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15 de outubro de 1946.

Hermann Göring, militar e líder nazista, comete suicídio um dia antes de ser enforcado

Hermann Göring quando de sua captura a 9 de maio de 1945.

Hermann Wilhelm Göring (ou Goering); (12 de janeiro de 1893 – 15 de outubro de 1946), foi um militar alemão, político e líder do Partido Nazista (NSDAP). Veterano da Primeira Guerra Mundial, em que participou como piloto de aeronaves, atingindo o estatuto de Ás da aviação, recebeu a cobiçada condecoração Pour le Mérite. Foi o último comandante da unidade Jagdgeschwader 1, anteriormente comandada por Manfred von Richthofen, "o Barão vermelho".

Membro do Partido Nazista, NSDAP, desde os primeiros dias, Göring ficou ferido, em 1923, durante o golpe mal sucedido que ficou conhecido como Putsch da Cervejaria. Devido aos seus ferimentos, ficou permanentemente dependente de morfina. Em 1933, fundou a Gestapo. Göring foi nomeado para comandante-chefe da Luftwaffe, a força aérea alemã, em 1935, uma posição que manteve até ao final da Segunda Guerra Mundial. Em 1940, Göring encontrava-se no auge do seu poder e influência; como ministro encarregado pelo Plano de Quatro Anos, ele era responsável por uma grande parte do funcionamento da economia alemã na preparação para a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler promoveu-o ao posto de Reichsmarschall, o mais elevado em relação aos outros comandantes da Wehrmacht e, em 1941, Hitler nomeou-o como seu sucessor e assessor em todos os gabinetes.


Göring em 1932, com a medalha Pour le Mérite.

A posição de Göring perante Hitler ficou substancialmente enfraquecida a partir de 1942, devido à incapacidade da Luftwaffe de cumprir com os seus objetivos, e de o desempenho alemão na guerra ter decaído em ambas as frentes. Göring retirou-se, quase por completo, da cena política e militar e concentrou-se na compra de propriedades e de arte, grande parte das quais roubadas dos judeus vítimas do Holocausto. Informado a 22 de abril de 1945 que Hitler tencionava cometer suicídio, Göring enviou um telegrama a Hitler solicitando assumir o controle do Reich. Hitler decidiu, então, retirar Göring de todas suas funções, expulsá-lo do partido e ordenar a sua prisão. Depois da Guerra, Göring foi condenado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos Julgamentos de Nuremberg. Foi condenado à morte por enforcamento, mas cometeu suicídio ingerindo cianeto na noite anterior à sua execução.

Göring foi capturado pelas tropas norte-americanas em 9 de maio de 1945.


Göring (na primeira fila, primeiro a contar da esquerda) no Julgamento em Nuremberg.

Julgamento e morte

Göring foi levado para Mondorf-les-Bains, em Luxemburgo, para um local de prisioneiros de guerra temporários, no Hotel Palácio. Ali, foram-lhe retirados os comprimidos de codeína – ele tomava o equivalente a entre 260 a 320 mg de morfina por dia — e imposto um rígido regime de dieta; perdeu 27 quilos. Outros oficiais do alto escalão nazista foram transferidos em setembro para Nuremberg, que seria o local de uma série de tribunais militares, que começariam em novembro.

Göring era o segundo oficial com o posto mais alto, julgado em Nuremberg, logo a seguir ao Presidente do Reich (anterior almirante), Karl Dönitz. A acusação apontou quatro crimes, incluindo um de conspiração; um de guerra de agressão; crimes de guerra, onde se incluía a pilhagem e o roubo de obras de arte, e outros bens; e crimes contra a humanidade, incluindo o desaparecimento de políticos e outros oponentes sob o decreto Nacht und Nebel ("Noite e Nevoeiro"); tortura e falta de tratamento médico de prisioneiros de guerra; e o assassinato e escravatura de civis, como os 5.700.000 de judeus (número estimado). Sem permissão para um discurso, Göring declarou-se "não culpado das acusações apresentadas". O julgamento teve uma duração de 218 dias; a acusação apresentou as suas alegações entre novembro e março, e a defesa de Göring — a primeira a ser apresentada — entre 8 e 22 de março. As sentenças foram lidas a 30 de setembro de 1946. Göring, forçado a manter silêncio, comunicou as suas opiniões usando gestos, abanando a sua cabeça ou rindo. Tomava notas de forma contínua, murmurava com os outros réus e tentava controlar o comportamento instável de Rudolf Hess, sentado a seu lado. Durante os intervalos no processo, Göring tentou dominar os outros réus, e acabou por ser isolado dos outros quando tentou influenciar o seu testemunho.

Em entrevistas com psiquiatra Leon Goldensohn, na prisão, Göring refletiu sobre a ascensão do nazismo, repisou a tese da inferioridade de outros povos, como os russos, e declarou ser o maior opositor do comunismo na Alemanha. O capitão Gustave Gilbert, um oficial e psicólogo americano de informações, que falava alemão, entrevistou Göring, e os outros, na prisão, durante o julgamento. Gilbert tinha um diário, que mais tarde publicaria com o título de Nuremberg Diary. Neste livro, Gilbert descreve Göring, na noite de 18 de abril de 1946, quando o julgamento foi interrompido, por três dias, durante a Páscoa:

Suando na sua cela, à noite, Göring estava na defensiva e enfraquecido, e pouco contente com a direção que o julgamento estava a tomar. Ele disse que não tinha controlo nas ações ou na defesa dos outros, e que ele próprio não era antissemita, não acreditava nas atrocidades e que vários judeus se tinham oferecido para testemunhar a seu favor.

Em várias ocasiões no decurso do julgamento, a acusação exibiu filmes dos campos de concentração nazis e de outras atrocidades. Todos os presentes acharam as imagens chocantes, incluindo Göring; ele afirmou que os filmes deviam ser falsos, mas ninguém acreditou. Testemunhas, como Paul Koerner e Erhard Milch, tentaram descrever a personalidade de Göring como pacífica e moderada. Milch referiu que era impossível opor-se a Hitler ou desobedecer às suas ordens; se o fizesse, seria executado, ou alguém da sua família também o seria. Quando testemunhou a seu favor, Göring expressou a sua lealdade para com Hitler, e insistiu que não sabia nada sobre o que tinha acontecido nos campos de concentração, que estavam sob a supervisão de Himmler. As suas respostas eram complexas e evasivas e tinha desculpas plausíveis para todas as suas ações durante a guerra. Utilizou o banco de testemunhas como um local para expor, de forma prolongada, o seu próprio papel no Reich, numa tentativa de se mostrar como um pacificador e diplomata antes do início da guerra. Durante o interrogatório, o responsável pela acusação, Robert H. Jackson, leu, em voz alta, o relatório de uma reunião havida pouco antes da Noite dos cristais, uma enorme pogrom, em novembro de 1938. Nessa reunião, Göring propôs roubar os bens dos judeus no início do pogrom. Mais tarde, David Maxwell Fyfe provou que era impossível que Göring não tivesse conhecimento dos assassinatos no Stalag Luft III — a execução de 50 aviadores que tinham sido recapturados depois de fugirem do campo de prisioneiros Stalag Luft III — a tempo de os ter evitado. Também apresentou provas em como Göring sabia do extermínio dos judeus húngaros.

Göring foi considerado culpado nas quatro acusações, e foi condenado à morte por enforcamento. A sentença referiu:

Nada há a dizer para atenuar a acusação. Göring era, quase sempre, a força mobilizadora, logo a seguir ao seu líder. Ele era o elemento agressor principal, tanto como político como líder militar; ele era o diretor do programa de trabalho com escravos e o criador do programa opressivo contra os judeus e outras raças, tanto na Alemanha como fora do país. Todos estes crimes foram por ele admitidos. Em algumas situações mais específicas, poderá ter havido alguma contradição no testemunho, mas, em termos gerais, o que ele admitiu é mais do que suficiente para concluir da sua culpa. A sua culpa é única na sua enormidade. Os registos revelam que não há qualquer desculpa para este homem

Göring pediu para ser executado como um soldado em vez de enforcado como um vulgar criminoso, mas o tribunal recusou. Desafiando a sentença imposta pelo tribunal, suicidou-se com uma cápsula de cianeto de potássio na noite anterior a ser enforcado. Uma teoria sobre a forma como Göring obteve o veneno, passa pelo tenente do exército norte-americano Jack G. Wheelis, que estava de serviço no julgamento, e que teria retirado a cápsula dos bens confiscados a Göring pelo Exército. Em 2005, um soldado veterano, Herbert Lee Stivers, que tinha prestado serviço no 26.º Regimento de Infantaria da 1.ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos — a guarda de honra dos Julgamentos de Nuremberg — afirmou ter dado um "medicamento" a Göring, dentro de uma caneta-tinteiro, que uma mulher lhe tinha pedido para fazer entrar na prisão. O corpo de Göring foi exposto no local da execução para que fosse visto pelas testemunhas das execuções. Os corpos foram cremados e as cinzas espalhadas em um rio desconhecido na Alemanha.


Göring no julgamento de Nuremberg.

Fonte: Wikipédia


Tags: Solução Final, judeus, Segunda Guerra Mundial, extermínio, nazismo, Hermann Göring, Luftwaffe






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