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08 de outubro de 2007.

Morre, aos 79 anos, o jornalista Amir Macedo Domingues, da Rádio Guaíba e do Correio do Povo. Foi um dos baluartes da credibilidade conquistada pela Rádio Guaíba ao longo de sua história


Morreu na manhã de 8 de outubro de 2007, aos 79 anos, no Hospital São Francisco, do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, o jornalista Amir Macedo Domingues.

Com seu desaparecimento, calou-se uma das vozes mais importantes da imprensa do Rio Grande do Sul, que ao longo de 50 anos dedicou-se ao jornalismo na Empresa Jornalística Caldas Júnior, atualmente Grupo Record. O jornalista sempre esteve presente nas principais coberturas da Guaíba. Entre os fatos mais marcantes, citava a Copa do Mundo de 1958, na Suécia.

A carreira de Amir, na emissora e no jornal (e também na extinta Folha da Tarde), transformou-o num dos mais atuantes repórteres, tanto na área política como na econômica. Na Guaíba, que ajudou a fundar em 27 de abril de 1957 (era detentor do crachá eletrônico número 6), foi um dos baluartes da credibilidade da emissora.

Apresentador do programa Agora até o início de 2007, Amir manteve até 13 de junho o comentário diário, data em que se licenciou por problemas de saúde. Ele esteve internado por dois meses no Hospital Beneficência Portuguesa e, depois, no Hospital São Francisco. Recuperado, retomou suas atividades como editorialista. Seu último trabalho - A Guerra Fiscal na Reforma Tributária - foi publicado em 2 de outubro de 2007. Escrito às vésperas de nova internação, o editorial destaca que o tema da extinção dos benefícios fiscais é de grande atualidade, mas a questão somente será resolvida quando a reforma tributária se concretizar. Amir se preparava para retomar seu comentário diário, decisão suspensa em razão da necessidade de uma cirurgia. Problemas pulmonares agravaram seu estado de saúde.

Uma história nas ondas da Guaíba:

Um dos fundadores da emissora, Amir também trabalhou no Correio do Povo e na Folha da Tarde.

Com a fundação da Rádio Guaíba em 1957, Amir Domingues foi convidado a participar do projeto. Ele aceitou o desafio e nunca mais deixou sua nova casa, onde escreveu uma das mais brilhantes histórias do jornalismo gaúcho. Este ano, comemorou o 50º aniversário da emissora ao lado dos fundadores em atividade: o apresentador Flávio Alcaraz Gomes; o chefe de Externas, Celso Costa; o programador musical Fernando Veronezi e o coordenador comercial, Sidney Coelho. Amir trabalhou nos diversos órgãos da Empresa Jornalística Caldas Júnior, como o Correio do Povo e a Folha da Tarde.

Na Folha, começou como repórter policial e fez de tudo, até o fechamento do jornal, em 16 de junho de 1984. No Correio do Povo, foi repórter e, nos últimos anos, integrou o corpo de editorialistas. Entre as experiências mais gratificantes, Amir Domingues sempre citou o projeto de cobertura das eleições de 1958. Junto com o engenheiro Homero Simon, criou um sistema de transmissão de dados da apuração que permitiu à Guaíba antecipar ao próprio TRE o resultado, em tempo recorde. Na época, os telefones eram precários, não existia Internet nem celular, mas havia ônibus, trem e rádios. Um mapa foi traçado e a equipe montada, com postos de transmissão em municípios-pólo. Em 36 horas, saiu o resultado: Leonel Brizola foi eleito governador.

Era o início da tradição que ao longo do tempo transformou-se em slogan: Na Rádio Guaíba não perdemos eleições. Em 1960, Amir coordenou e atuou na cobertura do processo eleitoral que levou Jânio Quadros à Presidência da República. Outra emoção foi a Rádio da Legalidade. Na capital federal, Amir acompanhou a posse de João Goulart como presidente e de Tancredo Neves como primeiro-ministro. Essa cobertura tornou a emissora definitivamente reconhecida no país.

Homenagens ao profissional:

Dentre as muitas homenagens que o jornalista Amir Domingues recebeu em sua carreira profissional está a da Maçonaria gaúcha. Em abril de 2006, ele foi destacado com a Medalha Caldas Júnior, na categoria Jornalista Destaque. Em Sessão Magna Branca, na sede do Grande Oriente do Rio Grande do Sul (Gorgs), anualmente a instituição homenageia profissionais de Comunicação que são indicados pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI).

Amir também recebeu, em dezembro de 2005, o troféu Hipólito José da Costa da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). A solenidade encerrou as atividades oficiais dos 70 anos da entidade, celebrados em 17 de dezembro, data do centenário de nascimento de Erico Verissimo, primeiro presidente da ARI. Quando Amir Domingues ingressou na profissão, em 1953, as condições de trabalho eram precárias. Mesmo assim, conquistou muitos prêmios jornalísticos, principalmente por suas coberturas no país e exterior, entre elas as eleições norte-americanas em 1976, quando o Brasil ainda estava em processo de reabertura política.

Em abril de 2007, em sessão solene na Câmara de Vereadores de Porto Alegre pelo cinqüentenário da Rádio Guaíba, o comentarista Amir Domingues agradeceu a homenagem à emissora, proposta pelo vereador João Dib, fazendo de sua voz a de todos os colegas. Ele definiu sua relação com a emissora como o amor a uma causa. Quando comecei a trabalhar na Caldas Júnior, meu pai disse que havia entrado para a casa mais séria do jornalismo brasileiro, frisou. Ele atuou por 50 anos na Guaíba e em veículos da Empresa Jornalística Caldas Júnior, hoje Grupo Record.

Fonte: Correio do Povo/Grupo Record

Tags: Rádio, Guaíba, Correio do Povo, Jornal






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