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21 de maio de 1975.

Começa julgamento de líderes da Facão do Exército Vermelho (RAF), o grupo terrorista alemão Baader-Meinhof

Símbolo do grupo terrorista Facão do Exército Vermelho (RAF) - Grupo Baader-Meinhof

Marcado por um forte esquema de segurança, começou no dia 21 de maio de 1975, próximo a Stuttgart, o julgamento dos líderes da Facão do Exército Vermelho (RAF), responsável por atentados, sequestros e mortes.

O julgamento foi um dos principais da história do pós-Guerra na Alemanha. Como Stammheim, onde foi instalado o tribunal provisório, não dispusesse de uma corte, foram gastos 12 milhões de marcos para a construção de um salão ao lado das prisões onde estavam os terroristas. As autoridades responsáveis pela segurança e a maioria da opinião pública consideravam os réus as quatro pessoas mais perigosas do país na época.

Gudrun Ensslin, Andreas Baader, Ulrike Meinhof e Jan-Carl Raspe, os líderes do grupo terrorista de esquerda Facção do Exército Vermelho (RAF, na sigla em alemão), eram acusados de fazer parte de uma organização criminosa e foram responsabilizados por seis atentados a bomba, além da resistência à prisão. Os assaltos a bancos, falsificação de documentos e a tentativa de homicídio contra um policial foram excluídos pela promotoria pública.

O escritor alemão Heinrich Böll chegou a comparar os atos dos terroristas de esquerda a "uma luta de seis contra 60 milhões", numa alusão a população alemã na época. No total, cerca de 30 pessoas morreram vítimas de ações da RAF. Depois que os líderes foram presos, em 1972, os demais integrantes do grupo concentraram-se em realizar sequestros para negociar a libertação dos detidos em troca de reféns.

Adaptação da lei

A legislação alemã chegou a ser alterada em vários aspectos especialmente para o julgamento dos quatro líderes da RAF. Entre estas mudanças, dois pontos polêmicos: as audiências podiam ser realizadas na ausência dos réus e suas conversas com os advogados não eram sempre privadas.

O ministro alemão do Interior no governo Schröder, Otto Schily, na época advogado de Gudrun Ensslin, criticou o que chamou de intervenção do Estado num direito fundamental de privacidade entre o advogado e seu cliente.

Enquanto a promotoria pública fazia de tudo para garantir o fim do julgamento sem incidentes, com a condenação dos réus, estes queriam uma discussão aberta contra o odiado sistema político. Neste sentido, a defesa insistia no aspecto político do julgamento.

Condenação à prisão perpétua

A sentença foi proclamada depois de 192 sessões, em 28 de abril de 1997. Baader, Raspe e Ensslin foram condenados à prisão perpétua. Ulrike Meinhof já não estava mais presente. Ela havia se suicidado em sua cela, um ano antes.

O grande confronto entre a RAF e o governo, mais tarde conhecido como Deutscher Herbst (Outono Alemão), ainda estava por vir. O rapto e morte do presidente da Confederação da Indústria Alemã, Hanns Martin Schleyer, e o sequestro de um avião com turistas alemães por terroristas palestinos.

Baader, Ensslin e Raspe cometeram suicídio em suas celas na noite após a condenação. Atos isolados de terror ainda preocuparam a Alemanha até abril de 1998, quando a Facção do Exército Vermelho anunciou oficialmente o fim da luta armada.

Fonte: Deutsche Welle


Tags: terrorista, terrorismo, Ulrike Meinhof, Alemanha, Baader-Meinhof, Fração do Exército Vermelho, Andreas Baader, Gudrun Ensslin, Jan-Carl Raspe, Irmgard Möller






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