Deserto', oficial do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial

Erwin Johannes Eugen Rommel

Erwin Johannes Eugen Rommel (Heidenheim, 15 de novembro de 1891 – Herrlingen, 14 de outubro de 1944) (conhecido popularmente como A Raposa do Deserto, Wüstenfuchs) foi um marechal-de-campo do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

Rommel ficou mundialmente famoso por sua intervenção na África do Norte entre 1941 e 1943, no comando do Afrika Korps, um destacamento do exército alemão destinado a auxiliar as forças italianas que então batiam em retirada frente ao exército britânico. Por sua audácia e domínio das táticas de guerra com blindados, granjeou o apelido de A Raposa do Deserto e entre os árabes como O Libertador.


Erwin Rommel em um desfile em Paris no dia da vitória sobre a França (junho de 1940).

Biografia

Erwin Rommel nasceu em Heidenheim, aproximadamente 40 km de Ulm, no estado de Württemberg, sendo batizado em 17 de novembro de 1891. Foi o segundo filho do professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola secundária em Aalen, e Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local. O casal teve ainda outros três filhos, dois meninos, Karl e Gerhard, e uma menina, Helene. O seu irmão mais velho, Karl Rommel, entrou como voluntário no Exército se tornando piloto de reconhecimento, sendo admitido somente nos últimos exames. Já Gerhard Rommel, o seu irmão mais novo, se tornou cantor de ópera.

Aos catorze anos, Rommel e um amigo construíram um planador em tamanho natural que voava, embora não muito longe. O jovem Rommel queria ser mecânico e desejava se tornar um engenheiro aeronáutico, mas ingressou no Exército devido às insistências de seu pai que o recomendou para o Exército Württemberg, descrevendo ele como "próspero, de confiança e um bom ginasta".

De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais tarde, em Março de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete.

Seu pai assinou a documentação necessária e pagou o uniforme de Fahnenjunker, entrando no seu regimento no dia 19 de julho de 1910, aos 18 anos de idade, no 124.º Regimento de Infantaria de Württemberg de onde foi enviado para a Escola Real de Oficiais Cadetes de Danzig, terminando o seu treinamento no mês de novembro de 1911. Nesta época, Rommel conheceu Lucie Mollin, dançarina, que estava em Danzig para estudar línguas, tendo os dois logo se apaixonado.


Rommel juntamente com Hitler na Polônia 1939.

Norte de África

Benito Mussolini havia declarado guerra contra a Inglaterra e a França duas semanas após as forças destas nações terem saído de Dunquerque em junho de 1940, tendo convocado todos os soldados que a Itália tinha na Líbia, sendo um total de 220.000 soldados, para iniciar um combate contra os britânicos no Egito e realizar a captura do Canal de Suez. Esta ofensiva teve início no mês de setembro de 1940 sob comando do Marechal Rodolfo Graziani. A ofensiva não avançou muito em território inimigo, chegando somente até Sidi Barrani. Foi oferecido auxílio de Hitler que pretendia enviar para a área uma de suas novas armas, as Divisões Panzer, que foram recusados, já que se consideravam capazes de controlar a situação.


Rommel no Norte da África em 1943.

Mussolini continuou a sua campanha invadindo o delta do Nilo e em seguida a Albânia, o que provocou o descontentamento de Hitler, já que tinha planos para a região e convocou o General Wilhelm von Thomas para enviar uma força Panzer para auxiliar os italianos, pois um possível fracasso poderia prejudicar muito as estratégias alemãs.

Rommel foi nomeado comandante do Afrika Korps e chegou ao Norte de África no dia 12 de fevereiro de 1941 enquanto que as forças italianas estavam recuando através de Trípoli. No dia seguinte fez um voo de reconhecimento com um Heinkel onde pôde ver as defesas existentes ao redor do porto de Trípoli.

Após Rommel sobrevoou o deserto de Sirte, vendo após a estrada construída pelo Marechal Balbo que ia de Trípoli até a fronteira egípcia. Rommel se encontrou com os Generais Gariboldi e o Chief of General Staff das forças italianas, Mario Roatta. Mais tarde jantou com os generais num hotel de Tripoli, onde foi perguntado por um dos presentes como havia ganhado a sua Pour le Mérite. Sem pensar duas vezes respondeu: "Longarone". Esta resposta não os agradou já que os italianos nunca aceitaram o fato de perder esta batalha na Primeira Guerra Mundial, o que encerrou as conversas entre eles naquela noite.


Rommell (esq.) e seus oficiais no deserto da África do Norte.

No dia 14 de fevereiro de 1941 as primeiras tropas de Rommel começaram a desembarcar, entre elas estavam o 3º Batalhão de Reconhecimento e o 39.º Batalhão Antitanque, sendo desembarcados na noite seguinte 6.000 toneladas de equipamentos, entre estes estavam: armas pesadas, munição, veículos de transporte e veículos blindados. No dia seguinte foi realizada uma parada militar assistida por Rommel e os generais italianos, além de muitos curiosos italianos e árabes. Era esperado por Rommel a chegada da 15ª Divisão Panzer e da 5ª Divisão Leve, sendo realizado uma parada militar quando havia chegado esta última em Tripoli. Para confundir as aeronaves de reconhecimento Aliadas, Rommel ordenou que fossem construídos centenas de tanques com árvores e restos de carros, fazendo parecer que a força alemã era bem maior.

Havia muitos soldados aliados em Tobruk e arredores, com um intenso movimento de navios que chegavam e partiam diariamente, sendo assim, Rommel não sabia ao certo o que os inimigos pretendiam, se os aliados estavam enviando reforços para a África ou se as tropas estavam sendo evacuadas para outro fronte. Tentando conter uma grande ofensiva alemã, os britânicos enviaram para Tobruk as suas melhores unidades.

Os primeiros combates entre as forças da Afrika Korps e as forças britânicas iniciaram no dia 24 de fevereiro em de 1941 El Agheila e no dia 31 de março foi realizado um ataque contra as forças britânicas em Mersa Brega, onde Erwin Rommel mais uma vez utilizou as táticas da Blitzkrieg.

O avanço alemão continuou, passando por Tripolitania, Cirenaica e Benghazi, capturando em seguida Bardia e Salum no dia 15 de abril de 1941, conseguindo as suas forças chegar até a fronteira com o Egito, forçando os britânicos a recuarem até os arredores de Tobruk.

Cerco de Tobruk

Tomar Tobruk era de vital importância para a continuação da campanha na África pois era o melhor porto de todo o Norte da África, podendo facilitar a logística para o Afrika Korps e para chegar até o Egito teriam de acabar com a resistência Aliada que estava neste porto, pois poderiam facilmente atacar as tropas que levariam suprimentos para o fronte.

Rommel se aproximou de Tobruk e iniciou o ataque no dia 11 de abril de 1941 tendo o avanço iniciado às 4:45 com o 8º Batalhão de Metralhadoras pelo sul enquanto que mais de 20 avançaram pela direita. O avanço dos blindados não durou muito pois havia uma barreira antitanques que impossibilitava a passagem. No dia seguinte Rommel decidiu retomar a ofensiva utilizando uma tempestade de areia como cobertura. Pouco antes do ataque a tempestade parou, mas o ataque se iniciou mesmo assim.

A batalha durou até o domingo, dia 13 de abril de 1941, quando iniciou um ataque de artilharia seguido após pelas tropas batalhão que tinham como objetivo estabelecer uma cabeça-de-ponte que possibilitaria a chegada das tropas. Mas o ataque não deu certo pois eram 500 soldados alemães com 20 blindados contra os 34.000 defensores do Exército Britânico. Ao sair de lá na noite seguinte as tropas de Rommel contavam com apenas 116 soldados, sendo o resto feito prisioneiro ou morrido durante os combates. Rommel pensou em realizar um novo ataque, mas decidiu permanecer na defesa até o final do mês.

O novo ataque ocorreu no dia 30 de abril de 1941 quando Rommel se dirigiu para a linha de frente onde observou a tomada da Colina 209 na noite do mesmo dia, conseguindo o controle da colina às 9:00 da manhã do dia seguinte. Mas neste dia a 15ª Divisão Panzer, comandada por Hans-Karl Freiherr von Esebeck, sofreu grandes baixas contra as tropas aliadas, tendo as perdas em algumas unidades chegado a 50%. As baixas do lado alemão chegado a 1 200 soldados, entres estes estavam os mortos, feridos ou desaparecidos em ação.

Mesmo não tendo conseguido tomar Tobruk, a linha de frente alemã avançou mais 700 milhas em território inimigo, estando a esta altura a 1.110 milhas de distância de Tripoli, de onde vinham os seus suprimentos, que nesta época eram de 24.000 toneladas por mês, sendo necessários mais 20.000 toneladas para continuar com o avanço.

Durante este tempo em que esteve lutando em Tobruk, a outra parte da Afrika Korps havia capturado a passagem de Halfaya. Este fronte era muito importante para Rommel, pois era nesta passagem e em Sollum onde os tanques podiam facilmente alcançar o deserto e chegar até à Líbia, deixando-o vulnerável a um ataque britânico vindo do Egito.

Foram realizadas duas ofensivas aliadas (Operação Brevity e Operação Battleaxe) para tentar romper o Cerco de Tobruk mas ambas falharam, sendo que para a Operação Battleaxe foram enviados 238 novos tanques para auxiliar os aliados, tendo a batalha iniciado no dia 14 de junho de 1941. Os aliados atacavam com os tanques pesados Matilda que tinham uma blindagem elevada sendo necessário o uso dos Flak 88 para destruí-los, tendo, ao final do dia 15, sido destruídos 11 dos 12 Matilda no alto do planalto e outros quatro haviam sido destruídos em minas pela costa, sendo destruídos ainda um total de outros 60 tanques.

Foi realizado no dia 16 um contra-ataque que tomou de volta o Forte Capuzzo que os britânicos haviam capturado na noite passada. Mas este contra-ataque não durou muito, sobrando apenas 35 de seus 80 tanques. Enquanto isso a 5.ª Divisão Leve estava enfrentado uma grande ofensiva aliada em Sidi Omar. Numa das mensagens interceptadas dos aliados, o comandante da 7ª Brigada Blindada diz: A situação é desesperadora e pede reforços de Cairo para continuar com os combates, assim Rommel iniciou uma grande ofensiva contra os aliados. Nestes poucos dias as unidades sob comando de Rommel destruíram um total de 180 a 200 blindados inimigos, enquanto que as forças de Rommel perderam apenas 12.

Morte

Implicado no atentado por suas ligações com os oficiais conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação médica, recebe em sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de outubro de 1944.

Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, trazem os termos do Führer a Rommel: ir a Berlim, passar por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando também sua família a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho, acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que garantiria a integridade de seus familiares. Rommel sem dúvida escolhe a segunda alternativa, despede-se da família e acompanha os dois oficiais embarcando em seu automóvel.

Às 13:25 os Generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do cadáver de Rommel ao Hospital de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a proceder a autópsia, foi prontamente interrompido por Burgdorf que lhe disse: "Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram todas as providências." Talvez jamais se venha a saber o que exatamente se passou no caminho de Ulm. Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da chancelaria do Reich. Maisel, que ao final da guerra foi condenado juntamente com o motorista da SS, afirmam terem recebido ordens de abandonar o carro por alguns momentos, quando retornaram encontraram Rommel agonizando.

Seu funeral foi celebrado em 18 de outubro de 1944 com as mais altas honrarias militares do Terceiro Reich e, oficialmente sua "causa mortis" foi anunciada como efeito dos ferimentos que recebera meses antes.


Funeral de Rommel.

Seus restos mortais, depois de cremados foram sepultados em Herrlingen, Alemanha, no cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi perseguida após sua morte. Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da câmara (Bürgermeister) da cidade de Stuttgart.


Túmulo de Rommel.

Muitas lendas foram criadas a partir do mito Rommel, porém nunca questionado do ponto de vista militar e da conduta no campo de batalha. Histórias como "fazer um Rommel", que para os soldados do 8º Exército Britânico, significava fazer algo de forma impecável. Sua astúcia e faculdade de improvisação granjearam-lhe o apelido de Raposa do Deserto. Certa vez encontrando-se sob violenta pressão Britânica, o general conseguiu inverter a situação dando-lhes impressão de comandar grandes destacamentos. Sabia que a RAF fotografava diariamente as linhas alemãs, então, ordenou que todos os veículos fossem movimentados a noite, crivando o solo do deserto com milhares de sulcos, e projetando a movimentação de um grande destacamento de blindados. Diante disto os ingleses bateram em retirada.

Fonte: Wikipédia


Tags: Erwin Johannes Eugen Rommel, Erwin Rommel, Segunda Guerra Mundial, nazismo, Rommel, Raposa do Deserto, Afrika Korps






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