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12 de fevereiro de 1554.

Lady Jane Grey, que havia reivindicado o trono da Inglaterra por nove dias, é decapitada após acusação de traição

Lady Jane Grey

Lady Jane Grey (c. 1536/1537 – Torre de Londres, 12 de fevereiro de 1554) foi uma nobre inglesa declarada Rainha da Inglaterra e Irlanda de 10 de julho a 19 de julho de 1553 após a morte de Eduardo VI.

Jane era bisneta de Henrique VII através de sua filha Mary Tudor e também prima em primeiro grau de Eduardo VI. Ela casou-se em maio de 1553 com lorde Guilford Dudley, filho mais novo de John Dudley, 1.º Duque de Northumberland, regente de Eduardo. Próximo da morte, o jovem rei nomeou Jane como sua sucessora em seu testamento, ignorando as reivindicações de suas meia-irmãs Mary e Elizabeth sob o Terceiro Ato de Sucessão. Jane acabou sendo aprisionada na Torre de Londres em 19 de julho de 1553 depois do Conselho Privado passar para o lado de Mary. Ela foi condenada por alta traição em novembro e sentenciada a morte, porém sua vida foi inicialmente poupada. Uma rebelião entre janeiro e fevereiro de 1554 contra os planos de Mary de se casar com Filipe da Espanha levou às execuções de Jane e seu marido.

Jane teve uma excelente educação humanista e a reputação de ser uma das mulheres mais cultas de sua época. Uma forte protestante, ela foi postumamente considerada não apenas uma vítima, mas também uma mártir.

Primeiros anos

Jane nasceu em 1537 perto de Leicester, no seio de uma família aristocrata. Ela era filha mais velha de Henrique Grey, Duque de Suffolk, e Francisca Brandon. Francisca era filha de Mary Tudor, irmã do rei Henrique VIII. Portanto, Jane era sobrinha-neta de Henrique VIII e prima de Eduardo VI. Ela tinha duas irmãs mais novas, Catarina e Mary. Elas receberam uma ótima educação desfrutando da influência dos Tudors.

Jane estudou latim, grego e hebraico. Através de seus professores-tutores ela se tornou devota protestante. O seu preceptor foi John Aymler da Universidade de Cambridge, que também foi responsável por parte da educação da futura rainha Elizabeth I da Inglaterra. Em 1546, Jane foi passar uma temporada com Catarina Parr, uma mulher considerada extremamente culta que foi a última esposa de Henrique VIII. Após a morte de Henrique, Catarina casou-se com sir Thomas Seymour, 1.º Barão Seymour de Sudeley, mas ela acabou falecendo pouco tempo depois. Seymour tentou arranjar o casamento de Jane com seu sobrinho, o rei Eduardo VI, porém os planos não deram certo. Os irmãos Seymour foram acusados e executados por traição devido a ambição de John Dudley, 1.º Duque de Northumberland. Dudley negociou com a mãe de Jane seu casamento com o filho dele. Jane ficou alarmada com a hipótese de casar-se com alguém da família Dudley mas naquela época não havia muita chance de escolha. Em 15 de maio de 1553, Jane casou-se com Guilford Dudley, mas o casamento não foi consumado.


O retrato de Streatham, descoberto no início do século 21 e acredita-se ser uma cópia de um retrato contemporâneo de Lady Jane Grey.

Chegada ao trono

Em 1553, o rei Eduardo VI, de apenas 15 anos, estava para morrer e não tinha descendentes, sendo a opção mais direta a sua meia-irmã mais velha, Mary. Mary fora educada como católica pela mãe Catarina de Aragão e era claramente contra a reforma introduzida na Igreja Anglicana. Politicamente, este seria um passo atrás e os conselheiros de Eduardo VI influenciaram-no para nomear outro herdeiro. No entanto, é importante lembrar que o desejo do pai de Eduardo era que Mary herdasse o trono do irmão, caso este não deixasse filhos, como ocorreu.

A escolhida do rei, influenciado por Dudley e seus conselheiros, foi Jane Grey, que tinha a vantagem de ser jovem e de ter tido uma educação protestante. Outro ponto favorável a Jane era o fato de Dudley ser seu sogro. Nesse caso, Jane teria como consorte o filho do duque, Guilford Dudley.

Após a morte de Eduardo VI em 6 de julho de 1553, Jane foi proclamada rainha da Inglaterra e da Irlanda em 10 de julho do mesmo ano. Dudley tentou prender Mary, mas ela refugiou-se no Castelo de Framlingham, em Suffolk.

Mary não estava disposta a abdicar da sua pretensão e contava com o apoio da população por ser filha de Catarina de Aragão, que era ainda imensamente popular. Contava ainda com a simpatia e comoção do povo que acompanhou sua juventude e viu quando foi deserdada e separada da mãe pelo rei Henrique VIII.

Nove dias depois de Jane ser declarada a nova rainha da Inglaterra, em 19 de julho de 1553, Mary chegou a Londres triunfante. O Parlamento inglês, então, declarou Mary como Rainha da Inglaterra e revogou a coroação de Jane. Dudley foi executado em 21 de agosto de 1553 e Jane e seu marido foram feitos prisioneiros na Torre de Londres com a acusação de traição.


Carta escrita por Jane como rainha.

Execução de Lady Jane Grey

Lady Jane Grey junto com seu marido Guildford Dudley foram julgados por alta traição. Seu julgamento começou em 13 de novembro de 1553. Uma comissão foi instaurada liderada pelo Lorde Prefeito de Londres, sir Thomas White. Nesta época, Mary parecia inclinada a perdoar a prima e chegou a enviar-lhe o seu confessor, numa tentativa de a converter à fé católica.

No entanto, em janeiro de 1554, começou uma revolta popular contra Mary organizada por Thomas Wyatt por causa do iminente casamento de Mary com o católico Filipe da Espanha. Jane Grey não estava relacionada com esta rebelião, nem era a sua beneficiária, mas foi presa novamente. Alguns nobres, incluindo o pai de Jane, juntaram-se a rebelião pedindo a restauração desta como rainha. Filipe insistiu na execução de Jane por considerá-la uma ameaça potencial.

No dia 12 de fevereiro de 1554, Guilford foi executado em praça pública. Jane Grey recebeu uma execução privada no mesmo dia na Torre de Londres. A execução privada foi ordem de Mary, como um gesto de respeito à prima.


A execução de Lady Jane Grey,
por Paul Delaroche, na National Gallery

Jane foi executada aos 16 anos e enterrada junto a Guilford na Capela Real de São Pedro ad Vincula. No dia 23 de fevereiro de 1554 o pai de Jane, Henrique Grey, foi executado por traição.

Fonte: Wikipédia


Tags: Rainha da Inglaterra, Edward VI, Eduardo VI, Tudor, execução, Henrique VIII, Lady Jane, Mary I, decapitação, decapitada






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