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11 de maio de 1960.

O nazista Otto Adolf Eichmann é capturado por agentes israelenses da Mossad na Argentina

Adolf Otto Eichmann, o arquiteto do holocausto judeu.

Otto Adolf Eichmann (Solingen, 19 de março de 1906 – Ramla, 1º de junho de 1962) foi um SS-Obersturmbannführer (tenente-coronel) da Alemanha Nazista, e um dos principais organizadores do Holocausto. Eichmann foi designado pelo SS-Obergruppenführer (general/tenente-general) Reinhard Heydrich para gerir a logística das deportações em massa dos judeus para os guetos e campos de extermínio das zonas ocupadas pelos alemães na Europa de Leste durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 11 de maio de 1960, foi capturado na Argentina pela Mossad, os serviços secretos de Israel. No seguimento de um muito publicitado julgamento em Israel, foi considerado culpado por crimes de guerra e enforcado em 1962.

Depois de frequentar a escola, onde foi um aluno mediano, Eichmann trabalhou na empresa de exploração mineira do seu pai na Áustria, para onde a família foi viver em 1914. A partir de 1927, trabalhou como técnico comercial da área do petróleo, juntando-se ao Partido Nazista e às SS em 1932. Após regressar à Alemanha em 1933, entrou para o Sicherheitsdienst (SD; Serviço de Segurança), onde foi nomeado para chefe do departamento responsável pelas questões judaicas — em particular a emigração, a qual os nazis forçaram através da violência e pressão econômica. No início da guerra em setembro de 1939, Eichmann e o seu pessoal concentraram os judeus em guetos nas grandes cidades, esperando que fossem transportados para leste e para territórios ultramarinos. Eichmann elaborou planos para colocar os judeus em reservas, primeiramente em Nisko no sudeste da Polônia e, mais tarde, em Madagascar, mas nenhum deles seguiu em frente.

Quando os nazistas deram início à invasão da União Soviética em 1941, a política em relação aos judeus foi alterada passando de emigração para extermínio. Para coordenar o planeamento do genocídio, Heydrich recebeu os responsáveis administrativos do regime na Conferência de Wannsee em 20 de janeiro de 1942. Eichmann reuniu informação para Heydrich, esteve presente na reunião e preparou as minutas. Eichmann e o seu pessoal ficaram responsáveis pela deportação dos judeus para os campos de extermínio, onde as vítimas foram gaseadas. Depois da ocupação alemã da Hungria em março de 1944, Eichmann supervisionou a deportação de grande parte da população judia daquele país. Muitas das vítimas foram enviadas para Auschwitz, onde entre 75 e 90 por cento foi executada à chegada. Quando os transportes cessaram em julho de 1944, 437.000 dos 725.000 judeus húngaros tinham sido mortos. O historiador Richard J. Evans estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazistas. Eichmann afirmou no final da guerra que "daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação".

Depois da derrota da Alemanha em 1945, Eichmann fugiu para a Áustria. Ali viveu até 1950, mudando-se para a Argentina usando documentos falsos. As informações recolhidas pela Mossad, confirmou a localização de Eichmann em 1960. Uma equipe da Mossad e agentes da Shin Bet capturaram Eichmann e levaram-no para Israel para ser julgado sobre 15 crimes, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes contra o povo judeu. Considerado culpado de muitas das acusações, foi condenado à morte e executado em 1º de junho de 1962. O julgamento foi seguido pelos meios de comunicação e serviu de inspiração para vários livros, incluindo o de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém, no qual Arendt descreve Eichmann com a frase "a banalidade do mal".

Alemanha nazista

Em 1934 Eichmann serviu como cabo da SS no campo de concentração de Dachau, onde, aos olhos de Reinhard Heydrich, se distinguiu. Em setembro de 1937, ele foi enviado para a Palestina com o seu superior Herbert Hagen para averiguar as possibilidades da emigração massiva de judeus da Alemanha para aquela região do oriente médio. Eles chegaram a Haifa, mas só puderam obter um visto de trânsito para o Cairo. Ao chegarem à capital do Egito, eles encontraram-se com um membro da Haganá mas o conteúdo do encontro é alvo de dúvidas. Também tinham planejado encontrar-se com líderes árabes na Palestina, incluindo o Mufti de Jerusalém Amin al-Husayni, mas a entrada na Palestina foi-lhes recusada pelas autoridades britânicas. Hagen e Eichmann escreveram um relatório contrário à emigração de judeus em larga escala para a Palestina por razões econômicas e também porque contradizia a política alemã de impedir o estabelecimento de um estado judaico ali.

Eichmann participou na Conferência de Wannsee, ocorrida em 1942, na qual ele foi o responsável pela determinação de assuntos ligados à ‘solução final para a questão judaica', por ordens de Reinhard Heydrich. Semanas após a conferência, ele recebeu a patente de SS-Obersturmbannführer, tornando-se o chefe do Departamento da Gestapo IV B 4, órgão responsável por toda a logística relacionada com os estudos e execução do extermínio em curso.


Edifício n.º 56–58 Am Großen Wannsee, onde a Conferência de Wannsee teve lugar; atualmente um memorial e um museu.

Pós-guerra

No fim da Segunda Guerra Mundial, Eichmann foi capturado por tropas americanas. No entanto, em 1946 ele conseguiu escapar de um campo de prisioneiros. Depois de muitas viagens (sobretudo pela Itália e pelo Oriente Médio), usando um passaporte falsificado, obtido junto à Cruz Vermelha Internacional, foi para a Argentina em 1950, tendo trazido a sua família para o país logo depois. Lá viveu sob o nome de Ricardo Klement (ver: Ratlines).


Passaporte da Cruz Vermelha sob o nome de "Ricardo Klement" que Eichmann usou para entrar na Argentina em 1950.

Em 11 de maio de 1960, após meses de observação, Eichmann foi sequestrado na Argentina, por uma equipe de agentes da Mossad (serviços secretos de Israel), liderados por Raphael Eitan. Foi levado para Israel num voo de avião da El Al em 21 de maio de 1960. O avião viera para a Argentina trazendo uma comitiva israelense para participar de um evento no país.


Eichmann no julgamento em 1961.

Adolf Eichmann foi julgado em Israel, num processo que começou a 11 de abril de 1961. Foi acusado de 15 ofensas criminosas, incluindo a acusação de crimes contra a Humanidade, crimes contra o povo judeu, e de pertencer a uma organização criminosa.


Os juízes do julgamento de Eichmann: Benjamin Halevy, Moshe Landau, e Yitzhak Raveh.

O julgamento causou grande controvérsia internacional e, por autorização do governo de Israel, foi transmitido ao vivo por cadeias radiofônicas de todo o mundo. Eichmann ficou sentado atrás de um vidro à prova de balas e de som, enquanto muitos sobreviventes do Holocausto testemunhavam contra ele. Afinal, foi julgado culpado de todas as quinze acusações e condenado à morte em 15 de dezembro de 1961.

Eichmann foi enforcado poucos minutos depois da meia-noite de 1º de junho de 1962, na prisão de Ramla, perto de Tel Aviv. A pena de morte sempre existiu em Israel, como parte da legislação herdada da época do Mandato Britânico, mas só foi aplicada no caso de Adolf Eichman.

Enquanto acompanhava o julgamento de Eichmann, Hannah Arendt escreveu uma série de cinco artigos para a revista The New Yorker, os quais resultaram no livro Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal.

Fonte: Wikipédia


Tags: Adolf Eichmann, nazismo, judeus, julgamento, holocausto, Solução Final, campos de extermínio, campos de concentração, Auschwitz






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