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29 de agosto de 1972.

Morre Lale Andersen, a musa dos soldados, conhecida internacionalmente por: 'Lily Marlene'

Lale Andersen

No dia 23 de março de 1905 nascia em Bremerhaven a atriz e cantora Liselotte Bunnenberg. Sob o nome de Lale Andersen e emocionou a Europa com sua canção de soldado.

Liselotte Bunnenberg deixou o marido, o pintor Paul Ernst Wilke, e três filhos para ir em busca de seu grande sonho em Berlim, o teatro. Com algumas aulas de dramaturgia na bagagem, ela partiu, deixando a promessa de buscar os filhos tão logo tivesse condições de sustentá-los.

No início da carreira, aceitava qualquer papel secundário para sobreviver. Fez figurações em filmes e cantou músicas no rádio. Seu talento foi muitas vezes questionado por amigos e produtores. Mas ela não desistiu e aos poucos foi traçando uma carreira duradoura. Apesar de não conseguir sucesso estrondoso, se manteve presente.


Um memorial a Lili Marleen e Lale Andersen em Langeoog, Alemanha.

Canções antifascistas

A jovem artista conheceu então o homem que seria o grande amor da sua vida: Rolf Liebermann, que se tornou mais tarde um grande compositor e diretor de ópera. Ele conta que, quando a conheceu, ela ainda se chamava Liselotte Wilke e fazia parte do elenco de Brecht. "Foi ela que me mostrou toda a literatura antifascista de então, através das suas canções, e tentou me convencer a compor uma música para ela."

Lale deixou Berlim para viver com Liebermann em Zurique. Lá fez dívidas e foi obrigada a fugir dos credores, voltando para a Alemanha, onde os nazistas já haviam assumido o poder.

Na época, o compositor Norbert Schultze estava procurando um intérprete para a sua nova música, que ninguém queria cantar. Ela se chamava Lili Marleen e a letra, escrita por um soldado já durante a Primeira Guerra Mundial, relatava a despedida de um jovem soldado de sua namorada e uma amiga, respectivamente Lili e Marleen.

Schultze, então, lembrou-se de Lale: "Eu a havia conhecido seis anos antes, em 1932, em Berlim. Tinha até mesmo me apaixonado por ela, mas sempre dizia abertamente: 'Lale, você é uma garota tão simpática, mas cantar você definitivamente não sabe e nunca vai conseguir'. E é claro que ela ficou muito chateada com isso e nunca mais quis saber de mim. Mesmo assim eu decidi, depois de seis anos, enviar a música a ela, talvez ela aceitasse."

Lili Marleen vira sucesso nos fronts

E ela aceitou cantá-la. No inferno da Segunda Guerra Mundial, a rádio dos soldados em Belgrado tocou a canção. E por todos os fronts, soldados se reconheciam em Lili Marleen, independentemente de sua nacionalidade. A canção foi traduzida para diversas línguas e virou o toque de recolher nos fronts.

Nesse meio tempo, Lale Andersen passou por enormes dificuldades devido à sua ligação com Liebermann, que era judeu. Ela foi presa, acusada de desonrar a pátria. Mas Lili Marleen já havia conquistado os soldados e a mídia de tal forma, que os nazistas foram obrigados a soltá-la.

O romance com Liebermann acabou e ambos encontraram outros cônjuges. O sucesso de Lale Andersen continuou mesmo após a guerra. Ela passou a cantar a música popular de sua região natal e canções de marinheiro.

Mas o sonho de voltar a fazer teatro, ela não pôde mais realizar. Lale Andersen faleceu em 29 de agosto de 1972, aos 67 anos, em consequência de distúrbios cardíacos.


Lale Andersen e o marido Arthur Beul em 1953.

Fonte: Deutsche Welle


Tags: Música, nazismo, Segunda Guerra Mundial, Lili Marleen, Lili Marlene, Lily Marlene, Lili Marlène, Lale Andersen






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