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18 de janeiro de 1943.

Segunda Guerra Mundial: Eclode a primeira Revolta do Gueto de Varsóvia

Jürgen Stroop (ao centro) observando os prédios em chamas junto com seus comandados.

O Levante do Gueto de Varsóvia foi um ato de resistência no Gueto de Varsóvia, na Polônia em 1943, contra a ocupação nazista alemã. Nessa época já se tinham dado os transportes da maioria dos habitantes do gueto. Cerca de 300 mil das 380 mil pessoas no gueto tinham sido levadas para o campo de extermínio de Treblinka, onde foram assassinadas imediatamente após a sua chegada, no final do verão de 1942. Os restantes habitantes do gueto sabiam agora o que os esperava e muitos deles preferiam morrer lutando, em vez de morrer numa câmara de gás. A revolta foi esmagada pelo Gruppenführer da SS (então apenas Brigadeführer) Jürgen Stroop.

Antecedentes

Na Alemanha, o nazismo chega ao poder. Adolf Hitler possuía a ambição de retomar os territórios perdidos durante a Primeira Guerra Mundial. De tal forma, em 1º de setembro de 1939, o Führer ordenou a invasão da Polônia. Em pouco tempo, no dia 27 de setembro de 1939, a cidade de Varsóvia foi tomada. O Exército Vermelho (União Soviética) aproveitou para invadir na porção ocidental do território beligerante, conforme acordado no Pacto Molotov-Ribbentrop. Após o fato, vários países declararam guerra à Alemanha nazista, incluindo a França e Reino Unido. Logo, os nazistas (antissemitas) perseguiriam os judeus, formando vários guetos — um deles era o Gueto de Varsóvia.


Agosto de 1940: por ordem das forças de ocupação alemãs começa a construção do muro do Gueto de Varsóvia.

O início do levante

Entre julho e setembro de 1942, levas de deportações removeram mais de 300 mil judeus para o campo de concentração de Treblinka — local do assassinato de judeus. Reduzido a 60 mil pessoas - em sua maioria homens e mulheres ainda saudáveis, já que idosos e crianças foram enviados para a morte em Treblinka e a fome ceifou os restantes -, preferiram organizar uma resistência do que morrer em Treblinka. Formada a Organização da Luta Judaica (Zydowska Organizacja Bojowa, cuja sigla é ZOB) e a União Militar Judaica (Żydowski Związek Wojskowy, cuja sigla é ZZW), trataram de formar uma resistência.

O primeiro conflito ocorreu em 18 de janeiro de 1943, quando vários batalhões da Waffen SS marcharam rumo ao gueto, mas foram atacados, sendo obrigados a se retirar. Os combatentes judeus tiveram algum sucesso: os transportes pararam após 4 dias e as duas organizações de resistência, a ZOB e ZZW tomaram o controle do gueto, montando vários postos de combate e operando contra colaboradores judeus.

Durante os três meses seguintes, todos os habitantes do gueto prepararam-se para aquilo que eles pensavam poder ser a luta final. Foram cavados túneis por baixo das casas, a maioria ligadas pelo sistema de esgotos e de abastecimento de água, dando acesso a zonas mais seguras de Varsóvia.

O apoio de setores fora do gueto foi limitado, mas unidades polonesas da Armia Krajowa (AK) e Gwardia Ludowa (GL) atacaram esporadicamente unidades alemãs em sentinela perto das muralhas do gueto. Uma unidade polonesa da AK, nomeadamente a KB sob o comando de Henryk Iwański, chegou mesmo a lutar dentro do Gueto, juntamente com ŻZW. A AK tentou por duas vezes explodir a muralha do gueto, mas sem muito sucesso.

Em 21 de janeiro de 1943, realizaram a primeira ação na Rua Niska. Liderados por Mordechaj Anielewicz, formaram uma trincheira e empreenderam um ataque a soldados nazistas. Doze soldados alemães morreram. A ZOB também se revoltou contra a Polícia Judaica, formada por membros da própria comunidade e controlada pelos nazistas.

A resistência não era capaz de libertar o gueto ou destruir o aparelho nazista local. A ZOB possuía o objetivo de uma morte digna, que não fosse aquela reservada em Treblinka, num misto de orgulho e esperança. Heinrich Himmler ordenou ao general Jürgen Stroop que extinguisse o Gueto de Varsóvia até, no máximo, em meados de fevereiro.

Esmagamento da revolta

A batalha final começou na noite da páscoa judaica, no domingo 19 de abril de 1943. 3.000 soldados nazistas confrontaram a resistência de 1,5 mil moradores. Os partisans judeus dispararam e atiraram granadas contra patrulhas alemãs a partir de becos, esgotos, janelas. Os nazistas responderam explodindo as casas, bloco por bloco, e cercando e matando todos os judeus que podiam capturar.

De acordo com relatos, sentia-se o cheiro de cadáveres nas ruas, das bombas incendiárias e mulheres saltando dos andares superiores dos prédios com crianças nos braços. Em 8 de maio de 1943, os rebeldes foram cercados. Alguns deles, preferiram o suicídio do que ser levado aos campos de extermínio. Às 20 horas e 15 minutos do dia 16 de maio de 1943, finalmente considerou-se o fim do levante com a destruição da sinagoga do gueto, então em ruínas.

Após as revoltas, o gueto tornou-se o local onde os prisioneiros e reféns poloneses eram executados pelos alemães. Mais tarde, foi criado um campo de concentração na área do gueto. Chamava-se KL Warschau. Durante a Revolta de Varsóvia que se seguiu, a unidade AK polonesa "Zoska" conseguiu salvar 380 judeus do campo de concentração e a maioria deles juntou-se à AK.


Após a revolta, Hitler ordenou que o gueto fosse destruído. Foto de suas ruínas em 1945.

Fonte: Wikipédia


Tags: Segunda Guerra Mundial, revolta, judeus, gueto, Varsóvia, levante, Gueto de Varsóvia






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