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RSSComeça o cerco à Viena pelo exército do Império Otomano comandado pelo Grão-vizir Merzifonlu Kara Mustafa Pasa

A Batalha de Viena (alemão: Schlacht am Kahlenberg) aconteceu em 12 de setembro de 1683 depois de Viena estar sendo sitiada por tropas do Império Otomano por dois meses. A batalha impediu o avanço do Império Otomano na Europa, e marcou a hegemonia política da dinastia dos Habsburgos na Europa central.
A batalha em larga escala foi vencida pelas forças polaco-austro-alemãs lideradas pelo Rei da Polônia Jan III Sobieski contra o exército do Império Otomano comandado pelo Grão-vizir Merzifonlu Kara Mustafa Pasa.
"Batalha de Viena", óleo em tela por Józef Brandt, 1863. Museu Wojska Polskiego em Varsóvia.
O cerco propriamente dito começou em 14 de julho de 1683, pelo exército otomano de aproximadamente 90.000 homens (participando diretamente do cerco: 15-20.000 homens; dando cobertura às tropas do cerco e executando incursões rápidas no território inimigo: c. 70.000 homens). A batalha decisiva aconteceu em 12 de setembro de 1683, após a chegada da força conjunta de socorro composta de 84.450 homens, que investiram contra o exército otomano.
A batalha marcou o momento decisivo na luta de trezentos anos entre as forças dos reinos da Europa Central e o Império Otomano. Ao longo dos dezesseis anos que se seguiram à batalha, os Habsburgos da Áustria gradualmente ocuparam e dominaram o sul da Hungria e a Transilvânia, que haviam ficado livres das forças turcas.
A batalha final
A batalha começou antes de todas as unidades estarem plenamente posicionadas. Na madrugada, às quatro horas da manhã, os turcos atacaram, procurando interferir na preparação das tropas da Santa Liga. Carlos V da Lorena avançou tendo o exército austríaco à esquerda e as forças alemãs ao centro.
Mustafá Pasa lançou um contra-ataque, com a maior parte de sua força, mas deixou para trás parte da elite de janízaros e unidades de sipahis para um ataque simultâneo à cidade. Os comandantes turcos tinham a intenção de tomar Viena antes da chegada de Sobieski, mas o tempo se esgotou. Seus sapadores tinham preparado outra grande e final detonação sob a guarita Löbel, para promover o acesso à cidade. Enquanto os turcos apressadamente terminavam seu trabalho e fechavam o túnel para tornar a explosão mais potente, os "toupeiras" austríacos encontraram o túnel pela tarde. Um deles entrou e desativou a carga bem a tempo.
Nessa altura, acima do "campo de batalha subterrâneo", uma grande batalha estava em andamento, uma vez que também a infantaria polonesa lançou um ataque maciço sobre o flanco direito turco. Em vez de se concentrarem unicamente na batalha contra o exército de socorro, os turcos também tentaram forçar seu caminho em direção à cidade, carregando sua bandeira.
"Sobieski enviando a mensagem de vitória para o Papa, após a Batalha de Viena" por Jan Matejko.
Depois de doze horas de luta, os poloneses atingiram o terreno mais alto do lado direito. A cavalaria da Santa Liga aguardou nas colinas, e assistiu a batalha da infantaria por todo o dia. Então, por volta das cinco horas da tarde, a cavalaria atacou em quatro grupos. Um grupo era austro-alemão, e os outros três eram poloneses. Mais de 20.000 homens atacaram descendo as colinas (um dos maiores ataques de cavalaria da história). O ataque foi comandado por Sobieski à frente de 3.000 pesados lanceiros poloneses, os famosos "hussardos alados poloneses". O ataque rompeu as linhas dos otomanos, que estavam cansados da longa luta em duas frentes. Na confusão, a cavalaria foi direta para os acampamentos otomanos, enquanto a guarnição de dentro da cidade de Viena deixava sua posição defensiva e se juntava ao ataque.
As tropas otomanas estavam cansadas e desmotivadas após as fracassadas tentativas de explosão das muralhas e da impossibilidade de invasão da cidade. A chegada da cavalaria virou a maré da batalha contra eles e se retiraram em direção ao sul e ao leste. Em menos de três horas após o ataque da cavalaria, as forças cristãs venceram a batalha e salvaram Viena.
Após a batalha, Sobieski parafraseou a famosa citação de Júlio César ao dizer "Venimus, Vidimus et Deus vicit" - "Viemos, vimos, e Deus conquistou".
Consequências
Os turcos perderam pelo menos 15.000 homens entre mortos e feridos nos combates, além de cerca de 5.000 homens capturados e todos os seus canhões; contra cerca de 4.500 mortos e feridos das forças Habsburgo-polonesas.
Ernst Rüdiger, Conde de Starhemberg ordenou a imediata reconstrução das fortificações de Viena severamente danificadas, temendo um possível contra-ataque turco. No entanto, isto revelou-se desnecessário. A vitória em Viena, foi o ponto de partida para a reconquista da Hungria e (temporariamente) de alguns dos países dos Bálcãs pelo príncipe Eugênio de Savoia, nos anos seguintes. A Áustria assinou um acordo de paz com o Império Otomano em 1699.
Muito antes disto, os turcos haviam se livrado do seu comandante derrotado. Em 25 de dezembro de 1683, Kara Mustafá Pasa foi executado em Belgrado (na forma aprovada, por estrangulamento com uma corda de seda puxada por vários homens em cada extremidade), por ordem do comandante dos janízaros.
Sobieski encontrando-se com Leopoldo I, por Artur Grottger.
Significância
Embora ninguém tenha percebido isto na ocasião, a batalha mostrou bem todo o resultado da guerra. Os otomanos lutaram por mais dezesseis anos, perdendo no processo o controle sobre a Hungria e a Transilvânia, antes de finalmente se renderem. O término do conflito foi finalizado com o Tratado de Karlowitz.
A Batalha de Viena é vista por muitos historiadores como o marco do início do declínio do Império Otomano e o fim da expansão turca no sudeste europeu.
O comportamento de Luís XIV da França também serviu para mostrar o que seria esperado para os próximos séculos: os países de língua alemã tiveram de lutar em guerras simultâneas, no Oeste e no Leste. Enquanto as tropas alemãs estavam lutando para a Santa Liga, Luís XIV, implacável, aproveitou a ocasião, antes e depois da batalha de Viena, para anexar territórios na Europa Ocidental, como Luxemburgo, Alsácia com Estrasburgo, etc. Devido à sua guerra contra os turcos, a Áustria não podia apoiar os interesses dos aliados alemães no Ocidente. A biografia de Ezéchiel du Mas, Conde de Mélac ilustra as devastações de grandes partes do sul da Alemanha pela França.
Em homenagem a Sobieski, os austríacos construíram uma igreja no alto de uma colina na montanha Kahlenberg, ao norte de Viena. Também, a linha de trem de Viena a Varsóvia é chamada de Sobieski em sua homenagem. A constelação Scutum Sobieskii (o Escudo de Sobieski) foi nomeada para lembrar a batalha. Porque Sobieski confiou seu reino na proteção da Virgem Bem-aventurada (Nossa Senhora de Czestochowa), antes da batalha, o Papa Inocêncio XI comemorou sua vitória, estendendo a festa do Santíssimo Nome de Maria, que até então era comemorado apenas no interior da Espanha e no Reino de Nápoles, para a toda igreja católica; é comemorado em 12 de setembro.
Memorial austríaco a Sobieski em Kahlenberg.
O período de amizade polaco-austríaca durou somente até quando Carlos V da Lorena começou a minimizar a importância do papel de Jan III Sobieski e de suas tropas na batalha. Nem Sobieski, nem a República das Duas Nações beneficiaram-se por terem salvo a Áustria; pelo contrário, a batalha de Viena abriu caminho para a futura formação do Império Austríaco (1804 a 1867) e à destruição da República das Duas Nações. Em 1772 e 1795 a Monarquia Habsburgo tomou parte na primeira e na terceira partições da Polônia, que tirou a República das Duas Nações do mapa da Europa. Em contrapartida, o Império Otomano nunca reconheceu as partições e serviu de local de refúgio para muitos poloneses.
Significado religioso
A festa do Santíssimo Nome de Maria é comemorado em 12 de setembro no calendário litúrgico da Igreja Católica em comemoração à vitória nessa batalha da Europa cristã sobre as forças muçulmanas do Império Otomano. Antes da batalha o rei Jan III Sobieski colocou suas tropas sob a proteção da Virgem Maria. Após a batalha, o Papa Inocêncio XI, desejando homenagear Maria, estendeu a festa para toda a Igreja.
Fonte: Wikipédia
Opinião do internauta
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