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29 de fevereiro de 1940.

O filme Gone with the Wind (...E o Vento levou) ganhou oito prêmios Oscar

E o vento levou...

Gone with the Wind (...E o Vento Levou) é um filme estadunidense de romance histórico dirigido por Victor Fleming e produzido por David O. Selznick. Adaptado do livro homônimo de 1936 escrito por Margaret Mitchell, foi distribuído pela Metro-Goldwyn-Mayer. Retratado no sul estadunidense do século XIX, o projeto narra a história de Scarlett O'Hara, filha de temperamento forte do proprietário de uma plantação, e sua perseguição romântica de Ashley Wilkes, que é casado com sua prima, Melania Hamilton, para se casar com Rhett Butler. Definida contra a era da Guerra de Secessão e da reconstrução dos Estados Unidos, a história é contada a partir da perspectiva dos sulistas brancos. Os papéis principais são vividos por Vivien Leigh, Clark Gable, Leslie Howard e Olivia de Havilland, que respectivamente interpretam Scarlett, Rhett, Ashley e Melanie.

A produção de Gone with the Wind passou por diversos problemas. As filmagens foram adiadas por dois anos, devido à determinação de Sezlnick para assegurar o papel de Rhett Butler para Gable, e à "procura por Scarlett", que fez com que mais de 1.400 mulheres fossem entrevistadas para conseguir o papel. O roteiro original foi escrito por Sidney Howard, mas passou por diversas revisões por vários escritores, para que pudesse obter uma duração adequada. O diretor original George Cukor foi demitido pouco após o início das filmagens e foi substituído por Victor Fleming, que foi rapidamente substituído por Sam Wood enquanto Fleming tirava alguns dias de folga devido à exaustão.

Lançado em 15 de dezembro de 1939 nos Estados Unidos, Gone with the Wind foi recebido de forma predominantemente positiva por críticos de cinema, que elogiaram sua produção e seu roteiro, embora alguns tenham analisado que não possuía drama o suficiente e que era grande. O elenco foi altamente elogiado, com diversos resenhistas prezando a atuação de Vivien Leigh como Scarlett. Como resultado, foi indicado em 13 categorias no Oscar de 1940, e venceu dez delas, incluindo a de Best Picture. Duas das vitórias foram honorárias, e Hattie McDaniel se tornou a primeira mulher afro-americana a conquistar um Oscar. Além de ter sido um sucesso de crítica, o projeto também obteve destaque no campo comercial, convertendo-se no filme com maior arrecadação até então, com US$ 390 milhões obtidos, e mantendo tal êxito por mais de 25 anos. Com os ajustes da inflação, é o filme mais bem-sucedido da história, com mais de US$ 3 bilhões arrecadados. Apesar de ter sido criticado como uma glorificação do revisionismo histórico da escravidão, Gone with the Wind foi creditado por iniciar mudanças na maneira de como os afro-americanos são retratados nos filmes. Relançado nove vezes, obteve grande destaque na cultura popular, sendo posicionado na quarta colocação da lista dos melhores filmes estadunidenses do American Film Institute (AFI), e selecionado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para ser preservado no National Film Registry (NFR).

Escolha do elenco

A escolha dos atores que interpretariam os papéis principais demorou dois anos para ser concluída. Para o papel de Rhett Butler, Selznick queria Clark Gable desde o início, mas o ator estava sob contrato da MGM, no qual dizia que sua participação em filmes de outros estúdios estava proibida. Gary Cooper também foi considerado, mas Samuel Goldwyn — a quem Cooper estava sob contrato — recusou-se em permiti-lo de participar. A Warner ofereceu Bette Davis, Errol Flynn e Olivia de Havilland para os papéis principais, em troca dos direitos de distribuição. Nessa época, Selznick estava determinado em contratar Gable e eventualmente fez um acordo com a MGM. Louis B. Mayer, chefe da MGM e sogro de Selznick, permitiu a participação de Gable em agosto de 1938 e US$ 1 milhão e 250 mil para metade do orçamento do filme, mas por um alto preço: Selznick deveria pagar o salário semanal de Gable, e metade dos lucros iriam à MGM, enquanto a Loew's Inc. — empresa-mãe da MGM — lançaria o filme.


Clark Gable (esquerda) foi selecionado por Selznick para interpretar Rhett Butler desde o início da época em que o elenco estava sendo escolhido, ao passo em que Vivien Leigh (direita) foi escolhida para o papel de Scarlett O'Hara após uma série de testes, que entrevistaram mais de 1.400 mulheres.

O acordo do lançamento do filme através da MGM levou ao adiamento do início da produção até o final de 1938, quando o contrato de distribuição de Selznick com a United Artists terminou. O produtor usou o atraso para continuar a revisar o roteiro e para construir a publicidade do trabalho através da procura da atriz para o papel de Scarlett. Ele começou uma chamada de elenco nacional que entrevistou 1.400 desconhecidas. O esforço custou US$ 100 mil e foi inútil para o filme, mas criou uma divulgação "inestimável". Miriam Hopkins e Tallulah Bankhead chegaram a ser consideradas como possíveis parceiras de Gable, antes de Selznick comprar os direitos do filme; Joan Crawford, que estava contratada pela MGM, também foi considerada como uma potencial parceira de Gable. Depois de fechar o acordo com a MGM, Selznick conversou diversas vezes com Norma Shearer — que era a atriz de maior sucesso da MGM na época —, mas ela recusou-se em participar do filme, Katharine Hepburn queria interpretar Scarlett, e contou com a ajuda de George Cukor — que havia sido contratado como diretor de Gone with the Wind — para conseguir o papel, mas foi descartada por Selznick, que sentiu que ela não se encaixaria com a personagem.

Diversas atrizes famosas foram consideradas, mas apenas 31 mulheres foram testadas para o papel de Scarlett, incluindo Ardis Ankerson, Jean Arthur, Tallulah Bankhead, Diana Barrymore, Joan Bennett, Nancy Coleman, Frances Dee, Ellen Drew (sob o pseudônimo Terry Ray), Paulette Goddard, Susan Hayward (sob seu nome real Edythe Marrenner), Vivien Leigh, Anita Louise, Haila Stoddard, Margaret Tallichet, Lana Turner e Linda Watkins. Embora Margaret Mitchell tenha rejeitado em escolher publicamente a atriz que interpretaria Scarlett, a atriz que chegou a ser aprovada por ela foi Miriam Hopkins, a qual Mitchell sentiu que se encaixaria no perfil da personagem. Entretanto, Hopkins estava com cerca de 30 anos de idade e foi rejeitada por ser "muito velha" para o papel. Quatro atrizes, incluindo Jean Arthur e Joan Bennett, ainda estavam sendo escolhidas para interpretar Scarlett em dezembro de 1938; contudo, apenas duas finalistas — Paulette Goddard e Vivien Leigh — foram testadas em Technicolor, ambas em 20 de dezembro de 1938. Goddard quase conseguiu o papel, mas seu controverso casamento com Charlie Chaplin levou Selznick à mudar de ideia e selecionar Leigh.

Selznick havia selecionado Vivien Leigh, uma jovem atriz inglesa que ainda era pouco conhecida nos Estados Unidos, para o papel de Scarlett desde fevereiro de 1938, quando assistiu-a nos filmes Fire Over England e A Yank at Oxford. O empresário de Leigh era o representante da sede da agência de talentos de Myron Selznick em Londres (a qual era comandada pelo irmão de Selznick, um dos donos da Selznick International Pictures), e pediu ao produtor que ela fosse selecionada como Scarlett no mesmo mês. No verão boreal de 1938, David O. Selznick e Myron Selznick estavam negociando com Alexander Korda, com quem Leigh estava sob contrato, a participação da atriz em Gone with the Wind. O último propôs que eles se encontrassem pela primeira vez em 10 de dezembro de 1938, quando a "queimada" de Atlanta foi filmada. Dois dias depois, Selznick admitiu em uma carta escrita para a mulher de Korda que Leigh era "a Scarlett [como um] cavalo negro", e após uma série de novos testes, a participação da atriz foi anunciada em 13 de janeiro de 1939. Pouco após as filmagens do trabalho, Selznick informou ao jornalista Ed Sullivan que "os parentes de Scarlett O'Hara eram franceses e irlandeses. Coincidentemente, os parentes da Srta. Leigh são franceses e irlandeses".


Imagem da estreia de Gone with the Wind no Loew's Grand Theatre, em Atlanta. O evento contou com a presença de diversos atores do filme, além de recepções, milhares de bandeiras dos Estados Confederados e um baile à fantasia.

Elenco

Vivien Leigh interpretou Scarlett O'Hara, filha de temperamento forte do proprietário da plantação Tara Gerald O'Hara (Thomas Mitchell), casado com Ellen O'Hara (Barbara O'Neil). Ela vive em Tara com suas irmãs Suellen (Evelyn Keyes), Carreen (Ann Rutherford), os empregados Pork (Oscar Polk), Mammy (Hattie McDaniel) e Prissy (Butterfly McQueen), o capataz Big Sam (Everett Brown) e o superintendente Jonas Wilkerson (Victor Jory), além dos pretendentes Brent Tarleton (Fred Crane) e Stuart Tarleton (George Reeves). Ela, no entanto, é apaixonada por Ashley Wilkes (Leslie Howard), e descobre que ele se casará com sua prima Melanie Hamilton (Olivia de Havilland); ele vive com sua irmã India Wilkes (Alicia Rhett) e seu pai Howard Hickman (John Wilkes). Durante um evento na casa de Ashley, perto da plantação Twelve Oaks, Scarlett declara seu amor por Ashley e descobre que Rhett Butler (Clark Gable) ouviu a conversa secretamente; no mesmo evento, depois de ver Ashley dando um beijo de despedida em Melanie, ela recebe uma proposta de casamento do irmão de Melanie, Charles (Rand Brooks) e, embora não o amasse, ela aceita. Em Atlanta, Scarlett viveu com a tia de Melanie, Sra. Pittypat Hamilton (Laura Hope Crews) e seu escravo, Tio Pedro (Eddie Anderson). Scarlett também conheceu Dr. Meade (Harry Davenport), sua esposa Sra. Meade (Leona Roberts) e Srta. Merriwether (Jane Darwell) em Atlanta. Outra personagem importante em Atlanta é Belle Watling (Ona Munson), uma amiga de Rhett.

Depois de ficar viúva de Charles, Scarlett descobre que Melanie entrou em trabalho de parto prematuramente; ela acaba dando à luz Beau Wilkes (Mickey Kuhn). Mais tarde, Scarlett engana o rico noivo de sua irmã Frank Kennedy (Carroll Nye) e impede-o de se casar com ela, dizendo que Suellen se cansou de esperar e casou-se com outro homem. Após invadir uma favela à noite com Ashley, Rhett e outros cúmplices depois que Scarlett é atacada enquanto dirigia sozinha, Frank falece; durante seu funeral, Rhett propõe casamento à Scarlett e ela aceita. Eles acabam tendo uma filha, Bonnie Blue (Cammie King Conlon). Outros personagens incluem o desertor Yankee (Paul Hurst), Johnny Gallagher (J. M. Kerrigan), Phil Meade (Jackie Moran), a enfermeira de Bonnie em Londres (Lillian Kemble-Cooper), Cathleen Calvert (Marcella Martin), o Corporal (Irvin Bacon), o oficial montado (William Bakewell), Emmie Slattery (Isabel Jewell), o capitão Yankee, Tom (Ward Bond), o soldado reminiscente (Cliff Edwards), o renegado (Yakima Canutt), o major Yankee (Robert Elliott) e Maybelle Merriwether (Mary Anderson). Após o falecimento de Mary Anderson em abril de 2014, existem apenas dois integrantes ainda vivos do elenco principal de Gone with the Wind: Olivia de Havilland e Mickey Kuhn.


Hattie McDaniel (1895 - 1952) tornou-se a primeira artista negra a ser indicada e a receber um prêmio Oscar, tendo este sido o de melhor atriz coadjuvante.

Oscar 1940

Com 13 indicações ao Oscar de 1940, …E o vento levou tornou-se o segundo filme com o maior número de indicações ao prêmio, ficando atrás apenas dos empatados A malvada, de 1950, e Titanic, de 1997, que foram indicados a 14 categorias do Oscar. O filme conseguiu levar oito estatuetas na cerimônia de 29 de fevereiro de 1940, recebendo outras duas em categorias especiais (uma honorária e outra técnica), somando um total de 10 prêmios, façanha que foi superada apenas por Ben-Hur, de 1959, vencedor de 11 Oscars (embora com menos indicações que …E o vento levou, 12).

Atualmente, ao lado de Amor, sublime amor, de 1961, …E o vento levou também é o segundo filme com o maior número de Oscars ganhos, ficando atrás dos empatados Titanic (11 prêmios em 14 indicações), Ben-Hur, de 1959 (11 prêmios em 12 indicações) e O Senhor dos Anéis: Retorno do Rei, de 2003 (11 prêmios em 11 indicações).

Categoria

Melhor Filme

Indicado

Selznick International Pictures

Resultado

Venceu

Melhor Diretor

Victor Fleming

Venceu

Melhor Ator

Clark Gable

Indicado

Melhor Atriz

Vivien Leigh

Venceu

Melhor Atriz Coadjuvante

Olivia de Havilland

Indicado

Hattie McDaniel

Venceu

Melhor Roteiro Adaptado

Sidney Howard

Venceu

Melhor Edição

Hal C. Kern

Venceu

Melhor Fotografia

Ernest Haller e Ray Rennahan

Venceu

Melhor Direção de Arte

Lyle R. Wheeler

Venceu

Melhores Efeitos Visuais

Jack Cosgrove, Fred Albin
e Arthur Johns

Indicado

Melhor Mixagem de Som

Thomas T. Moulton

Indicado

Melhor Trilha Sonora

Max Steiner

Indicado

 

Um fato curioso é que o produtor David O. Selznick havia prometido à Olivia de Havilland que a inscreveria na competição ao Oscar na categoria de melhor atriz, graças a sua brilhante performance como a bondosa Melanie; De Havilland, que à época das filmagens tinha apenas 22 anos de idade, conseguiu impressionar a todos ao interpretar de forma madura a personagem que acabaria por marcar para sempre a sua carreira. No fim das contas, Selznick inscreveu Olivia na categoria de melhor atriz coadjuvante, temendo que ela pudesse deter parte dos votos que iriam para Vivien Leigh. Leigh venceria o Oscar de melhor atriz, mas De Havilland acabaria perdendo o prêmio para o qual fora indicada para Hattie McDaniel, uma vez que a Mammie interpretada por McDaniel no filme era quem mais fazia o perfil coadjuvante. Anos mais tarde De Havilland conseguiu se tornar uma das poucas atrizes a ganharem dois Oscars de melhor atriz, assim como Vivien Leigh, que receberia outra estatueta em 1952 pela atuação num papel que foi recusado por De Havilland, o de Blanche DuBois em Uma rua chamada pecado ("A Streetcar Named Desire", 1951); a performance de Leigh neste filme tem sido apontada por alguns críticos como a maior atuação cinematográfica feminina de todos os tempos.


Olivia de Havilland, que interpretou Melanie em E o vento levou. 

Nascida no Japão no ano de 1916, a inglesa Olivia de Havilland - que mais tarde adotaria também a cidadania americana - consolidou-se como uma das melhores intérpretes dramáticas em Hollywood, vencendo em duas ocasiões o Oscar de melhor atriz.

Fonte: Wikipédia


Tags: Filme, clássico, romance, Scarlett O'Hara, Gone with the Wind, E o Vento Levou, Oscar, Vivien Leigh, Clark Gable, Leslie Howard, Olivia de Havilland






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