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RSSA Liga das Nações é estabelecida quando o Tratado de Versalhes entra em efeito
Após mais de quatro anos de combates nas trincheiras de Verdun e nos campos de batalha de Flandres, um digladiar gigantesco de material bélico e milhões de vítimas, o Império Alemão - derrotado - teve de assinar o acordo de paz. As condições foram ditadas pelos Aliados vitoriosos: França, Grã-Bretanha, Itália, os Estados Unidos e outros 28 países a eles associados.
Não houve negociações de paz propriamente ditas, o que foi registrado na Alemanha como uma humilhação extrema, segundo o ministro alemão das Relações Exteriores na época, Ulrich Graf von Brockdorff-Rantzau: Não nos iludimos sobre a dimensão da nossa derrota, sobre o grau da nossa impotência. Conhecemos o ímpeto do ódio, com o qual nos confrontamos aqui. Ele exigirá de nós, que nos reconheçamos como os únicos culpados pela guerra; tal declaração, saída da minha boca, seria uma mentira.
Para as potências vitoriosas, estava tudo fixado já de antemão: a Alemanha e seus aliados - Áustria, Hungria, Bulgária e Turquia - eram os únicos responsáveis pela eclosão da guerra. Na Alemanha, uma onda de indignação envolveu todos os partidos políticos, da direita à esquerda. No protesto contra o chamado ultraje de Versalhes uniu-se toda a Nação alemã, que estava à beira da guerra civil, após a revolução de novembro de 1918 e a abolição da monarquia.
As exigências dos Aliados foram extremamente duras - mas não foram mais duras do que o plano de paz que a Alemanha teria imposto aos derrotados, se tivesse vencido a guerra. A Alemanha teve de abrir mão da Alsácia e da Lorena para a França. Importantes centros de produção agrícola e industrial no Leste foram perdidos. As reivindicações de reparações de guerra à Alemanha atingiram a importância astronômica de 132 bilhões de marcos de ouro. Na Alemanha, a assinatura do acordo de paz foi precedida de enormes controvérsias.
No seu pronunciamento diante da Assembléia Nacional, o primeiro-ministro alemão da época, o social-democrata Gustav Bauer, afirmou: O governo da República alemã está disposto a assinar o acordo de paz, mas sem admitir com isto que o povo alemão seja o causador da guerra. Assim, assinamos. Esta é a proposta que faço em nome de todo o gabinete. Não podemos assumir a responsabilidade por uma nova guerra, estamos indefesos. Mas indefeso não significa desonrado.
O pagamento das reparações de guerra pela Alemanha é, até hoje, um fato curioso. As últimas parcelas de juros e amortização só foram pagas pela República Federal da Alemanha em junho de 1980. Mas o Tratado de Versalhes continua sendo um fator político, como demonstra o exemplo da Hungria. Como aliado da Alemanha, o país perdeu enormes territórios: a Eslováquia, Burgenland, a Eslavônia e a Transilvânia. Há poucos anos, na década de 90, políticos nacionalistas voltaram a contestar as atuais fronteiras da Hungria, afirmando que as transformações políticas na Europa oriental e nos Bálcãs teriam anulado a ordem geopolítica de paz, criada em 1920.
Até hoje, o Tratado de Versalhes provocou e criou toda uma série de focos de crise. Por exemplo, o conflito do Alto Ádige entre a Itália e a Áustria, que gira em torno da fixação da fronteira norte da Itália no passo de Brennero. Ou o conflito do Oriente Médio, entre os israelenses e os árabes, que tampouco aceitam o Tratado de Versalhes e as suas fronteiras, resultantes da nova divisão do Império Otomano. O mesmo é válido para o direito de autodeterminação dos curdos, que foi prometido, mas nunca concretizado. E até mesmo as antigas colônias alemãs da África oriental, Burundi e Ruanda, que foram entregues à administração da Bélgica em 1919, devem suas existências como países soberanos ao Tratado de Versalhes.
Fonte: Deutsche Welle
Opinião do internauta
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