Últimas notícias

Hoje na história

RSS
24 de junho de 1812.

Guerras Napoleônicas: início a Campanha da Rússia; as tropas de Napoleão Bonaparte atravessam o Rio Neman.

A retirada de Napoleão de Moscou, por Adolph Northen.

A Invasão francesa da Rússia em 1812, também conhecida como a Campanha Russa em França (Campagne de Russie) e Guerra Patriótica de 1812 na Rússia, foi uma virada durante as Guerras Napoleônicas. Reduziu a dimensão das forças francesas e forças aliadas (a Grande Armée) para uma pequena fração de sua força inicial, e provocou uma grande mudança na política europeia uma vez que enfraqueceu dramaticamente a hegemonia francesa na Europa. A reputação de Napoleão como um gênio militar invencível, foi severamente abalada, enquanto antigos aliados do Império Francês, primeiro o Reino da Prússia e depois o Império Austríaco, romperam a sua aliança com a França, e trocaram de lado, desencadeando a guerra da Sexta Coligação.

A campanha começou em 24 de junho de 1812, quando as forças de Napoleão atravessaram o rio Neman. Napoleão pretendia obrigar o imperador da Rússia Alexandre I a permanecer no Bloqueio Continental do Reino Unido; um objetivo oficial era acabar com a ameaça de uma invasão russa da Polônia. Napoleão designou a campanha de Segunda Guerra Polaca (em referência à "Primeira Guerra Polaca"); o governo russo proclamou uma Guerra Patriótica.

Quase meio milhão de homens, o Grande Armée, marchou pela Rússia Ocidental, ganhando uma série de pequenas batalhas e uma grande batalha (Batalha de Smolensk), entre 16 e 18 de Agosto. No entanto, no mesmo dia, a ala direita do exército russo, sob o comando do general Peter Wittgenstein, bloqueou parte do exército francês, liderado pelo marechal Nicolas Oudinot, na Batalha de Polotsk. Esta ação impediu os franceses de avançar sobre a capital russa de São Petersburgo; o destino da guerra tinha que ser decidida na frente de Moscou, onde o próprio Napoleão liderou suas forças.

Embora os russos tenham utilizado a política da terra arrasada, e, por vezes, tenham atacado o inimigo com a cavalaria ligeira de cossacos, o seu exército principal retirou-se por cerca de três meses. Este recuo prejudicou a confiança no marechal-de-campo Michael Andreas Barclay, levando Alexandre I a nomear um veterano, Príncipe Mikhail Kutuzov, como novo comandante-em-chefe. Finalmente, a 7 de setembro, os dois exércitos encontraram-se perto de Moscou, na Batalha de Borodino. A batalha resultou na maior e mais sangrenta ação em um único dia, durante as Guerras Napoleônicas. Envolveu mais de 250 mil soldados e resultou em pelo menos 70 mil vítimas. Os franceses capturaram o campo de batalha, mas não conseguiram destruir o exército russo. Além disso, os franceses não conseguiram substituir as suas perdas, enquanto os russos o podiam fazer.


O exército de Napoleão em Moscou.

Napoleão entrou Moscou no dia 14 de setembro, depois de o exército russo ter, novamente, recuado. Mas, nessa altura, os russos já tinham evacuado a cidade e até libertado criminosos das prisões para complicar o avanço francês. Além disso, o governador, o conde Fyodor Rostopchin, ordenou que a cidade fosse incendiada. Alexandre I recusou-se a capitular, e as conversações de paz iniciadas por Napoleão falharam. Em outubro, sem um sinal de vitória claro, Napoleão começou a sua retirada desastrosa de Moscou, durante o período de chuvas e lama habituais no Outono russo.


O exército de Napoleão sendo fustigado pelo rigoroso inverno russo (1812).

Na Batalha de Maloyaroslavets, os franceses tentaram chegar a Kaluga, onde poderiam encontrar alimentos para os homens e para os animais. Mas o exército russo, bem alimentado, bloqueou a estrada, e Napoleão foi forçado a recuar pelo mesmo caminho de onde tinham vindo desde Moscou, através das áreas fortemente devastadas ao longo da estrada de Smolensk. Nas semanas seguintes, o grande armée sofreu golpes catastróficos como o início do Inverno Russo, a falta de suprimentos e constantes ataques de camponeses russos e tropas irregulares. Quando as restantes tropas do exército de Napoleão atravessaram o rio Berezina em novembro, só restavam 27 mil soldados; o grande armée tinha perdido 380 mil homens e 100 mil tinham sido feitos prisioneiros. Napoleão abandonou os seus homens e voltou para Paris para proteger a sua posição como Imperador e preparar-se para resistir aos avanços dos russos. A campanha terminou em 14 de dezembro de 1812, quando as últimas tropas francesas deixaram a Rússia.


O marechal Ney lidera a retaguarda em novembro de 1812.

Um evento de proporções épicas e de grande importância para a história da Europa, a invasão francesa da Rússia tem sido objeto de muita discussão entre os historiadores. A importância da campanha na cultura russa pode ser vista na obra de Liev Tolstoi, Guerra e Paz; na composição de Tchaikovsky, Abertura 1812; e a sua identificação com a invasão alemã de 1941-1945, que se tornou conhecida como a Grande Guerra Patriótica na União Soviética.

Legado

A invasão do exército de Napoleão de 1812 deixou uma profunda herança no imaginário russo; da sensação de perdição do país, da completa destruição de Moscou, e da improvável virada posterior, e o extermínio e expulsão dos invasores, este episódio marcou a cultura da França e da Rússia e de suas tradições militares.

Carl von Clausewitz, um general prussiano da época e teórico literário militar, esclareceu em suas obras que na invasão napoleônica de 1812 na Rússia, surgiu e definiu-se as características da chamada "guerra total", onde os lados combatentes buscam destruir e conquistar não apenas os alvos militares, mas todos os componentes no caminho do conflito, mobilizando todos os recursos disponíveis, inclusive os ligados na vida civil.

Toda a história da campanha napoleônica na Rússia gerou a famosa obra literária Guerra e Paz de Leon Tolstói; escrita ainda na segunda metade do século XIX, eternizando dezenas de passagens da campanha, a maioria verídicas. A derrota inicial da Rússia e sua vitória final também são lembrados na Abertura 1812 de Tchaikovsky.

Até 1941 ela era conhecida na Rússia sob o nome de "Guerra Patriótica". Atualmente, o termo russo Guerra Patriótica de 1812 a distingue da Grande Guerra Patriótica, que designa a campanha levada à cabo pelos Soviéticos contra os Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Fonte: Wikipédia


Tags: Napoleão, França, Europa, Rússia, URSS, Segunda Guerra Mundial, inverno russo, general inverno, Guerras Napoleônicas






Opinião do internauta

Deixe sua opinião

Hoje na história relacionadas

Comemoramos hoje - 02.12

  • Dia da Astronomia
  • Dia de São Cromácio
  • Dia do Advogado Criminalista
  • Dia do Sambista
  • Dia Internacional para a Abolição da Escravatura (ONU)
  • Dia Nacional das Relações Públicas
  • Dia Nacional do Samba
  • Dia Pan-americano da Saúde