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25 de julho de 1603.

O Rei da Escócia James VI é coroado como James I, Rei da Inglaterra e Irlanda

Jaime VI & I, Rei da Inglaterra, Escócia, França e Irlanda, c. 1620.

James VI & I (Edimburgo, 19 de junho de 1566 – Cheshunt, 27 de março de 1625) foi o Rei da Escócia como James VI e Rei da Inglaterra e Irlanda pela União das Coroas como James I. Ele reinou na Escócia desde 1567 e na Inglaterra a partir de 1603 até sua morte. Os dois reinos eram estados soberanos individuais, cada um com seu próprio parlamento, sistema judiciário e leis, governados por James em união pessoal.

Ele sucedeu ao trono escocês com apenas treze meses, logo após sua mãe Mary da Escócia ter sido forçada a abdicar em seu favor. Quatro regentes governaram o país durante sua menoridade, que se encerrou oficialmente em 1578, apesar dele apenas ter assumido total controle de seu governo em 1583. Em 1603, ele sucedeu Elizabeth I da Inglaterra como o monarca da Inglaterra e Irlanda. Ele reinou nos três países por mais 22 anos até sua morte em 1625 aos 58 anos; esse período é conhecido como Era jacobita em sua homenagem. Após a União das Coroas, ele passou a viver na Inglaterra, voltando para a Escócia apenas em 1617 e se intitulando "Rei da Grã-Bretanha e Irlanda". James foi um grande defensor de um parlamento único para a Inglaterra e Escócia. Durante seu reinado, começaram o Plantation de Ulster e a colonização inglesa da América.


James em 1574.

Com 57 anos e 246 dias, seu reinado na Escócia foi o mais longo da história. Ele realizou a maioria de seus objetivos em seu país natal, porém enfrentou grandes dificuldades na Inglaterra, incluindo a conspiração da pólvora e vários conflitos com o parlamento inglês. A "Era de Ouro" da literatura e dramaturgia do Período Elisabetano continuou sob James, com escritores como William Shakespeare, John Donne, Ben Jonson e Francis Bacon contribuindo para uma cultura literária florescente. O próprio James era um acadêmico talentoso, tendo escrito obras como Daemonologie, The True Law of Free Monarchies e Basilikon Doron. Ele patrocinou a tradução da Bíblia que foi nomeada em sua homenagem: a Bíblia do Rei James. Anthony Weldon afirmou que James tinha sido denominado "o tolo mais sábio da cristandade", um epíteto que desde então é associado ao monarca. Porém, desde o século XX, os historiadores revisaram a reputação de James e o trataram como um rei sério e ponderado.


A União das Coroas foi simbolizada no emblema heráldico de James, com a Rosa de Tudor cortada na metade pelo cardo escocês e encimados pela coroa.

Reinado na Inglaterra

Já que Elizabeth I era a última descendente de Henrique VIII, James foi visto como o provável herdeiro do trono inglês através de sua bisavó Margaret Tudor, a irmã mais velha de Henrique. Começando em 1601, nos últimos anos da vida de Elizabeth, certos políticos ingleses, notavelmente o ministro chefe sir Robert Cecil, corresponderam-se secretamente com James a fim de preparar uma transição sem grandes problemas. Em março de 1603, com a rainha claramente morrendo, Cecil enviou a James um rascunho de proclamação de sua ascensão ao trono inglês. Elizabeth morreu nas primeiras horas de 24 de março de 1603 e James foi proclamado rei em Londres no mesmo dia. Ele deixou Edimburgo em 5 de abril, prometendo retornar a cada três anos (uma promessa que não manteve), e progrediu lentamente para o sul. Lordes locais o receberam com pródiga hospitalidade e o rei ficou maravilhado pelas riquezas de sua nova terra e súditos. James afirmou estar "trocando um sofá de pedra por uma profunda cama de penas". Na casa de Cecil em Hertfordshire, Casa Theobalds, tamanha era sua admiração que ele comprou a propriedade no local, chegando na capital depois do funeral de Elizabeth. Seus novos súditos amontoavam-se para vê-lo, aliviados que a sucessão não desencadeou inquietações ou invasões. Ao entrar em Londres no dia 7 de abril, James foi cercado por uma grande multidão.

Sua coroação ocorreu em 25 de julho de 1603, com alegorias elaboradas criadas por poetas dramáticos como Thomas Dekker e Ben Jonson. Apesar de um surto de peste ter restringido as festividades, "as ruas pareciam pavimentadas com homens", como escreveu Dekker, "barracas em vez de mercadorias ricas foram expostas com crianças, caixilhos abertos cheios de mulheres".

Porém, o novo reino de James tinha seus problemas. Monopólios e taxas tinham gerado um sentimento generalizado de injustiça, e os custos de uma guerra na Irlanda tornaram-se um grande peso para o governo. Na época da sucessão, a Inglaterra devia uma quantia de 400 mil libras.

Conspiração da pólvora

Na noite do dia 4 para o 5 de novembro de 1605, na véspera da Cerimônia de Abertura do Parlamento da segunda sessão de James, o católico Guy Fawkes foi descoberto nos porões do prédio do parlamento. Ele estava cuidando de uma pilha de madeira não muito longe de 36 barris de pólvora, com que ele pretendia explodir o parlamento no dia seguinte e causar a destruição de, nas palavras do próprio James, "não apenas ... de minha pessoa, da de minha esposa e também da posteridade, mas também de todo o órgão do estado em geral".


Prisão de Guy Fawkes.

A sensacional descoberta da Conspiração da pólvora, como ficou conhecida, despertou um sentimento de alívio nacional, que Cecil explorou para extrair o maior subsídio do parlamento com exceção de um garantido por Elizabeth I. Fawkes e os outros implicados na conspiração foram executados.


Relato do final do século XVII ou início do XVIII.

Legado

A morte de James foi muito lamentada. Mesmo com suas falhas, ele manteve grande afeição no seu povo, que desfrutou de uma paz ininterrupta e taxas comparativamente mais baixas durante a Era Jacobita. "Como viveu em paz", escreveu Thomas Erskine, "também morreu em paz, e rezo a Deus que nosso rei [Charles I] possa segui-lo". Erskine rezou em vão: no poder, Charleos e Villiers sancionaram uma série de imprudentes expedições militares que terminaram em derrotas humilhantes. James frequentemente negligenciou as tarefas de governo em favor de passatempos de lazer, como a caça; sua posterior dependência em favoritos homens numa corte cheia de escândalos minou a imagem respeitada da monarquia construída com cuidado por Elizabeth I. De acordo com uma tradição que surgiu com historiadores anti-Stuart no século XVII, o gosto de James pelo absolutismo político, sua irresponsabilidade financeira e o cultivo de favoritos impopulares estabeleceu as fundações da Guerra Civil Inglesa. James colocou no filho sucessor uma crença fatal no direito divino dos reis, junto com um desdém pelo parlamento, que culminou com a execução de Carlos e a abolição da monarquia.


No teto da Banqueting House, Peter Paul Rubens representou Jaime sendo levado aos céus por anjos.

Nos últimos trezentos anos, a reputação do rei sofreu de descrições pouco favoráveis por sir Anthony Weldon, quem James tinha expulso e escreveu dissertações sobre o rei na década de 1650. Outros relatos anti-James escritos na mesma década incluem Divine Catastrophe of the Kingly Family of the House of Stuarts, de sir Edward Peyton, History of Great Britain, Being the Life and Reign of King James I, de Arthur Wilson, e Historical Memoirs of the Reigns of Queen Elizabeth and King James, de Francis Osborne. A biografia de 1956 escrita por David Harris Willson continua essa hostilidade. Nas palavras da historiadora Jenny Wormald, o livro de Willson era um "espetáculo surpreendente de um trabalho cujas páginas proclamavam o ódio cada vez maior de seu autor contra o sujeito". Porém, desde Willson, a estabilidade do governo de James na Escócia e o início de seu reinado na Inglaterra, além de suas visões relativamente esclarecidas sobre religião e guerra, valeram-lhe uma reavaliação que resgataram sua reputação das críticas.

Em seu reinado, o Plantation de Uster começou por protestantes ingleses e escoceses e a colonização da América foi iniciada com a fundação de Jamestown em 1607. Cuper's Cove, Terra Nova, veio em seguida em 1610. Nos 150 anos seguintes, a Inglaterra lutaria contra a Espanha, Países Baixos e França pelo controle do continente. Ao lutar por algo maior que apenas uma união pessoal entre Inglaterra e Escócia, James ajudou a estabelecer as fundações de um único estado soberano britânico.

Fonte: Wikipédia


Tags: Rei, Inglaterra, James, Elizabeth I, Irlanda, Escócia, James I, James II






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