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19 de novembro de 1969.

Os astronautas da Apollo 12, Charles Conrad e Alan Bean, realizam o segundo pouso de seres humanos na lua

Alan Bean examina a Surveyor 3. Ao fundo o módulo lunar Intrepid.

Apollo 12 foi a segunda missão do Programa Apollo a pousar na superfície da Lua e a primeira a fazer um pouso de precisão num ponto pré-determinado do satélite, a fim de resgatar partes de uma sonda não tripulada enviada dois anos antes, a Surveyor 3, e trazer partes dela de volta à Terra, para estudos do efeito da permanência lunar sobre o material empregado no artefato.

A Apollo 12 foi lançada de Cabo Kennedy às 16:22:00 UTC de 14 de novembro de 1969. A Alunissagem se deu no Oceanus Procellarum (Oceano das Tormentas) às 06:54:35 UTC de 19 de novembro de 1969. A tripulação da Apollo 12 retornou à terra às 20:58:24 UTC de 24 de novembro de 1969.

Uma Visita ao Boneco de Neve

Após o sucesso do primeiro pouso lunar levado a cabo pela tripulação da Apollo 11, o comitê de seleção de área de pouso da NASA escolheu para destino da Apollo 12 um interessante local no Oceano das Tormentas (latim: Oceanus Procellarum), cerca de 1500 km a oeste do Mar da Tranquilidade, local do pouso anterior.

Embora a área não tenha sido a primeira escolha da comunidade geológica, ela tinha três pontos favoráveis. Primeiro, era um local razoavelmente plano. Havia algumas grandes crateras em volta do alvo escolhido, mas não apresentava riscos maiores do que aqueles que Armstrong e Aldrin haviam enfrentado. Segundo, os astronautas poderiam coletar rochas e amostras do solo de uma das maiores planícies lunares, de um lugar coberto com material ejetado da jovem e proeminente cratera Copernicus, localizada a cerca de 300 km ao norte dali. E em terceiro lugar, com a tripulação da Apollo 12 tentando fazer o primeiro pouso lunar de precisão, se o comandante Charles 'Pete' Conrad e seu companheiro de voo, o piloto do Módulo Lunar Alan Bean pousassem perto o suficiente do alvo, eles poderiam caminhar até a sonda Sorveyor 3, uma sonda não-tripulada que pousou na Lua em 19 de abril de 1967, e trazer de volta algumas peças dela. Isto oferecia aos engenheiros da NASA a extraordinária possibilidade de examinar partes da espaçonave que haviam sido expostas a condições lunares por um período de tempo relativamente longo – 31 meses nesse caso – informação que algum dia poderia ser útil no design de bases lunares ou estações espaciais. Se tudo corresse bem, Conrad e Bean poderiam visitar a Surveyor 3, fotografá-la e retirar alguns componentes para trazê-los de volta à Terra.


Charles 'Pete' Conrad Comandante, Richard Gordon Piloto do módulo de comando e Alan Bean Piloto do módulo lunar.

A cratera onde está a Surveyor é membro de um grupo de crateras bem visíveis em fotografias da face da Lua. Quando visto da órbita, o grupo quase se parece a um Boneco de Neve, com a cratera Surveyor formando o torso avantajado do boneco. Usando fotos do satélite Lunar Orbiter e as fotos feitas pelas tripulações anteriores das Apollo, a NASA construiu um ótimo modelo realístico da área de pouso escolhida, de maneira que, durante o treinamento no simulador do Módulo Lunar, a vista na janela do comandante Conrad se parecesse o suficiente com a coisa real, para que no momento culminante do pouso ele tivesse uma confortável sensação de rotina, algo fundamental para que se conseguisse o desejado pouso de precisão.


Lançamento da Apollo 12 em 14 de novembro de 1969.

Pousando com precisão

Na hora do lançamento da Apollo 12 em Cabo Canaveral, às 16:22:00 UTC de 14 de novembro de 1969, a tripulação levou um susto quando, nos primeiros momentos da subida, um raio atingiu o foguete Saturno V e destravou virtualmente todos os controles de circuitos elétricos do Módulo de Comando da Apollo, o Yankee Clipper. Foi uma experiência de tirar o fôlego para as pessoas no solo, mas a tripulação se manteve calma, o foguete continuou seu caminho para a órbita e em instantes eles tiveram tudo sob controle novamente. Não houve nenhum dano permanente e o voo para a Lua e os preparativos para a descida foram absolutamente normais. No dia da alunissagem, 19 de novembro de 1969, Charles Conrad e Alan Bean estavam em ótimo estado de espírito.

Enquanto se desligavam do MC Yankee Clipper e mergulhavam em direção ao Oceano das Tormentas a bordo do ML Intrepid, Conrad e Bean tinham boa visão do horizonte e das regiões centrais montanhosas da Lua. Quando chegaram a 200 metros de altura do solo, Conrad assumiu os controles manuais do Intrepid para pousá-lo exatamente dentro da cratera estabelecida, porém o exaustor do Módulo Lunar levantou uma quantidade muito grande da fina poeira lunar, que permaneceu suspensa pela baixa gravidade e ele foi obrigado a pousar quase às cegas, baseado em seu treino no simulador, sem saber exatamente se havia tocado o solo no local certo.

Durante as primeiras horas após o pouso, enquanto ele e Bean fizeram uma rápida refeição e se preparavam para o primeiro dos dois períodos de quatro horas em Atividades extra-veiculares - AEV - Conrad passou algum tempo tentando imaginar onde afinal eles haviam pousado. As marcas no terreno que haviam sido tão óbvias quando vistas de cima, deixaram de ser quando vistas do solo. Olhando a oeste pela janela, ele e Bean viram uma planície ondulada e meio inexpressiva. Entre outras coisas, não havia sinal evidente da cabeça do Boneco de Neve.

Foi Richard Gordon, viajando sobre eles no Módulo de Comando, 100 quilômetros acima da superfície da Lua, quem apontou as coordenadas da alunissagem. Quando fez a sua segunda passagem em órbita após o pouso do módulo, ele olhou no sextante tentando ver o Intrepid na superfície, uma façanha que Michael Collins - o astronauta que ficou a bordo do MC Columbia em órbita, durante o primeiro pouso da Apollo 11 - nunca conseguiu. Apontando o aparelho para o local do Boneco de Neve, Gordon não demorou até que achasse a sombra de 50 metros do Intrepid, o único objeto que fazia alguma sombra na superfície do local, e avistasse a sonda Surveyor a pouca distância deles, passando imediatamente as instruções visuais para Houston e para os astronautas na superfície. O Intrepid havia pousado dentro do Boneco de Neve, a menos de 200 metros da sonda Surveyor 3, conseguindo realizar o primeiro pouso de precisão na superfície da Lua.

Um grande passo para Charles 'Pete' Conrad

Com o pouso de precisão concluído e confirmado, a próxima tarefa era vestir o equipamento de sobrevivência, sair para colocar em funcionamento o equipamento científico e, se sobrasse algum tempo antes que eles tivessem de voltar ao ML para um período de descanso, dar um pequeno passeio em volta da área. Conrad e Bean formavam uma dupla de relaxados e felizes astronautas. Eles não seriam mencionados na maioria dos livros de História, mas isso não importava, ajudava a tirar um pouco da pressão. Eles riram e contaram piadas, satisfeitos pela situação e ansiosos para começar.


Apollo 12: Astronauta Alan Bean descendo na Lua.

Apesar deles terem se atrasado nos prazos planejados enquanto tentavam descobrir aonde tinham pousado, os dois astronautas foram modelos de eficiência quando começaram a ajustar os equipamentos de sobrevivência e quatro horas após tocarem o solo enviaram mensagem à Houston pedindo para despressurizar a cabine e começar sua odisseia.

'Pete' Conrad não era uma pessoa muito alta. O pulo de um metro do último degrau da escada tinha sempre parecido um pouco intimidador, mas agora ele dava a Conrad a chance de dar o tom para a missão. O tempo para frases históricas tinha passado, agora era hora de se divertir e a frase de Conrad ao pular da escada do Intrepid para o solo lunar foi sem dúvida a mais divertida das missões Apollo: “Este pode ter sido um pequeno passo para Neil, mas para mim que sou baixinho é enorme! Yuuupiiii!!”

Bean logo se juntou a Conrad e depois que deram uma pequena caminhada em volta e saborearam a visão da Surveyor pousada tão próximo, eles começaram a descarregar o equipamento científico. Assim como na Apollo 11, havia uma câmera de TV, um sismógrafo e um refletor a laser. Eles também tinham um analisador de vento solar mais sofisticado e uma quantidade de outros pacotes físicos que compunham o ALSEP ( Apollo Lunar Surface Experiments Package – o conjunto de equipamentos e experimentos levados pelas missões Apollo à Lua), que foi retirado do voo da missão anterior por problemas de peso. A maioria do equipamento, junto com uma estação central de força e um transmissor, foi embalado em dois pacotes compactos guardados na plataforma inferior do Módulo.

Os ganhos da missão

Nas duas AEV lunares, Charles Conrad e Alan Bean gastaram 7 horas e 45 minutos fora do Módulo Lunar, de um total de cerca de 31 horas que passaram pousados no satélite. Exceto pela perda da TV logo no começo, o desempenho deles foi perfeito e cumpriram virtualmente todos os objetivos da missão. Trouxeram de volta à Terra um tesouro de fotografias, rochas, amostras de solo e partes da Surveyor e demonstraram que tanto o ML podia ser pousado com precisão num alvo pré-escolhido, quanto uma AEV de 4 horas estava longe do limite de um dia de trabalho para um astronauta bem treinado.


Apollo 12 - Helicóptero do USS Hornet resgata os astronautas no Oceano Pacífico.

Esta era apenas a segunda missão de pouso e assim como a Apollo 12 representou um salto decisivo em complexidade operacional sobre a Apollo 11, mais progressos ainda estavam guardados. Assim que o Módulo Lunar tivesse sido modificado para carregar um carro lunar e suprimentos para estadas mais longas, a produtividade das missões cresceria mais ainda.

Mas acima de tudo, a Apollo 12 foi particularmente notável no fato de que 'Pete' Conrad e Alan Bean tiveram um bocado de diversão. Em boa medida, o contraste com a Apollo 11 era uma questão de personalidades. A quieta reserva de Neil Armstrong versus a alegre jovialidade de Charles Conrad. Mas na época de seu voo pioneiro, Armstrong e Edwin Aldrin também tiveram que trabalhar numa atmosfera de emoção e julgamento público, sempre cientes das atenções de uma audiência global e da História. Eles não tiveram estas pesadas questões para restringi-los, então eles faziam zumbidos, cantavam e riam em suas caminhadas pelo solo da Lua.

Fonte: Wikipédia


Tags: Lua, Nasa, espaço, foguete, Apollo, Apollo 11, alunissagem






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