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RSSA União Soviética, sob o comando de Joseph Stalin, ordena o exílio do líder revolucionário Leon Trotsky
Leon Trotsky (também grafado Trótski) (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 — Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Stalin na tomada do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) à morte de Lenin.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Stalin do controle do partido, Trotsky foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia de Stalin. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
Exílio e morte
Trotsky foi exilado para Alma Ata, no Cazaquistão em 31 de janeiro de 1928. Ele foi expulso da União Soviética para a Turquia em fevereiro de 1929, acompanhado de sua esposa Natalia Sedova e seu filho Lev Sedov.
Após a deportação, Trotsky passou pela Turquia, França (julho de 1933 a junho de 1935) e Noruega (junho de 1935 a setembro de 1936), fixando-se finalmente no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo. A medida que aumenta a repressão stalinista, multiplicam-se os lutos familiares. Além da morte dos seus quatro filhos, os genros, noras, netos, e outros parentes próximos de Trotsky são igualmente vítimas da repressão por sua ligação com um "inimigo do povo" e desaparecem nos sucessivos expurgos da década de 1930, com exceção do único filho que Zina pôde levar consigo ao exterior, e que acabou por reunir-se ao avô no México, após complicadas negociações com a mulher francesa de Leon Sedov - que havia se responsabilizado pelo sobrinho até a sua própria morte num hospital parisiense.
No seu crescente isolamento pessoal e político, Trotsky, a partir desta altura, aumenta consideravelmente a sua produção escrita, escrevendo importantes obras como sua autobiografia, Minha Vida (1930), a História da Revolução Russa (em 2 vols., 1930 e 1932), A Revolução Permanente (1930) e A Revolução Traída (1936), uma crítica violenta ao Estalinismo. Apoiando-se sobre um panfleto de Rakovski, Os Perigos profissionais do poder, Trotsky considerava em A Revolução Traída que a União Soviética se tornara num Estado de trabalhadores degenerado, controlado por uma burocracia não-democrática - derivada, no entanto, da própria classe operária (em um processo descrito como Degenerescência Burocrática) e que teria eventualmente de ser derrubada por uma 2ª revolução política que restaurasse o caráter democrático da revolução socialista, ou, então, degenerar ao ponto de regressar ao capitalismo.
Trotsky rejeitou as teses ultraesquerdistas de certos opositores bolcheviques do estalinismo (notadamente os "Centralistas Democráticos" liderados por Sapronov), que consideravam que o stalinismo era uma restauração do capitalismo, algo similar à restauração da monarquia francesa pelos Bourbons em 1815. Através desta mesma analogia com a Revolução Francesa, Trotsky considerou que o regime de Stalin era um Termidor soviético, no sentido de que, assim como o 9 Termidor francês havia derrubado o radicalismo pequeno-burguês de Robespierre, Saint-Just e dos jacobinos, mas preservado o caráter burguês da sociedade francesa, do mesmo modo o estalinismo havia eliminado todos os elementos internacionalistas e de democracia proletária do regime soviético, mas não havia, de momento, abolido o caráter socialista da economia e das relações sociais na Rússia. Considerando a URSS estalinista, assim, como presa num estágio de transição entre o capitalismo e o socialismo, e não considerando que ela houvesse se convertido num capitalismo de Estado, Trotsky opôs-se, no início da Segunda Guerra Mundial, àqueles entre seus seguidores - especialmente fortes no partido trotskista americano, o Socialist Workers' Party (SWP), mas também figuras isoladas como o brasileiro Mário Pedrosa - que propunham retirar apoio à URSS em caso de ataque externo. Para Trotsky, a defesa das aquisições da Revolução de Outubro exigia o respeito mais estrito à consigna de "defesa incondicional da União Soviética". Muito embora opusesse-se ao Pacto Molotov-Ribbentrop, que considerava desmoralizante para o movimento operário, orientou seus partidários para que apoiassem a expropriação dos latifúndios e das fábricas realizadas por Stalin no leste da Polônia e nos Países Bálticos quando da sua incorporação forçada na URSS.
A 3 de setembro de 1938, numa reunião com 25 delegados de 11 países, Trotsky e seus seguidores fundam a Quarta Internacional, como alternativa à Terceira Internacional estalinista. Trotsky tinha entrado entretanto em conflito com Diego Rivera - numa disputa que tinha tanto a ver com as pretensões políticas de Rivera no movimento trotskista, que Trotsky desfavorecia, quanto com a breve ligação de Trotsky com Frida Kahlo - e mudara-se em 1939 para uma casa própria no bairro de Coyoacán, na Cidade do México.
A 24 de maio de 1940 sobrevive a um ataque à sua casa por assassinos alegadamente a mando de Stalin. Não sobreviverá, no entanto, ao segundo ataque de Stalin: No final da tarde de 20 de agosto de 1940, o agente Ramón Mercader (também conhecido como Jaime Ramón Mercader del Río Hernández, Jacques Monard ou ainda Frank Jacson), um agente no exterior do Comissariado do Povo para Assuntos Internos NKVD da URSS, consegue sob disfarce entrar pacificamente na sua sala para um encontro, e, aproveitando um momento de distração, aplica com uma “picareta de gelo” (piolet), um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o barulho, os guarda-costas de Trotsky precipitam-se para a sala e quase matam Mercader, mas Trotsky detém-nos, exclamando: “Não o matem! Esse homem tem uma história para contar!”.
Trotsky morreu no dia seguinte, 21 de agosto de 1940.
Mercader relatou: “Pousei o casaco impermeável na mesa de forma a poder tirar a picareta que estava no bolso. Decidi não perder a grande oportunidade que surgiu. No momento em que Trotsky começou a ler o artigo, deu-me a oportunidade; tirei a picareta do casaco, segurei-a firme na mão e, de olhos fechados, dei-lhe um golpe terrível na cabeça”.
Stalin, líder da URSS, desejava ocultar fatos de seu passado, como suas ações de agente provocador a serviço a polícia secreta tsarista (a Okhrana). Neste período, Trotsky escrevia uma biografia não autorizada sobre Stalin e este seria um dos motivos do crime.
Túmulo de Leon Trotsky em Coyoacán, bairro da cidade do México, no jardim da casa onde morou durante seus últimos anos de vida.
A casa de Trotsky em Coyocán, preservada no mesmo estado em que se encontrava naquele dia, é hoje um museu, em cujos terrenos se encontra ainda o cenotáfio de Trotsky, com a foice e martelo talhados sobre seu nome.
Trotsky nunca foi formalmente reabilitado pelo governo soviético, seja durante a "desestalinização" de Khrushchov, seja durante a "Glasnost" de Mikhail Gorbatchov, apesar da reabilitação, durante estes dois episódios, da maioria da velha guarda bolchevique morta durante os grandes expurgos de Stalin.
Dos descendentes de Trotsky, o único que pôde preservar sua conexão com a família seria o seu neto, o engenheiro Esteban Volkov, filho de Zina, que seria criado por Natalia Sedova no México e muito faria pela preservação da memória do avô pela manutenção da sua casa de Coyoacán como um museu privado, depois apropriado pelo governo mexicano.
Na década de 1990, Volkov viajaria à Rússia para encontrar-se, após sessenta anos de separação, com uma irmã recém-localizada, doente terminal de câncer, com a qual teve de conversar através de um intérprete, para explicar-lhe que a decisão de deixá-la na URSS havia sido imposta à sua mãe por Stalin.
Fonte: Wikipédia
Opinião do internauta
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