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14 de fevereiro de 1918.

A Rússia adota o Calendário Gregoriano. O dia 31 de janeiro é seguido pelo dia 14 de fevereiro

Calendário gregoriano

O calendário gregoriano, ou moderno,  é um calendário de origem europeia, utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII (1502–1585) em 24 de fevereiro do ano 1582 pela bula Inter gravissimas em substituição do calendário juliano implantado pelo líder romano Júlio César (100–44 a.C.) em 46 a.C..

Como convenção e por praticidade, o calendário gregoriano é adotado para demarcar o ano civil no mundo inteiro, facilitando o relacionamento entre as nações. Essa unificação decorre do fato de a Europa ter, historicamente, exportado seus padrões para o resto do globo.


Papa Gregório XIII

História

O Papa Gregório XIII reuniu um grupo de especialistas para corrigir o calendário juliano. O objetivo da mudança era fazer regressar o equinócio da primavera para o dia 21 de março e desfazer o erro de 10 dias existente na época. Após cinco anos de estudos, foi promulgada a bula papal Inter gravissimas.

Neste grupo de estudiosos participaram Christopher Clavius (1538-1612) jesuíta alemão, sábio e matemático, Ignazio Danti (1536-1586) dominicano, matemático, astrônomo e cartógrafo italiano e Luigi Giglio (1510-1576) médico, filósofo, astrônomo e cronologista italiano.


Christopher Clavius.

A bula pontifícia também determinava regras para impressão dos calendários, com o objetivo que eles fossem mantidos íntegros e livres de falhas ou erros. Era proibido a todas as gráficas com ou sem intermediários de publicar ou imprimir, sem a autorização expressa da Santa Igreja Romana, o calendário ou o martirológio romano em conjunto ou separadamente, ou ainda de tirar proveito de qualquer forma a partir dele, sob pena de perda de contratos e de uma multa de 100 ducados de ouro a ser paga à Sé Apostólica. A não observância ainda punia o infrator a pena de excomunhão latae sententiae e a outras tristezas.


Detalhe da tumba do papa Gregório XIII celebrando a introdução do calendário gregoriano.

Oficialmente o primeiro dia deste novo calendário foi 15 de outubro de 1582, assim a quinta-feira dia 4 de outubro de 1582 foi seguida pela sexta-feira 15 de outubro de 1582.


O Calendário gregoriano de 1582.

As mudanças

  • Foram omitidos dez dias do calendário juliano, deixando de existir os dias de 5 a 14 de outubro de 1582. A bula ditava que o dia imediato à quinta-feira, 4 de outubro, fosse sexta-feira, 15 de outubro.
  • Os anos seculares só são considerados bissextos se forem divisíveis por 400. Desta forma a diferença (atraso) de três dias em cada quatrocentos anos observada no calendário juliano desaparecem.
  • Corrigiu-se a medição do ano solar, o ano gregoriano dura em média 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos, ou seja 27 segundos a mais do que o ano trópico.

Críticas

O calendário gregoriano apresenta alguns defeitos, tanto sob o ponto de vista astronômico, como no seu aspecto prático. Por exemplo, o número de dias de cada mês é irregular (28 a 31 dias); além disso a semana, adotada quase universalmente como unidade laboral de tempo, não se encontra integrada nos meses e muitas vezes fica repartida por dois meses diferentes, prejudicando a distribuição racional do trabalho e dos salários.

Outro problema é a mobilidade da data da Páscoa, que oscila entre 22 de março e 25 de abril, perturbando a duração dos trimestres escolares e de numerosas outras atividades econômicas e sociais.


"Devolvam-nos os nossos 11 dias" - "Give us our eleven days" - foi um slogan popular inglês contra o calendário gregoriano, lê-se no cartaz de fundo preto, em baixo, à direita, debaixo de um pé - pintura de William Hogarth (1754).

Aceitação

A mudança para o calendário gregoriano deu-se ao longo de mais de três séculos. Primeiramente foi adotado por Portugal e Império Português (incluindo o Brasil), Espanha, Itália e Polônia; e de modo sucessivo, pela maioria dos países católicos europeus. Os países onde predominava o luteranismo e o anglicanismo tardariam a adotá-lo, caso da Alemanha (Baviera, Prússia e demais províncias) (18 de fevereiro de 1700 é seguido de 1º de março de 1700) e Grã-Bretanha (Inglaterra e País de Gales) (2 de setembro de 1752 é seguido de 14 de setembro de 1752).

A adoção deste calendário pela Suécia foi tão problemática que até gerou o dia 30 de fevereiro. O dia 17 de fevereiro de 1753 é seguido de 1º de março de 1753. A Suécia utilizou sua própria variante do calendário juliano, que inclusive tinha o dia 30 de fevereiro, entre 1º de março de 1700 e 29 de fevereiro de 1712.

A China aprovou-o em 1912, a Bulgária (31 de março de 1916 é seguido de 14 de abril de 1916).

Rússia  31 de janeiro de 1918 é seguido de 14 de fevereiro de 1918. A Rússia continuou a usar o calendário juliano até à Revolução Russa, que se chamou assim Revolução de Outubro mas ocorreu em novembro segundo o calendário gregoriano. Na parte Este do país a mudança só foi feita em 1920.

Romênia (31 de março de 1919 é seguido de 14 de abril 1919 - A parte Ortodoxa mudou posteriormente), a Grécia (9 de março de 1924 é seguido de 23 de março de 1924) e a Turquia a mudança do calendário muçulmano para o calendário gregoriano ocorreu a 1º de janeiro de 1927.

Alguns povos conservam outros calendários para uso religioso inclusive com cronologia diferente da adotada pela Igreja Católica Romana. Conforme proposta feita por Dionísius Exiguus (470 - 544) monge romeno o marco inicial da cronologia cristã tem como data o ano do nascimento de Cristo.

A Grã-Bretanha e os países protestantes apenas adaptaram o novo calendário no século XVIII, preferindo, segundo o astrônomo Johannes Kepler, "estar em desacordo com o Sol a estar de acordo com o Papa". A adoção do calendário na Grã-Bretanha e suas colônias aconteceu a 2 de setembro de 1752 (Calendário Juliano) que foi seguido de 14 de setembro de 1752 (Calendário Gregoriano). O início do ano foi fixado em 1º de janeiro e não como era, no fim de março. A mudança tornou-se pretexto para protestos e motins porque muitos pretendiam receber o seu salário mensal em vez da correta proporção de 21 dias de trabalho efetivos.

Os países da tradição da ortodoxa apenas o adotaram no início do século XX. Na Rússia, só após a Revolução de Outubro de 1917, que segundo o calendário gregoriano ocorreu já em novembro, é que a recém-formada URSS adotou o calendário gregoriano, em 1918.

Dias de diferença

Indicam-se de seguida as omissões de dias devidas à mudança de calendário (necessárias para implementar o novo esquema):

  • Até março de 1700: 10 dias omitidos (como em 1582; porque 1600 foi ano bissexto)
  • De março de 1700 a fevereiro de 1800: 11 dias omitidos (não existiu o dia 29 de fevereiro de 1700)
  • De março de 1800 a fevereiro de 1900: 12 dias omitidos (não existiu o dia 29 de fevereiro de 1800)
  • De março de 1900 a fevereiro de 2100: 13 dias omitidos (não existiu o dia 29 de fevereiro de 1900; 2000 foi, porém, bissexto)

As mudanças do calendário modificaram apenas as datas e não os dias da semana, por exemplo a quinta-feira 4 de outubro de 1582 é seguida da sexta-feira 15 de outubro.

Fonte: Wikipédia


Tags: Papa, vaticano, igreja, catolicismo, calendário, data, Calendário Juliano, Calendário Gregoriano, Papa Gregório XIII, Christopher Clavius






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