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25 de dezembro de 0800.

Coroação de Carlos Magno durante a missa de Natal em Roma, pelo Papa Leão III

Estátua de Carlos Magno em Frankfurt

Carlos Magno (em latim: Carolus Magnus, alemão: Karl der Große, francês: Charlemagne; 2 de abril de 742, 747 ou 748 — Aachen, 28 de janeiro de 814) foi o primeiro Imperador dos Romanos de 25 de dezembro de 800 até sua morte, além de Rei dos Lombardos a partir de 10 de julho de 774 e Rei dos Francos começando em 7 de outubro de 768. A denominação dinastia Carolíngia, que pelos sete séculos seguintes dominaram a Europa, no que veio a ser posteriormente chamado Sacro Império Romano-Germânico deriva do seu nome em latim "Carolus".

Por meio das suas conquistas no estrangeiro e de suas reformas internas, Carlos Magno ajudou a definir a Europa Ocidental e a Idade Média na Europa. Ele é chamado de Carlos I nas listas reais da Alemanha (como Karl), na França (como Charles) e do Sacro Império Romano-Germânico. Ele era filho do rei Pepino, o Breve e de Berta de Laon, uma rainha franca. Carlos reinou primeiro em conjunto com seu irmão Carlomano I, sendo a relação entre os dois o tema de um caloroso debate entre os cronistas contemporâneos e os historiadores.

Monarca guerreiro, expandiu o Reino Franco através de uma série de campanhas militares, em particular contra os saxões pagãos cuja submissão foi bastante difícil e muito violenta (772-804), mas também contra os lombardos na Itália e os muçulmanos da Espanha, até que este se tornou o Império Carolíngio, que incorporou a maior parte da Europa Ocidental e Central. Durante o seu reinado, ele conquistou o Reino Itálico.


Evolução do território franco. As conquistas de Carlos Magno estão em verde claro. Os territórios além-fronteiras representados em verde são os vassalos do Império Carolíngio.

Posteriormente, o exército de Carlos, em retirada, sofreu a sua pior derrota nas mãos dos bascos na Batalha de Roncesvales (778) (eternizada A Canção de Rolando, de teor fortemente fictício). Ele também realizou campanhas contra os povos a leste, principalmente os saxões e, após uma longa guerra, subjugou-os ao seu comando. Ao cristianizar à força os saxões e banindo, sob pena de morte, o paganismo germânico, ele os integrou ao seu reino e pavimentou o caminho que levaria à futura dinastia Otoniana.

Soberano reformador, preocupado com a ortodoxia religiosa e cultura, ele protegeu as artes e as letras. O seu reinado também está associado com a chamada «Renascença carolíngia», um renascimento das artes, religião e cultura por meio da Igreja Católica.

O seu trabalho político imediato, o império, não lhe sobrevive, no entanto, por muito tempo. Em conformidade com o costume sucessório germânico, Carlos Magno promove a partir de 806 a partilha do império entre os seus três filhos. Após numerosas peripécias, o império acabou finalmente partilhado em entre três dos seus netos (Tratado de Verdun).

A fragmentação feudal dos séculos seguintes, mais a formação na Europa de Estado-nações rivais, condenaram à impotência aqueles que tentaram explicitamente restaurar o império universal de Carlos Magno, em particular os governantes do Sacro Império Romano-Germânico, de Otão I em 962 no século XVI, e até mesmo Napoleão Bonaparte, perseguido pelo exemplo dos mais eminentes dos Carolíngios.

As monarquias francesa e alemã descendentes do império governado por Carlos Magno na forma do Sacro Império Romano-Germânico cobriam a maior parte da Europa. Em seu discurso de aceitação do Prêmio Carlos Magno, o Papa João Paulo II se referiu a ele como Pater Europae ("Pai da Europa"): "...seu império uniu a maior parte da Europa Ocidental pela primeira vez desde os romanos e a Renascença carolíngia encorajou a formação de uma identidade europeia comum".

A figura de Carlos Magno foi objeto de discórdia na Europa, incluindo a questão política entre os séculos XII e XIX entre a nação germânica que considera o Sacro Império Romano-Germânico como o sucessor legitimo do imperador carolíngio e a nação francesa que é de fato um elemento central da continuidade dinástica dos Capetianos.

Os dois principais textos do século IX que retratam o Carlos Magno real, a "Vita Caroli Magni", de Eginhardo, e a "Gesta Karoli Magni", atribuída a um monge da Abadia de São Galo chamado Notker, igualam as lendas e mitos enumerados nos séculos seguintes: «Há o Carlos Magno da sociedade vassálica e feudal, o Carlos Magno da Cruzada e da Reconquista, o Carlos Magno inventor da Coroa de França ou da Coroa Imperial, o Carlos Magno mal canonizado, mas tido como verdadeiro santo da igreja, o Carlos Magno da boa escola».

Coroação

A 25 de dezembro de 800, durante a missa de Natal em Roma, o Papa Leão III coroou Carlos Magno como imperador do Ocidente, título em desuso no ocidente desde a abdicação de Rômulo Augusto em 476 (aproveitando o fato de então reinar no Oriente uma mulher, a imperatriz Irene de Atenas, o que era considerado um vazio de poder significativo). Ele mostra-se irritado dos seus ritos de coroação serem revertidos a favor do Papa. De fato, este último retira-lhe de repente a coroa sobre a cabeça enquanto ele reza, e só então o faz aclamar e se ajoelha diante dele. Uma maneira de dizer que é ele, o Papa, que faz o imperador - o que antecipa as muitas querelas dos séculos seguintes entre a Igreja e o império. De acordo com Eginardo, biógrafo de Carlos Magno, o imperador ficou furioso fora da cerimônia: ele teria preferido que se seguisse o ritual bizantino, ou seja, aclamação, coroação e, finalmente, a adoração - ou seja, de acordo com os Anais Reais, o ritual de proskynesis (prostração), o Papa ajoelha-se diante do Imperador. É de lembrar este episódio com que Napoleão se preocupa, mil anos mais tarde, na sua coroação na presença do Papa, em que coloca em si mesmo a coroa na cabeça.


Coroação de Carlos Magno a 25 de dezembro de 800.

Em 813, Carlos Magno tinha mudado a favor de seu filho Luís, o Piedoso, a cerimônia que o tinha ferido: a coroa foi colocada sobre o altar e Luís colocou-a na sua cabeça, sem a intervenção do Papa. Esta inovação, que mais tarde desapareceu, não alterou o caráter do império. Voluntária ou involuntariamente, ele permaneceu uma criação da Igreja, algo de fora e acima do monarca e da dinastia. Era em Roma que era a origem e era o Papa o único disponível como sucessor e representante de São Pedro. Assim como ele detém a sua autoridade do apóstolo, é em nome do apóstolo que ele confere o poder imperial.

Ainda que o título o ajudasse a afirmar a sua independência em relação a Constantinopla, Carlos Magno apenas o usou bastante mais tarde, já que receava ficar dependente, por outro lado, do poder papal.

Fonte: Wikipédia


Tags: Rei, carta magna, França, Carlos Magno, Carlomano






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